Por que a energia termelétrica e mais poluente?

Por que a energia termelétrica e mais poluente?
Fonte: Solar & wind

Termoelétricas a carvão, hoje a fonte de energia mais poluente do planeta, estão perdendo espaço para energia eólica e energia solar

Um estudo recente mostrou que os custos das indústrias de energia termoelétricas, com uso de carvão, já são maiores do que os custos para gerar energia solar e energia eólica. O crescimento do uso de energias renováveis está diretamente ligado com a queda no preço da tecnologia do setor. O carvão é apontado como o grande vilão do meio ambiente. 

Um estudo da Energy Invnovaton destacou que, por conta dos custos totais de usinas termoelétricas a carvão, como a manutenção dos equipamentos e outros custos extras, já é mais barato construir uma usina de energia solar ou energia eólica do que manter uma usina termoelétrica. 

Menos eficiente e mais caro

O novo estudo feito em 2021 vai contra um estudo da própria Energy Innovation, em 2019. Na ocasião, eles estavam prevendo que 3/4 de todas as indústrias de energia elétrica a carvão já estariam caras demais para se sustentarem em 2025. Porém, o número foi alcançado anos antes do previsto. Isso prova que o carvão vem perdendo espaço rapidamente para as energias renováveis, mais do que foi incialmente previsto pelo estudo da Energy. 

O estudo mostrou que 72% das usinas de energia a carvão nos EUA são mais caras para se manterem operando a todo vapor do que construir novas usinas solares ou eólicas. Os relatórios incluem os dados da saúde das empresas, além dos impactos das emissões de climáticas no EUA. 

O relatório concluiu algo que já é de conhecimento de todos: carvão é caro, poluente e, certamente, passará a ser menos usado nas próximas décadas. O estudo ainda destacou que, no futuro, será possível acabar totalmente com as usinas de carvão para dar lugar às usinas de combustível fóssil. 

Carvão vai perder espaço no futuro

Essa notícia de que o carvão está ficando mais caro em relação a outras formas de gerar energia foi percebida pelo maior sindicado de carvoeiros dos Estados Unidos, em 2019, o United Mine Workers of America. O sindicado destacou a necessidade de fazer uma transição energética em busca de energias renováveis e mais amigáveis em relação ao meio ambiente.  

Países começam a cortar as energias termoelétricas

No ano passado, Japão, Alemanha e Espanha anunciaram o fechamento de usinas de termoelétricas a carvão. Muito poluente e bem menos eficiente do que outras formas de gerar energia, a indústria do setor deve ser reduzida, ou até acabada totalmente em um futuro próximo. 

Com a previsão para a energia solar e energia elétrica ficar ainda mais barata nas próximas décadas, o uso do carvão não está mais vez mais caro. Além disso, todo o mundo está trabalhando para diminuir a emissão de carbono, algo que certamente enfraquecerá ainda mais o mercado. 

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O Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) divulgou ontem uma pesquisa inédita das emissões de gases de efeito estufa das usinas termelétricas movidas a combustíveis fósseis em operação no Brasil. De acordo com a análise, as térmicas Candiota III e Pampa Sul, ambas localizadas no município de Candiota (RS), foram as mais poluentes em 2020. Ao todo, as 72 usinas termelétricas conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) liberaram 32,7 milhões de toneladas de CO2 equivalente naquele ano.

A quase totalidade das emissões inventariadas no estudo foi proveniente de apenas metade das usinas fósseis associadas ao Sistema Integrado Nacional. Dessas, a lista das top 10 usinas mais poluentes foi responsável por 49% do total de emissões de CO2 equivalentes em 2020. Não coincidentemente, oito dessas dez usinas operam com carvão, o combustível fóssil que mais emite gases de efeito estufa em sua queima.

O estudo destacou também a expansão do parque termelétrico brasileiro nas últimas duas décadas: desde 2000, a geração termelétrica cresceu 177%, passando de 30,6 TWh para 84,4 TWh, o que favoreceu um aumento de 90% das emissões de gases de efeito estufa do setor elétrico nesse mesmo período. 

Por um lado, essa energia extra facilitou a gestão do sistema elétrico em momentos críticos, como durante a crise hídrica de 2021, mas com custo significativamente mais alto do que o das fontes renováveis disponíveis no mercado brasileiro. Para piorar, iniciativas recentes do governo federal e do Congresso Nacional amarraram o país à geração termelétrica com novos – e caros – investimentos em geração termelétrica a gás natural, que encarecerão as contas dos consumidores brasileiros ao longo desta década.

Portal Solar e Valor, entre outros, destacaram o estudo do IEMA.

ClimaInfo, 1º de julho de 2022.

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