Para que serve o livro O poder do hábito?

Charles Duhigg menciona em seu livro O poder do hábito que em 1900 apenas 7% dos americanos usavam pasta de dente. Uma empresa fabricante de pasta dental decidiu colocar em sua fórmula ingredientes químicos que davam uma sensação de frescor. Em dez anos, a porcentagem subiu para 65% de americanos que passaram a escovar os dentes. O que esta empresa fez para alcançar tamanho sucesso? Foi simples: promoveu ações para transformar a escovação dos dentes em um hábito promovendo a recompensa de saúde e limpeza.

Os cientistas dizem que 40% das decisões que tomamos diariamente são hábitos. Isto ocorre porque o cérebro automatiza algumas decisões para não sofrer com uma sobrecarga de tarefas e poupar esforço. 

Um hábito, segundo o dicionário, é um comportamento que alguém aprende e repete frequentemente, e isto nos remete a compreender por que assimilamos determinados comportamentos a ponto de desejar repeti-los com frequência. 

Desenvolvendo regularmente a vigilância íntima, poderemos identificar os hábitos que devemos manter, os que nos prejudicam e devemos substituir. Imaginemos que beber o café esteja de algum modo afetando nossa saúde e o médico nos recomende diminuir ou eliminar este hábito. Pois bem, o que de fato funciona é mudar a rotina mantendo a recompensa. No caso do café, a vontade vem, mas em vez de beber o café que está nos prejudicando, é preciso buscar outras formas para alcançar a mesma recompensa, substituindo o café por outra bebida, ou um exercício ou outra situação que traga a recompensa, mas não me prejudique.

Segundo Emmanuel, na base de todo hábito está a disciplina, ou seja, para que algo se transforme em hábito em nossas vidas é necessário esforço e determinação, e talvez por isto, tenha recomendado “disciplina, disciplina e disciplina” ao Chico. Allan Kardec, na questão 685-a, nos fala que a educação moral é um conjunto de hábitos adquiridos. Compreender e direcionar nossa vontade para a transformação de nossos hábitos é a base de nosso progresso, pelo processo da autoeducação.

Imaginemos os hábitos negativos adquiridos no decorrer de nossas reencarnações e que automatizamos. Poderiam eles estar no modo ‘piloto automático’, dando replay constante em determinadas situações que conscientemente não conseguimos perceber? Segundo Emmanuel, o hábito é uma esteira de reflexos mentais acumulados, operando constante indução à rotina. Como, então, trazer isto à tona e transformar esta rotina sem um olhar atento e vigilante? A maledicência, a revolta, a ingratidão, a baixa autoestima, o ódio, a tristeza não poderiam ser comportamentos automatizados necessitando mudança?

A boa notícia é que os hábitos se consolidam ou se transformam por nossa vontade, a partir de decisões que tomamos quando, por nossa razão, decidimos o que nos serve ou não.

Jesus veio quebrar estas correntes de hábitos e posturas sedimentadas em valores inadequados. Por milênios se criou o hábito do “olho por olho, dente por dente”, isto estava automatizado, não se pensava para se tomar outra atitude. Quando Jesus ensina outra forma de agir, o perdão, mostra outro caminho, outra rotina e outra recompensa. Todavia, muitos até hoje ainda tentam mudar o hábito da vingança, do revide, pois sua razão e vontade ainda não trabalham neste sentido. 

Mudar hábitos não é algo simples. Uma atitude repetida com regularidade forma uma junção de neurônios, um caminho, um mapa. Para transformar ou criar hábitos precisamos ter disciplina e repetir constantemente esta nova rotina, comportamental, emocional, psíquica, para que se criem outros caminhos e fiquem também registrados e marcados, consolidando o aprendizado.

*Profissional de marketing, Umberto é orador e escritor brasileiro, morando atualmente na Flórida, EUA. Au- tor de diversos livros espíritas, dentre eles: O traficante (pelo espírito Jair dos Santos) O político (Adalberto Gória) e Bastidores de uma casa espírita (Luiz Carlos), ed. Correio Fraterno.

O que é um hábito? Raramente tomamos consciência que os hábitos são ações/atividades que uma pessoa de forma intencional decide realizar uma vez e que continua fazendo sem precisar focar naquilo. Hábitos são padrões de comportamento que repetimos.

Em minha experiência como Educadora Financeira, percebo que a maioria dos problemas financeiros são resultados de uma série de comportamentos, muitas vezes inconscientes, que atrapalham a gestão financeira pessoal e resultam em endividamentos.

Tem um texto que circula na internet e é atribuído a Frank Outlow, que gosto muito de usar como referência para explicar como os hábitos são incorporados em nosso cotidiano:

Vigie seus pensamentos, eles se tornam suas palavras. Vigie suas palavras, elas se tornam suas ações. Vigie suas ações, elas se tornam seus hábitos. Vigie seus hábitos, eles se tornam seu caráter. Vigie seu caráter, ele se torna seu destino.

Na prática é exatamente isso que ocorre, nossos pensamentos iniciam o processo, gerando sentimentos, e a decisão de executar (ação) gera uma referência para nosso cérebro. A execução repetida cria o padrão de comportamento, que é o hábito.

O mais interessante é que, biologicamente falando, nosso cérebro está preparado para economizar energia. Então o caminho mais fácil sempre será a primeira alternativa na decisão.

Estudiosos da mente humana explicam que, independentemente do que os tenha causado ou influenciado, todos os hábitos são executados no chamado piloto automático, ou seja, na mente subconsciente. Apesar disto, ele é um padrão de comportamento, e mesmo que ocorra de forma inconsciente (automática), podemos de forma consciente iniciar um processo para sua substituição.

Então existe um processo de criação de hábitos?

Sim, Charles Duhigg nos ensina que há um processo dentro do cérebro em um loop de três estágios.

Tudo começa com uma deixa, um gatilho, um estímulo, que leva o cérebro a entrar no modo automático e indicar qual hábito usar. Depois ocorre a rotina (física, mental ou emocional), onde geralmente uma ação é executada. Finalmente, existe uma recompensa, resultado da ação e que ajuda o cérebro a registrar se guarda a experiência para repetir no futuro (loop). Com o passar do tempo, a repetição desse loop, se torna cada vez automática e é assim que nasce o hábito.

Um exemplo simplificado desse ciclo, que inclusive é utilizado pelo Duhigg: Quando entramos em um carro para dirigir a primeira vez, ficamos extremamente ansiosos e tensos. Temos que nos preocupar com uma série de informações novas, ajustar a altura dos bancos, olhar para os retrovisores, dominar a troca de marcha, estar atento ao trânsito à frente, ufa! É muita coisa. Querer aprender a dirigir é o estímulo (deixa), entrar no carro e iniciar o processo de aprendizado é a ação (rotina), tirar a habilitação é a recompensa. Depois fazemos tantas vezes (loop) que, literalmente, ligamos o nosso piloto automático e às vezes chegamos no destino sem nem perceber o caminho que fizemos (virou hábito).

Vale ressaltar que nosso cérebro não faz nenhum filtro de valor se o hábito que está se formando é positivo ou negativo. O exemplo para o hábito negativo é o do consumo de drogas, onde o usuário tem uma recompensa imediata de sensações que considerou agradáveis, porém ao longo do tempo o uso trará consequências terríveis para sua saúde.

É preciso existir uma recompensa ou isso será um mau costume?

A recompensa é o que move a criação ou não do hábito. Isto ocorre porque nosso subconsciente sempre irá resgatar emoções e sentimentos ligados a determinado evento. O ser humano é movido a recompensas o tempo todo, desde a mais tenra idade. Dor ou prazer estão entranhadas nas recompensas e são as molas propulsoras de todo comportamento.

O chamado mau costume é apenas um hábito e pode ser substituído, desde que a pessoa tome consciência, queira substituir e passe a exercitar o novo padrão de comportamento, que irá se tornar o novo hábito.

Os gatilhos devem ser estratégicos. Lembrando que nosso cérebro sempre irá escolher a economia de energia, portanto o caminho mais fácil.

Por exemplo, se eu quero desenvolver o hábito de acordar mais cedo para fazer exercícios antes de ir para o trabalho, devo criar rotinas que “facilitem” esse processo. Colocar o despertador distante da mão, para não cair em tentação de usar a função soneca e ter que me levantar da cama para desligar; separar a roupa na noite anterior, deixando em um lugar bem à vista; ter na despensa/geladeira lanches apropriados para pré-treino. Enfim, buscar eliminar ou diminuir ao máximo qualquer coisa que possa servir de desculpa ou obstáculo para não realizar a atividade física.

Como trazer a recompensa para a Educação Financeira?

A Educação Financeira ensina as pessoas a terem sonhos de curto, médio e longo prazos.

A concretização destes sonhos é ao mesmo tempo o gatilho (desejo) e a recompensa (realização).

Lembrando que pode existir um ciclo ruim pela busca dessa recompensa e que leva à endividamento. A deixa (gatilho) pode ser qualquer coisa que dispare o desejo de consumir e gastar, como por exemplo, ir ao shopping. Em seguida, teríamos a rotina de comprar, visitando lojas e experimentando produtos. Por fim, a recompensa, que é o próprio produto em si ou aquela agradável sensação de satisfação do próprio ato de comprar.

É possível mudar hábitos antigos?

Não falamos necessariamente em mudar hábitos antigos, porque a gente não consegue excluir eles, não tem botão delete! Conseguimos apenas substituir por novos hábitos.

Mas antes de tudo é preciso tomar consciência que determinado hábito atrapalha a sua vida. Onde você quer chegar? Que objetivo quer alcançar? Que hábitos precisa ter para alcançar estes objetivos? O que está disposto(a) a fazer para substituir o que considera não estar bom?

É preciso querer essa substituição e acreditar que a criação de novos hábitos é possível!

Existe também uma regra de ouro a ser seguida para que um novo hábito seja inserido com sucesso na rotina de alguém, devem ser mantidos o gatilho/estímulo (deixa) e a recompensa.

No caso do exemplo que citei antes, da pessoa que quer inserir o hábito da atividade física em sua rotina. Na realidade essa pessoa substituirá o hábito do sedentarismo em sua vida, assim, deve analisar o que de fato estimula e o que considera como recompensa para criar estratégias que funcionem ao longo do tempo. Acordar mais cedo será a melhor estratégia? Ir para uma academia será efetivo?

Substituir um hábito por outro pode não ser fácil, também não é rápido. Algumas pessoas não conseguem gerar novos hábitos sozinhas, precisam de auxílio e apoio, que pode ser um grupo ou processos de coaching, em casos mais extremos pode ser necessário um acompanhamento com psicólogo ou psiquiatra.

Por que para algumas pessoas a criação de novos hábitos é mais difícil?

Muito simples, somos indivíduos, singulares, cada um de nós possui uma bagagem de vida, com conhecimentos, habilidades, comportamentos e compreensão da vida distintos. Normal, portanto, que os gatilhos e recompensas sejam também singulares, gerando hábitos diferentes e únicos como nossa individualidade.

Para ter sucesso na criação de novos hábitos é preciso compreender e respeitar essa individualidade, sem fazer comparações ou usar a medida dos outros como régua.

Como ter disciplina para criar um novo hábito?

Não existe uma fórmula pronta, mas o primeiro passo deve ser a análise da rotina que se quer transformar. Algumas respostas devem ser obtidas: Qual o hábito que quero substituir? O que dispara esse hábito que quero substituir(qual é o gatilho)? Qual é a verdadeira recompensa que procuro?

Eu costumo aplicar com meus clientes, seja em mentoria, coaching ou Educação Financeira, uma ferramenta chamada “Ganhos & Perdas” que gera clareza para conhecer o que realmente motiva e o que tem potencial para sabotar. 

O segundo passo é criar um plano para alterar o comportamento. Planeje em detalhes a nova rotina. No início pode ser muito difícil, mas com insistência e algum tempo depois, é possível perceber melhoras na vida como um todo.

É claro que isso é um processo e devem existir estratégias para criar o hábito, principalmente para saber lidar com as emoções que surgem no caminho.

Uma decisão, um hábito, é suficiente para gerar transformação e colher resultados positivos em diversas áreas da vida!

Eu recomendo a leitura de alguns livros, além do "O Poder do Hábito", que irão gerar reflexões e com certeza mostrar novas possibilidades para obter melhores resultados:

Na Revista Brasileira de Administração - RBA nº 140, eu comento que "a estratégia a ser executada é que deverá gerar os resultados esperados veja a matéria aqui

Você também pode assistir ao webinar sobre o tema "rotina, planejamento e produtividade no trabalho" que fui convidada a fazer no canal do Conselho Federal de Administração - CFAPlay, veja aqui.

O que o livro O poder do hábito nos ensina?

Charles Duhigg explica que para modificar hábitos considerado ruins, você precisa tentar reprogramá-los ou sobrescrevê-los com uma nova rotina. Para isso, é preciso manter a deixa e a recompensa e modificar a rotina.

O que você pode aprender com o poder do hábito?

"Os hábitos, dizem os cientistas, surgem porque o cérebro está o tempo todo procurando maneiras de poupar esforço. Se deixado por conta própria, o cérebro tentará transformar quase qualquer rotina num hábito, pois os hábitos permitem que nossas mentes desacelerem com mais frequência."

Qual é o significado do livro hábito?

A obra é resultado de um longo estudo do autor, que há duas décadas pesquisou como os hábitos funcionam e, principalmente, como podem ser transformados. Baseado em histórias reais e cases de sucesso, o livro dá destaque à criação e manutenção de hábitos positivos.

Qual é a importância do hábito?

Hábitos são fundamentais na tomada de decisão Nos estudos de Duhigg, ele identifica que cerca de 40% das nossas decisões diárias, não são decisões e sim resultado dos hábitos que acumulamos no decorrer da vida. Em resumo, praticamente metade do nosso dia estamos vivendo no piloto automático, sem nem que nem percebamos.