O que corta o efeito do MD?

Nos anos 80 o MDMA, ou 3,4-metilenodioximetilanfetamina, apareceu e tornou-se uma das substâncias preferidas dos/as frequentadores/as de ambientes de diversão nocturna. O MDMA é uma substância psicoactiva, também conhecida por ecstasy ou simplesmenteMD, que provoca efeitos estimulantes, de bem-estar e empatia. Nos resultados do Global Drug Survey (GDS), o maior questionário sobre drogas do mundo, das 900 pessoas que responderam a este questionário em Portugal no ano passado, 30% referiram que já experimentaram MDMA pelo menos uma vez na vida e 18% fizeram-no no último ano. Basta sair à noite para um sítio com som de batida mais forte que facilmente se encontra quem esteja on.

Em Portugal, o consumo de MDMA, tal como o de todas as outras drogas, está descriminalizado. No entanto, a sua venda é crime. Uma das consequências da guerra às drogas é que a proibição não afecta só os caminhos de circulação das drogas, mas torna também clandestina a informação sobre estas substâncias. Normalmente as dicas de como se toma, se se engole ou se fuma, qual a quantidade para uma primeira vez ou quanto tempo se deve esperar até tomar mais são sussurradas e chegam por um/a amigo/a de um/a amigo/a, que frequentemente está errado/a. O facto da informação que circula sobre esta substância não ser geralmente fidedigna, como a que vem na bula dos medicamentos, aumenta muito os riscos associados ao seu consumo.

O que se sente quando se toma MDMA?

Cada experiência é única. A maioria das pessoas que toma esta substância por via oral descreve efeitos iniciais semelhantes aos da embriaguez, uma leve tontura, boa disposição e alguma desinibição de pensamentos. Apenas 30 a 40 minutos após se ter consumido é que a viagem começa. Normalmente, inicia-se com uma sensação de leveza corporal e o efeito vai chegando na forma de ondas. Há um crescendo de energia, prazer e bem-estar. A nível mental instala-se um sentimento de empatia pelos outros/as e, principalmente, por nós próprios/as, que pode levar a um avassalador sentimento de união com o que nos rodeia. O efeito dura quatro a cinco horas, normalmente com poucos efeitos posteriores para além de uma leve estimulação.

Estudos recentes indicam que um dos efeitos do MDMA é reduzir a actividade da amígdala, uma zona do cérebro responsável pelas respostas emocionais como o medo ou agressividade. Esta é umas das propriedades que tem chamado a atenção de psiquiatras e psicoterapeutas que se dedicam a estudar a sua aplicação no tratamento do stress pós-traumático com resultados promissores. Apesar de ser uma substância conhecida há mais de 40 anos, os estudos científicos existentes sobre o potencial terapêutico do MDMA são muito recentes. A guerra às drogas de Nixon, para além de proibir o uso e a venda, embargou também grande parte da investigação científica destas substâncias. Durante este período, os estudos resumiram-se a modelos animais, focando-se no potencial tóxico do MDMA em condições que não reproduzem o uso real por seres humanos desta substância.

Quais são os riscos de tomar MDMA?

Os riscos existem, são vários e dependem essencialmente de três variáveis: 1) a pessoa, se esta tem ou não condições médicas pré-existentes e quais as suas expectativas em relação à experiência; 2) a substância, a dose que se toma e com que frequência, se a substância é pura ou está adulterada; e 3) do contexto, momento ou o ambiente em que decorre o consumo, se se toma numa discoteca, num festival de Verão, num museu ou em casa. Este triângulo pessoa-substância-contexto é determinante na vivência da experiência  e também dos riscos associados ao consumo de uma droga. Todavia, a proibição das drogas torna difícil controlar estas variáveis e dificulta a intervenção na promoção da saúde dos/as utilizadores/as e, consequentemente, a  auto-regulação dos seus consumos.

Como se podem reduzir os riscos?

Quando alguém sugerir “queres tomar MDMA?”, é muito importante saber o que isso pode implicar para tomar uma decisão informada. Um bom começo será pesquisar informação sobre a substância, por exemplo no site Erowid, que é uma referência no que toca a compostos psicoactivos. Outras dicas úteis podem ser: beber água de forma moderada e evitar misturar com bebidas alcoólicas, de modo a manter os níveis de hidratação; evitar locais muito quentes e fechados; se fugir o pé para a dança, fazer pausas regulares e apanhar ar fresco; evitar consumir sozinho/a, arranjar um/a amigo/a como guia pode ajudar; evitar snifar MDMA, mas, se acontecer, não partilhar o tubo com ninguém; antes de consumir pesar sempre as doses; sempre que esteja disponível o serviço de drug checking, testar as substâncias: recentemente pastilhas com doses muito elevadas de MDMA puro têm sido detectadas um pouco por toda Europa, aumentando o risco de overdose.

Os dados do Global Drug Survey são certamente um indicativo do que se consome por cá, e o MDMA é uma das substâncias mais procuradas. Com este questionário é possível saber quem consome, o que consome e como consome, permitindo desenhar estratégias de prevenção e redução de riscos. O questionário está a decorrer aqui. São 20 minutos de perguntas que nos podem ajudar a lutar por medidas mais sensatas. É imperativo libertar da clandestinidade a informação sobre drogas. 

O que não misturar com MD?

Não se devem misturar as anfetaminas nem com outras drogas, nem com álcool. Há quem goste de as misturar com álcool (o que permite beber mais do que aquilo que normalmente se aguenta), mas isso faz aumentar a probabilidade de uma maior ressaca, para além de sobrecarregar muito o fígado.

Como dormir depois MD?

O primeiro passo é bastante óbvio: repouso. É preciso permitir que o corpo tenha o descanso necessário para se recuperar, especialmente considerando que o consumo de MD o deixa em uma situação de alerta, de modo que fica difícil desligar.

O que fazer para passar o efeito da droga?

Se você não sabe o que fazer chapado para cortar a brisa, aqui vai uma dica fácil e prática: deite-se. Essa é a opção mais efetiva, apesar de levar algum tempo. Manter-se deitado evita tonturas e dores de cabeça. O ideal para quem quer cortar o efeito da cannabis totalmente é dormir.

Quanto tempo dura o efeito do MD?

Essa substância é responsável por aumentar o estado de euforia e também a sensação de prazer do usuário. Quando ingerida, os efeitos têm início após 30 a 45 minutos e podem durar entre 4 e 8 horas.