O que acontece por volta de 22 de setembro quando novamente a duração do dia e praticamente igual à duração da noite no mundo todo?

  Desde a pr�-hist�ria que o Homem ficou deslumbrado pela sucess�o dos dias e das noites e pelo desenrolar das fases da Lua: estes fen�menos conduziram �s no��es de dia e de m�s. A no��o de ano � menos evidente e foi s� com o desenvolvimento da agricultura que os povos primitivos se aperceberam do ciclo das esta��es. S�o, portanto, o dia, o m�s lunar ou luna��o e o ano os per�odos astron�micos naturais utilizados em qualquer calend�rio. Vamos precisar melhor cada um deles.


Conceitos

O dia solar verdadeiro, intervalo de tempo entre duas passagens consecutivas do Sol pelo meridiano dum lugar, varia entre 23 h 59 m 39 s e 24 h 00 m 30 s. Estas varia��es, devidas �s desigualdades que afectam a ascens�o recta do Sol, obrigam-nos a utilizar um dia civil, com a dura��o de 24 horas. Este dia, definido em fun��o do dia solar m�dio, come�a � meia-noite e termina � meia-noite seguinte.

A luna��o, intervalo de tempo entro duas conjun��es consecutivas da Lua com o Sol, tamb�m n�o � um valor constante, mas varia entre 29 dias e 6 horas e 29 dias e 20 horas. O seu valor m�dio, conhecido com grande precis�o, � de 29 d 12 h 44 m 02,8 s. A revolu��o sin�dica da Lua est� na origem dos calend�rios lunares, em que os meses t�m alternadamente 29 dias e 30 dias. O seu valor m�dio �, portanto, de 29,5 dias, diferindo 44 m do m�s sin�dico.

Em Astronomia consideram-se v�rias esp�cies de ano. Iremos referir-nos apenas ao ano sideral e ao ano tr�pico.

O ano sideral, dura��o da revolu��o da Terra em torno do Sol, � igual a 365 d 06 h 09 m 09,8 s. � este ano que interv�m na terceira lei de Kepler da mec�nica celeste, ao ligar as dura��es das revolu��es dos planetas com os eixos maiores das �rbitas.

O ano tr�pico, tempo decorrido entre duas passagens consecutivas do Sol m�dio pelo ponto vernal, � actualmente de 365 d 05 h 48 m 45,3 s. � mais curto do que o ano sideral, devido � precess�o dos equin�cios, que faz retrogradar o ponto vernal de 50,24 segundos de arco por ano. � o ano tr�pico que regula o retorno das esta��es e que interv�m nos calend�rios solares.

H� ainda os calend�rios luni-solares, que procuram harmonizar as luna��es com a revolu��o tr�pica do Sol.

O prot�tipo actual de calend�rio lunar � o calend�rio isl�mico; do calend�rio solar � o calend�rio gregoriano; do calend�rio luni-solar � o calend�rio israelita. Mas tamb�m o calend�rio gregoriano conserva, de certo modo, uma base luni-solar no que diz respeito �s regras para a determina��o da data da P�scoa, a que procuraremos mais adiante fazer refer�ncia.

Um outro per�odo de tempo utilizado nos calend�rios � a semana de sete dias, cuja origem se desconhece. � prov�vel que estivesse relacionada com o m�s lunar, visto que sete dias s�o aproximadamente um quarto de luna��o, o intervalo aproximado entre a Lua cheia e o quarto minguante, ou talvez com o n�mero dos sete astros principais do firmamento (os cinco planetas conhecidos na Antiguidade mais o Sol e a Lua). Mas � prov�vel que a escolha de um intervalo de sete dias se deva ao car�cter sagrado do n�mero sete entre os judeus. Seja como for, o ciclo semanal de sete dias propagou-se inicialmente para oriente e s� bastante mais tarde chegou ao ocidente, encontrando-se hoje praticamente incorporado em todos os calend�rios, como ciclo regulador das actividades laborais.

Calend�rios antigos

Os mais primitivos calend�rios do velho Continente, de que a Hist�ria nos proporciona uma informa��o concreta, s�o o hebreu e o eg�pcio. Ambos tinham um ano civil de 360 dias: curto para representar o ciclo das esta��es, mas grande para corresponder ao chamado "ano lunar" , que se define como um per�odo de tempo igual a 12 luna��es completas existentes no ano tr�pico, ainda desconhecido.

Ignora-se como os hebreus dividiam o ano, mas depreende-se que j� utilizavam a semana, visto que seguiam o mesmo princ�pio para contar os anos, agrupando-os em septanas ou semanas de "sete anos". Pelo contr�rio, os eg�pcios dividiam o ano em 12 meses de 30 dias e cada m�s em tr�s d�cadas. Os eg�pcios tamb�m dividiam o ano em tr�s esta��es, de acordo com as suas actividades agr�colas dependentes das cheias do Nilo: a esta��o das inunda��es; a esta��o das sementeiras e a esta��o das colheitas.

N�o satisfeitos com o ano de 360 dias, estes povos procuraram aperfei�oar o seu calend�rio, embora seguindo caminhos diferentes. Os hebreus voltaram-se para o sistema luni-solar, ajustando os meses com o movimento sin�dico da Lua e coordenando o ano com o ciclo das esta��es. Por sua vez, os eg�pcios abandonaram por completo o sistema lunar para seguir unicamente o ciclo das esta��es, tal como as observavam no Egipto, visto desconhecerem ainda a dura��o do ano tr�pico.

Depois de muitas reformas, por volta do ano 5000 a. C., os eg�pcios estabeleceram um ano civil invari�vel de 365 dias, conservando a tradicional divis�o em 12 meses de 30 dias e 5 dias adicionais no fim de cada ano. O atraso aproximado de 6 horas por ano em rela��o ao ano tr�pico motivou que, lentamente, as esta��es eg�pcias se fossem atrasando, originando uma rota��o destas por todos os meses do ano. Por esse motivo, os eg�pcios come�aram uma cuidadosa observa��o no ano 2783 a. C., comprovando que em 1323, tamb�m a. C., as esta��es voltavam a coincidir nas mesmas datas do calend�rio. A este per�odo de 1461 anos eg�pcios e que corresponde a 1460 anos julianos, deu-se o nome de per�odo sot�aco, de Sothis ou Sirius, em cujo nascimento hel�aco se basearam as observa��es.

Apesar desta comprova��o, os eg�pcios n�o fizeram qualquer correc��o no seu ano vago eum segundo per�odo sot�aco seria iniciado em 1323 a. C. Por�m, no ano 238 a. C., houve uma tentativa para reformar o calend�rio eg�pcio por forma a p�-lo de acordo com o ciclo das esta��es mas sem �xito, devido � oposi��o de determinadas classes sacerdotais. S� no ano 25 a. C. foi adoptada a reforma juliana, introduzindo, de 4 em 4 anos, 6 dias adicionais em vez de 5.

Os gregos estabeleceram um ano lunar de 354 dias, que dividiram em 12 meses de 30 e 29 dias, alternadamente. Por conseguinte, tinha menos 11 dias e 6 horas do que a ano tr�pico, sendo necess�rio fazer intercala��es para estabelecer a devida correspond�ncia. Estas intercala��es tinham o nome de diet�rida, ciclo de dois anos ; triet�rida, ciclo de tr�s anos , etc. Os meses, como no calend�rio eg�pcio, eram dedicados aos deuses e neles se celebravam festas, n�o s� em honra do deus correspondente, mas tamb�m muitas outras dedicados aos astros, �s esta��es, etc.

No primitivo calend�rio romano, o ano tinha 304 dias distribu�dos por 10 meses. Os 4 primeiros tinham nomes pr�prios dedicados aos deuses da mitologia romana e provinham de tempos mais remotos, em que, provavelmente, se aplicaram �s 4 esta��es; os 6 restantes eram designados por n�meros ordinais, indicativos da ordem que ocupavam no calend�rio, segundo o esquema:

1.� Martius 31 dias, dedicado a Marte
2.� Aprilis 30 dias, dedicado a Apolo
3.� Maius (maior) 31 dias, dedicado a J�piter
4.� Junius 30 dias, dedicado a Juno
5.� Quintilis 31 dias (n.� ordinal)
6.� Sextilis 30 dias
7.� September 30 dias
8.� October 31 dias
9.� November 30 dias
10.� December 30 dias

Como se depreende, tratava-se dum calend�rio sem qualquer base astron�mica, pois os per�odos nele definidos n�o tinham qualquer rela��o com os movimentos do Sol ou da Lua. Por isso, no tempo de R�mulo j� foram introduzidas algumas intercala��es por forma a harmonizar o calend�rio vigente com os citados per�odos astron�micos.

O calend�rio de R�mulo foi reformulado por Numa Pomp�lio, o qual, seguindo o exemplo dos gregos, estabeleceu o ano de 12 meses, mas introduzindo em primeiro lugar o m�s de Januarius, dedicado a Jano, e em �ltimo lugar o m�s de Februarius, dedicado a Februa, ao qual os romanos ofereciam sacrif�cios para expiar as suas faltas de todo o ano. Este foi o motivo por que o m�s de Februarius foi colocado no fim. Mas Numa modificou tamb�m a dura��o dos meses, deixando o calend�rio do seguinte modo:

1.� Januarius 29 dias
2.� Martius 31 dias
3.� Aprilis 29 dias
4.� Maius 31 dias
5.� Junius 29 dias
6.� Quintilis 31 dias
7.� Sextilis 29 dias
8.� September 29 dias
9.� October 31 dias
10.� November 29 dias
11.� December 29 dias
12.� Februarius 27 dias
  TOTAL 354 dias

Consequentemente, o ano tinha 354 dias (ano lunar dos gregos). Mas esta estranha distribui��o dos dias pelos meses era devida � supersti��o dos romanos que tomavam por nefastos os n�meros pares. Pela mesma raz�o, consideraram nefasto o ano de 354 dias e aumentaram-no para 355 dias, atribuindo o dia excedente a Februarius, que passou a ter 28 dias.

Entretanto, os romanos sentiram tamb�m a necessidade de coordenar o seu ano lunar com o ciclo das esta��es e seguindo, de certo modo, o exemplo dos gregos, estabeleceram um rudimentar sistema luni-solar, introduzindo no seu calend�rio, de dois em dois anos, um novo m�s: Mercedonius, assim chamado por estas intercala��es serem feitas na �poca em que os senhores outorgavam as suas merc�s aos escravos (uma esp�cie de gratifica��es volunt�rias pelos servi�os prestados).

O Mercedonius, cuja dura��o alternava de 22 ou 23 dias, intercalava-se entre 23 e 24 de Februarius, que se interrompia, completando-se depois da mesma. O ano assim formado tinha, em m�dia, 366,25 dias, portanto mais um dia do que o ciclo das esta��es. Foram estabelecidos v�rias normas para atender a esse aspecto que na pr�tica n�o resultaram, pois as intercala��es passaram a ser feitas de acordo com interesses particulares ou pol�ticos: os pont�fices alongavam ou encurtavam o ano conforme os seus amigos estavam ou n�o no poder. A desordem atingiu tal ponto que o come�o do ano j� estava adiantado de tr�s meses em rela��o ao ciclo das esta��es.

Calend�rio juliano

Foi esta desordem que J�lio C�sar encontrou ao chegar ao poder. Decidido a acabar com os abusos dos pont�fices, chamou a Roma o astr�nomo grego Sos�genes, da escola de Alexandria, para que examinasse a situa��o e o aconselhasse nas medidas que deveriam ser adoptadas.

Estudado o problema, Sos�genes observou que o calend�rio romano estava adiantado de 67 dias em rela��o ao ano natural ou ciclo das esta��es, Para desfazer essa diferen�a, J�lio C�sar ordenou que naquele ano (708 de Roma, ou 46 a.C.), al�m do Mercedonius de 23 dias que correspondia intercalar naquele ano, fossem adicionados mais dois meses, um de 33 dias, outro de 34 dias, entre os meses de November e December. Resultou assim um ano civil de 445 dias, o maior de todos os tempos, �nico na hist�ria do calend�rio e conhecido pelo nome de Ano da confus�o, pois, devido � grande extens�o dos dom�nios de Roma e � lentid�o dos meios de comunica��o de ent�o, nalgumas regi�es a ordem foi recebida com tal atraso que j� havia come�ado um novo ano.

Foi ent�o abolido o calend�rio lunar dos dec�nviros e adoptou-se o calend�rio solar, conhecido por Juliano, de J�lio C�sar, que come�ou a vigorar no ano 709 de Roma (45 a.C.), mediante um sistema que devia desenrolar-se por ciclos de quatro anos, com tr�s comuns de 365 dias e um bissexto de 366 dias, a fim de compensar as quase seis horas que havia de diferen�a para o ano tr�pico. Suprimiu-se o Mercedonius e Februarius passou a ser o segundo m�s do ano. Consequentemente, os restantes meses atrasaram uma posi��o, al�m da que j� haviam atrasado na primeira reforma de Numa, com a consequente falta de sentido dos meses com designa��o ordinal. O valor m�dio do ano passou a ser de 365,25 dias e o equin�cio da primavera deveria ocorrer por volta de 25 de Mar�o.

Era a seguinte a ordena��o e dura��o dos meses no primitivo calend�rio juliano:

1.� Januarius 31 dias
2.� Februarius 29 ou 30 dias
3.� Martius 31dias
4.� Aprilis 30 dias
5.� Maius 31 dias
6.� Junius 30 dias
7.� Quintilis 31 dias
8.� Sextilis 30 dias
9.� September 31 dias
10.� October 30 dias
11.� November 31 dias
12.� December 30 dias

Como se pode observar, a distribui��o dos dias do ano fez-se alternando os meses de 30 e 31 dias, consoante fosse par ou �mpar a sua ordem no calend�rio nos anos bissextos, ficando Februarius com 29 dias nos anos comuns. Assim, por disposi��o de J�lio C�sar, os romanos tiveram de abolir a sua preven��o contra os meses de dias pares, que sempre haviam considerado nefastos ou de mau agoiro.

Evolu��o do calend�rio juliano

Durante o consulado de Marco Ant�nio, reconhecendo-se a import�ncia da reforma introduzida no calend�rio romano por J�lio C�sar, foi decidido prestar-lhe justa homenagem, perpetuando o seu nome no calend�rio, de maneira que o s�timo m�s, Quintilis, passou a chamar-se Julius.

Tamb�m no ano 730 de Roma, o Senado romano decretou que o oitavo m�s, Sextilis, passasse a chamar-se Augustus, porque durante este m�s come�ou o imperador C�sar Augusto o seu primeiro consulado e p�s fim � guerra civil que desolava o povo romano. E para que o m�s dedicado a C�sar Augusto n�o tivesse menos dias do que o dedicado a J�lio C�sar, o m�s de Augustus passou a ter 31 dias. Este dia saiu do m�s de Februarius, que ficou com 28 dias nos anos comuns e 29 nos bissextos. Tamb�m para que n�o houvesse tantos meses seguidos com 31 dias, reduziram-se para 30 dias os meses de September e November, passando a ter 31 dias os de October e December. Assim se chegou � distribui��o sem l�gica alguma dos dias pelos meses, que ainda hoje perdura e que transcrevemos a seguir com os nomes actuais em l�ngua portuguesa:

1.� Janeiro 31 dias
2.� Fevereiro 28 ou 29 dias
3.� Mar�o 31 dias
4.� Abril 30 dias
5.� Maio 31 dias
6.� Junho 30 dias
7.� Julho 31 dias
8.� Agosto 31 dias
9.� Setembro 30 dias
10.� Outubro 31 dias
11.� Novembro 30 dias
12.� Dezembro 31 dias

De princ�pio, o calend�rio juliano conservou as letras nundinais para determinar a data dos mercados p�blicos, a divis�o dos meses pelas calendas, nonas e idus e a nomenclatura ordinal dos dias. O dia excedente de Februarius, nos anos bissextos, era intercalado como o fora anteriormente o m�s Mercedonius entre os dias 23 e 24. Quando Februarius passou a ter 28 dias nos anos comuns, o seu 23.� dia era o 6.� antes das calendas de Mar�o. Portanto, o dia seguinte, que era intercalado de 4 em 4 anos, passou a designar-se por bissextocalendas (ou bissextus dies ante calendas Martii). Da� o nome de dia bissexto e, por arrastamento, de ano bissexto que hoje se d� aos anos em que o m�s de Fevereiro tem 29 dias.

Mas o ciclo de 4 anos de Sos�genes come�ou por ser mal aplicado, pois em vez de se contarem 3 anos comuns e um bissexto, como, de facto, recomendava aquele astr�nomo, os pont�fices romanos falsearam a contagem ou a interpretaram mal, ainda que isso n�o pare�a muito prov�vel dada a sua simplicidade e intercalaram um ano bissexto de 3 em 3 anos. Assim, durante os primeiros 36 anos de vig�ncia do calend�rio juliano foram intercalados 12 bissextos em vez de 9. Para remediar este erro, e como 12 bissextos correspondiam a 48 anos, C�sar Augusto suspendeu as intercala��es durante 12 anos, come�ando ent�o a ser feita de 4 em 4 anos, como era correcto. Em geral, a cronologia n�o refere este facto e admite-se que o calend�rio juliano seguiu correctamente desde o princ�pio.

Por aquela �poca tiveram lugar na Terra Santa os mist�rios da Vida, Paix�o, Morte e Ressurrei��o de Jesus Cristo, o advento do cristianismo e a difus�o desta doutrina. Tal ocorr�ncia acabaria por ter bastante influ�ncia na evolu��o do calend�rio juliano: a fixa��o das regras para a determina��o da data da P�scoa e a adop��o oficial da semana no calend�rio romano.

Os crist�os da �sia Menor celebravam a P�scoa crist� no dia 14 da primeira Lua que come�asse em Mar�o, qualquer que fosse o dia da semana em que ocorresse essa data. Pelo contr�rio, os crist�os do Ocidente celebravam-na no domingo seguinte a esse dia. Esta discrep�ncia entre os crist�os do Oriente e do Ocidente na comemora��o de t�o importante acontecimento, deu origem a s�rias pol�micas entre os altos dignat�rios das duas Igrejas. A quest�o foi resolvida no conc�lio de Niceia (ano 325 da nossa era): Jesus Cristo ressuscitou num domingo, 16 Nissan do calend�rio judeu, coincidente com o plenil�nio do come�o da primavera. O conc�lio decidiu manter estes tr�s s�mbolos e acordou que a P�scoa passaria a ser celebrada universalmente, no domingo seguinte ao plenil�nio que tivesse lugar no equin�cio da primavera ou imediatamente a seguir.

Os crist�os, que entretanto iam ganhando posi��es em toda a parte, precisavam da semana hebraica para o seu culto, visto que tinham de guardar o preceito do descanso ao s�timo dia e, assim, a semana acabou por ser adoptada no calend�rio romano, abolindo-se, pouco a pouco, as letras nundinais e o uso das calendas, nonas e idus.

Conv�m salientar que o ano de 365,25 dias do calend�rio juliano � cerca de 11 m 14 s mais longo do que o ano tr�pico. A acumula��o desta diferen�a ao longo dos anos representa um dia em 128 anos e cerca de tr�s dias em 400 anos. Assim, o equin�cio da primavera que no tempo de Sos�genes ocorria por volta de 25 de Mar�o, ao realizar-se o conc�lio de Niceia, quase quatro s�culos depois, teve lugar a 21 de Mar�o.

Problemas com o calend�rio juliano

Este deslocamento do equin�cio no calend�rio, que n�o foi tomado em considera��o pelos padres conciliares de Niceia, continuou a produzir-se � raz�o de um dia em cada 128 anos, causando v�rias preocupa��es � Igreja durante toda a Idade M�dia, visto que esse atraso poderia dar origem a novas discrep�ncias sobre a data da P�scoa. O problema foi tratado nos conc�lios de Constan�a (1414) e Basileia (1436 e 1439), mas n�o foi poss�vel chegar a qualquer acordo. Em 1474, o Papa Sixto IV encarregou Juan Muller de estudar o meio de reformar o calend�rio, mas este s�bio alem�o, conhecido pelo nome de Regiomontano, morreu dois anos depois sem ter apresentado as conclus�es do seu trabalho. No conc�lio de S. Jo�o de Latr�o (1511 a 1515) foi novamente abordado o problema e no de Trento (1545 a 1563) chegou a ser discutido um projecto de reforma que n�o p�de ser concretizado, apesar dos esfor�os do Papa Pio IV, dada a escassa prepara��o cient�fica de ent�o para reconhecer as vantagens.

Foi necess�ria a autoridade de um Papa com a cultura e a tenacidade de Greg�rio XIII para conseguir impor a reforma. Entretanto, o equin�cio da primavera ocorria j� por volta de 11 de Mar�o. Depois de v�rias consultas a institui��es cient�ficas, em 1576 foi criada uma comiss�o encarregada de estudar o problema e as v�rias propostas existentes para o resolver. Nesta comiss�o, constitu�da pelos melhores astr�nomos e matem�ticos da �poca, teve papel preponderante o c�lebre padre jesu�ta Clavius, que estudara matem�tica em Coimbra com Pedro Nunes.

Foi preferido o projecto de reforma apresentado pelo astr�nomo Lu�s L�lio e comunicado em 1577 e 1578 a numerosos pr�ncipes, bispos e universidades para darem a sua opini�o. S� depois de analisadas pela comiss�o todas essas respostas, se resolveu adoptar finalmente o projecto de L�lio e em 24 de Fevereiro de 1582 Greg�rio XIII expediu a bula Inter Grav�ssimas, que estabelecia os pontos essenciais do novo calend�rio.

Calend�rio gregoriano

A reforma gregoriana tinha por finalidade fazer regressar o equin�cio da primavera a 21 de Mar�o e desfazer o erro de 10 dias j� existente. Para isso, a bula mandava que o dia imediato � quinta-feira 4 de Outubro fosse designado por sexta-feira 15 de Outubro. Como se v�, embora houvesse um salto nos dias, manteve-se intacto o ciclo semanal.

Para evitar, no futuro, a repeti��o da diferen�a foi estabelecido que os anos seculares s� seriam bissextos se fossem divis�veis por 400.Suprimir-se-iam, assim, 3 dias em cada 400 anos, raz�o pela qual o ano 1600 foi bissexto, mas n�o o foram os anos 1700, 1800 e 1900, que teriam sido segundo aregra juliana, por serem divis�veis por 4.

A dura��o do ano gregoriano �, em m�dia, de 365d 05h 49 m 12 s, isto �, tem actualmente mais 27s do que o ano tr�pico. A acumula��o desta diferen�a ao longo do tempo representar� um dia em cada 3000 anos. � evidente que n�o valia a pena aos astr�nomos de Greg�rio XIII atender a t�o pequena e long�nqua diferen�a, nem na actualidade ela tem ainda qualquer import�ncia. Talvez l� para o ano 5000 da nossa era, se ainda continuarmos com o mesmo calend�rio, seja necess�rio ter isso em considera��o.

Portugal, Espanha e It�lia foram os �nicos pa�ses que aceitaram de imediato a reforma do calend�rio. Em Fran�a e nos Estados cat�licos dos Pa�ses Baixos a supress�o dos 10 dias fez-se ainda em 1582, durante o m�s de Dezembro (9 para 20 em Fran�a, 14 para 25 nos Pa�ses Baixos). Os Estados cat�licos da Alemanha e da Su��a acolheram a reforma em 1584; a Pol�nia, ap�s alguma resist�ncia, em 1586 e a Hungria em 1587. A repugn�ncia foi grande mesmo nos pa�ses cat�licos, pois isso significava sacrificar 10 dias e romper aparentemente com a continuidade do tempo. Estas reac��es mostram que o calend�rio toca o cora��o das pessoas e que conv�m tratar a quest�o com prud�ncia.

Nos pa�ses protestantes a recusa foi mais longa. O erudito franc�s Joseph Scaliger, pelas suas cr�ticas, contribuiu para organizar a resist�ncia. "Os protestantes, dizia Kepler, preferem antes estar em desacordo com o Sol do que de acordo com o Papa". Os protestantes dos Pa�ses Baixos, da Alemanha e da Su��a s� por volta de 1700 aceitaram o novo calend�rio. Mas nalgumas aldeias su��as foi preciso recorrer � for�a para obrigar o povo a faz�-lo. A Inglaterra e a Su�cia s� o fizeram em 1752; foi preciso ent�o sacrificar 11 dias, visto que tinham considerado 1700 como bissexto. O problema na Inglaterra agravou-se mais porque tamb�m nesse ano fora decidido que o in�cio do ano seria transferido para o dia 1 de Janeiro (at� ent�o o ano come�ava a 25 de Mar�o). Deste modo, em Inglaterra haviam-se suprimido quase tr�s meses no in�cio do ano e em Setembro, com a adop��o do calend�rio gregoriano, eram suprimidos mais 11 dias. Era demais para um povo fiel �s tradi��es.

Os russos, gregos, turcos e, duma maneira geral, os povos de religi�o ortodoxa, conservaram o calend�rio juliano at� ao princ�pio deste s�culo. Como tinham considerado bissextos os anos de 1700, 1800 e 1900, a diferen�a era j� de 13 dias. A URSS adoptou o calend�rio gregoriano em 1918, a Gr�cia em 1923 e a Turquia em 1926.

Em conclus�o, actualmente o calend�rio gregoriano pode ser considerado de uso universal. Mesmo aqueles povos que, por motivos religiosos, culturais ou outros, continuam agarrados aos seus calend�rios tradicionais, utilizam o calend�rio gregoriano nas suas rela��es internacionais.

A seguir � implanta��o da reforma gregoriana, os crist�os suprimiram o descanso ao s�bado, transferindo-o para o domingo em comemora��o perp�tua da Ressurrei��o de Cristo. Assim se quebrou a unidade de descanso no s�timo dia, estabelecido por Mois�s h� mais de 5700 anos. Seguindo o exemplo dos crist�os, tamb�m os mu�ulmanos renunciaram ao preceito mosaico de descanso ao s�bado e transferiram-no para sexta-feira, em cujo dia da semana, dez s�culos antes, o Alcor�o foi revelado a Maom� e se deu a fuga deste de Meca para Medina (15 de Julho do ano 622 da era crist�).

Defeitos do calend�rio gregoriano

O calend�rio gregoriano apresenta alguns defeitos, tanto sob o ponto de vista astron�mico (estrutura interna), como no seu aspecto pr�tico (estrutura externa). Por isso, v�rios investigadores pertencentes a v�rias igrejas ou organismos internacionais e mesmo privados se t�m ocupado activamente da reforma do calend�rio.

Sob o ponto de vista astron�mico, o seu principal defeito � ser ligeiramente mais longo do que o ano tr�pico, o que se traduz por uma diferen�a de um dia em cerca de 3000 anos. Por�m, esta pequena diferen�a n�o tem qualquer inconveniente imediato e uma reforma do calend�rio destinada a corrigi-la traria s�rios problemas, porque iria criar uma descontinuidade com as consequentes complica��es cronol�gicas.

O mesmo n�o acontece sob o ponto de vista pr�tico, em que, de facto, se justifica uma modifica��o. Com efeito, o n�mero de dias de cada m�s � muito irregular (28 a 31 dias). O mesmo acontece com a semana, adoptada quase universalmente como unidade laboral de tempo, que n�o se encontra integrada nos meses e muitas vezes repartida por dois meses diferentes. Estas duas anomalias t�m s�rios inconvenientes numa distribui��o racional do trabalho e dos sal�rios, que s�o maiores do que � primeira vista se pode pensar. At� a pr�pria economia dom�stica se recente, visto que um sal�rio mensal fixo tem de ser distribu�do por um n�mero diferente de dias.

Mais grave ainda � a mobilidade da data da P�scoa, que oscila entre 22 de Mar�o e 25 de Abril, com as consequentes perturba��es da dura��o dos trimestres escolares e de numerosas outras actividades (judiciais, econ�micas, tur�sticas, etc.) particularmente nos pa�ses crist�os em que as festas da Semana Santa t�m uma grande import�ncia.

H� ainda um outro ponto que julgo ser de interesse salientar. Diz respeito ao tratamento desigual que foi dado � Lua e ao Sol. Com efeito, os padres do conc�lio de Niceia e o Papa Greg�rio XIII ligaram o calend�rio ao Sol verdadeiro, mas tomaram para Lua pascal uma Lua m�dia que, por vezes, se afasta bastante da Lua astron�mica. Por esse motivo, podem dar-se desvios de uma semana ou mesmo de um m�s na data da P�scoa.

Dada a import�ncia do ciclo semanal no relacionamento entre os diferentes calend�rios e, inclusive, na resolu��o de algumas d�vidas, julgamos de interesse dizer mais alguma coisa sobra o assunto. No quadro junto est�o indicados os respectivos nomes em latim e a sua correspond�ncia com as l�nguas latinas. S� o portugu�s � que se afasta um pouco da tradi��o.

Domingo: dia do Senhor. Dedicado ao Sol. O astro-rei era tudo para o homem primitivo: espantava as trevas, aquecia os corpos, amadurecia as colheitas. Enfim, o Sol era Deus; da� a designa��o de Dia do Senhor entre os latinos.

Segunda-feira: dia da Lua. Depois do Sol e sempre no c�u, a Lua era a impress�o mais forte recebida pelo homem. Influ�a nas mar�s, no plantio, no corte das madeiras, talvez mesmo no nascimento das crian�as. Da� a atribuir-lhe um dia da semana.

Ter�a-feira: dia de Marte. Na escala dos poderes que governavam os c�us, as trevas e os seres humanos, Marte pontificava. Era o senhor da guerra e, portanto, dos destinos das na��es e dos povos. A sua influ�ncia era t�o grande que, inclusive, no calend�rio romano lhe foi destinado um m�s (Mar�o).

Quarta-feira: dia de Merc�rio. Era o deus do com�rcio, dos viajantes e dos ... ladr�es! Mensageiro e arauto de J�piter, protegia os comerciantes e os seus neg�cios; dada a import�ncia que estas criaturas tiveram em todos os tempos e em todos os lugares, alcan�aram para o seu deus a consagra��o de um dia da semana.

Quinta-feira: dia de J�piter. Honraria conferida ao pai dos deuses pag�os, comandante dos ventos e das tempestades. Da� a ideia de lhe atribuir um dia da semana, talvez para aplacar a sua f�ria.

Sexta-feira: dia de V�nus. Nascida da espuma do mar para distribuir belezas pelo mundo, V�nus representava para os pag�os os ideais da formosura, da harmonia e do amor. Da� a raz�o de merecer a homenagem de um dia da semana.

S�bado: dia de Saturno. Saturno, deus especialmente querido dos Romanos, foi despojado, pelo uso e pelo tempo, da homenagem consistente em dar nome a um dia da semana. Em Roma eram celebrados grandes festejos em sua honra as Saturnais realizadas em Dezembro e que se prolongavam por v�rios dias. Mas a homenagem a Saturno, correspondente a um dia da semana, perdeu-se nas l�nguas latinas, em que se deu prefer�ncia ao termo hebraico Shabbath, que significa repouso, indicado na velha lei judaica como sendo o dia dedicado ao descanso e �s ora��es. Mas a l�ngua inglesa permaneceu fiei ao velho Saturno, chamando ainda ao seu s�bado Saturday.

Quadro comparativo dos nomes dos dias da semana

Latim Italiano Franc�s Espanhol Portugu�s
Dies Dominica
(Dia do Senhor)
Domenica Dimanche Domingo Domingo
Lunae dies
(Dia da Lua)
Lunedi Lundi Lunes Segunda-feira
Martis dies
(Dia de Marte)
Martedi Mardi Martes Ter�a-feira
Mercurii dies
(Dia de Merc�rio)
Mercoledi Mercredi Mi�rcoles Quarta-feira
Jovis dies
(Dia de J�piter)
Giovedi Jeudi Jueves Quinta-feira
Veneris dies
(Dia de V�nus)
Venerdi Vendredi Viernes Sexta-feira
Saturni dies
(Dia de Saturno)
Sabbato Samedi S�bado S�bado

As Eras

Ao longo desta exposi��o referimo-nos v�rias vezes � era de Roma e � era crist�. Talvez seja vantajoso dizer mais alguma coisa sobre o assunto. Os romanos datavam os seus anos a partir da funda��o de Roma, "ab urbe condita" que, de acordo com a opini�o de Varr�o, remonta a 753 antes da era crist�. Mas os romanos contavam a sua era a partir de 21 de Abril. Assim, o ano 1 da era crist� corresponde cerca de 4 meses ao ano 753 de Roma e o resto ao ano 754. Por comodidade, recua-se muitas vezes de alguns meses a era de Roma e faz-se coincidir o ano 1 da nossa era com o ano 754 de Roma.

S� alguns s�culos ap�s o nascimento de Cristo � que se p�s a quest�o de ligar este acontecimento a uma origem de contagem do tempo. A proposta foi apresentada pelo monge cita Dion�s�o o Ex�guo por volta do ano 532 da nossa era. Imediatamente adoptada pela Igreja, ela foi-se generalizando a todos os pa�ses cat�licos. Em Portugal utilizou-se a era de C�sar ou hisp�nica at� ao ano 1422. Esta era havia sido introduzido na Pen�nsula Ib�rica no s�culo V para recordar a conquista da pen�nsula por Caio J�lio C�sar Augusto no ano 38 a. C. (ano 716 de Roma). Por determina��o de D. Jo�o I, foi abolida a era de C�sar e o ano 1460 desta era passou a ser o ano 1422 da era crist�.

Dion�sio o Ex�guo supunha, de acordo com as suas investiga��es, que Jesus Cristo tinha vindo ao mundo em 25 de Dezembro (VIII das calendas de Janeiro) do ano 753 de Roma e fixara nessa data o in�cio da era crist�. Mas os cronologistas introduziram um atraso de sete dias, de maneira que o in�cio da era crist� foi transferido para o dia 1 de Janeiro do ano 754 de Roma.

Actualmente parece provado que os c�lculos n�o estavam correctos e que Cristo deveria ter nascido 5 a 7 anos antes da data em que se celebra o seu nascimento. Com efeito, essa data � posterior ao �dito do recenseamento do mundo romano (ano 747 de Roma ou mais cedo) e anterior � morte de Herodes (ano 750 de Roma). Para alguns cronologistas, � sugerida a data de 747 de Roma, porque nesse ano J�piter e Saturno estiveram em conjun��o na constela��o dos Peixes em Setembro e em Novembro e eles v�em neste fen�meno a "estrela de Bel�m". Mas, para n�o perturbar a cronologia j� estabelecida, foi mantida a data inicialmente proposta, embora tivesse deixado de corresponder ao significado inicial.

� importante notar que na era crist� os anos s�o referidos a uma escala sem zero, isto�, a contagem inicia-se no ano 1 depois de Cristo, designando-se o ano anterior como ano 1 antes de Cristo. Por conseguinte, qualquer acontecimento ocorrido durante o primeiro ano da era crist�, embora seja apenas de um dia ou de um m�s, conta-se como tendo ocorrido no ano 1 depois de Cristo. Por esta raz�o, o primeiro s�culo, ou intervalo de 100 anos, da era crist�, terminou no dia 31 de Dezembro do ano 100 d. C., quando haviam decorrido os primeiros 100 anos ap�s o in�cio da era. O s�culo II come�ou no dia 1 de Janeiro do ano 101 d. C. e assim sucessivamente. Consequentemente, o s�culo XX come�ou no dia 1 de Janeiro do ano 1901 e terminar� no dia 31 de Dezembro do ano 2000.

Esta forma pouco l�gica de numerar os anos do calend�rio � particularmente inconveniente quando se trata de determinar intervalos de tempo que come�am antes da origem da era crist� e terminam depois. Assim, por exemplo, o intervalo entre os anos 50 a.C. e 50 d.C. n�o � de 100 anos, mas apenas de 99. Em geral, estes intervalos de tempo obt�m-se diminuindo um ano, o que � necess�rio ter em conta ao investigar acontecimentos hist�ricos ou fen�menos astron�micos da Antiguidade datados segundo a era crist�.

Este inconveniente � facilmente resolvido com a introdu��o dos n�meros negativos, como ali�s o fazem os astr�nomos. Assim, o ano 1 a.C. corresponde ao ano 0, o ano 2 a.C. ao ano -1 e assim sucessivamente. As datas depois de Cristo exprimem-se da mesma maneira. Esquematizamos na figura junta a rela��o entre as duas contagens.

Era crist� 3 a.C. 2 a.C. 1 a.C. 1 d.C. 2 d.C.
C�mputo astron�mico -2 -1 0 +1 +2

Para evitar estas dificuldades cronol�gicas do calend�rio, o erudito franc�s Joseph Scaliger prop�s em 1582, no mesmo ano da reforma gregoriana do calend�rio, contar ininterruptamente os dias correspondentes a um per�odo que fosse m�ltiplo dos per�odos lunares e solares normalmente utilizados no calend�rio e suficientemente extenso para abarcar acontecimentos hist�ricos desde a mais remota Antiguidade. Obteve assim um per�odo de 7980 anos julianos, a que deu o nome de per�odo juliano. Tomando como unidade pr�tica o dia solar m�dio, come�ou a contar os dias numa sucess�o cont�nua a partir do meio-dia do dia 1 de Janeiro do ano 4713 a.C. A escolha desta data, que � primeira vista pode parecer arbitr�ria, foi tamb�m determinada em fun��o dos per�odos utilizados.

Conv�m esclarecer que at� 1925 o tempo solar m�dio era contado em astronomia a partir do meio-dia, para que as observa��es nocturnas ca�ssem sempre dentro do mesmo dia e n�o a partir da meia-noite, como � usual no tempo civil. O dia solar m�dio era ent�o chamado dia astron�mico. A partir de 1925, por acordo internacional, os dias solares m�dios passaram a contar-se com in�cio � meia-noite tanto em astronomia como na vida civil e a designa��o de dia astron�mico caiu em desuso. Mas os dias do per�odo juliano, que come�aram a contar-se de meio-dia a meio-dia segundo o uso astron�mico da �poca, continuam a contar-se da mesma maneira, por raz�es �bvias de continuidade da escala.

O que acontece por volta de 22 de setembro quando novamente a duração do dia é praticamente igual à duração da noite no mundo todo?

Fenômeno onde a duração do dia é idêntica à da noite e os hemisférios Norte e Sul recebem a mesma quantidade de luz, o equinócio – do Latim, aequus (igual) + nox (noite) = noites iguais – só ocorre durante duas vezes ao ano, normalmente nos dias 21 de março e 23 de setembro.

O que acontece entre os dias 22 e 23 de setembro?

O Equinócio de Primavera acontece em 22 de setembro de 2022 às 22h04. Ele é um fenômeno astronômico que marca o início da primavera e costuma acontecer entre os dias 22 e 23 de setembro. No dia do equinócio de primavera, o dia e a noite têm a mesma duração.

Quando o dia ea noite têm a mesma duração?

A data de início da primavera acontece quando temos a mesma quantidade de luz do sol nos dois hemisférios, Sul e Norte, e o dia e a noite têm a mesma duração. Tradicionalmente, a primavera traz a volta de dias mais longos e quentes, mas não tão quentes quanto o verão.

Em que estação do ano os dias e as noites têm exatamente a mesma duração?

Equinócio de outono é o dia que marca o fim do verão e o início do outono. Ocorre em 20 ou 21 de março, data em que o dia e a noite possuem a mesma duração. Saiba mais! Duas vezes por ano, o dia e a noite possuem exatamente a mesma duração.