O processo de aprender pode ser prazeroso divertido e permitir ao estudante

O processo de aprender pode ser prazeroso divertido e permitir ao estudante
As turmas do 4º e 5º ano do professor Sidinei Silva se empoderaram tanto dos conhecimentos adquridos em aula que os compartilham em um projeto social para pacientes com câncer. Crédito: Acervo pessoal/Sidinei Silva

Muito tem se falado sobre aprendizagem criativa, mas, afinal, como ela consegue despertar a aprendizagem e torná-la significativa?

A aprendizagem criativa está diretamente ligada à aprendizagem que passa pelo “colocar a mão na massa”. Ela aguça a curiosidade e desperta os estudantes para criatividade e inventividade ao vivenciar o processo cognitivo. É importante ressaltar que todos nós, professores, independentemente da área que lecionamos podemos levar a aprendizagem criativa para dentro da sala de aula, porque todos somos seres criativos!

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Dentro da aprendizagem criativa, há o chamado 4Ps: projetos, parcerias, paixão e pensar brincando e compartilhar. Mitchel Resnick, professor de pesquisa de aprendizado no Massachusetts Institute of Technology (MIT) MediaLab, destaca a importância da valorização dos 4Ps da aprendizagem criativa. Eles podem ser usados como estratégia envolvente para trabalhar com temas e conteúdos do currículo de forma motivadora e instigante. Esses quatro pilares oferecem possibilidades para criar, testar, errar e construir conhecimento em situações reais de aprendizagem e de forma ativa sobre problemas e temáticas sociais.

Os caminhos para a aprendizagem criativa na sala de aula

O primeiro caminho é a mudança de atitude em nós!

Trazer experiências pautadas no experimentar e mão na massa colaborativas como a cultura maker, robótica, animações como story board e stop motion e programação são algumas possibilidades de porta de entrada para resgatar a infância, desenvolver o raciocínio lógico, trabalhar com resoluções de problema e tornar o aprendizado envolvente.

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Sidinei Silva, professor e instrutor de informática da Escola Municipal Maria Tereza de Abreu Figueiredo, em Cascavel (PR), trabalha com o protagonismo de crianças de 8 a 10 anos (4º e 5º ano). Esse trabalho é feito por meio da robótica e da resolução de problemas, desenvolvendo uma frente social ligada com a aprendizagem criativa que permite aos estudantes construírem protótipos. O projeto foi apresentado no 15º Congresso Latino Americano de Software Livre e Tecnologias Abertas, em parceria com os alunos.

O processo de aprender pode ser prazeroso divertido e permitir ao estudante
Os alunos de Sidinei também apresentaram seus trabalhos em um Congresso. Crédito: Acervo pessoal/Sidinei Silva

Para iniciar o trabalho com as crianças, Sidinei começou com circuito de papel, massinha condutiva e programação com kit de eletrônica de forma lúdica. Nesse processo, o professor deixou que as crianças experimentassem e vivenciassem os materiais e pudessem construir com as mãos. Deste trabalho nasceu os robôs Minions, que agregam elementos que vão de sucata a placa programáveis.

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Para além dos muros da escola, Sidinei e seus alunos também realizam um trabalho social com os pacientes no hospital de câncer da cidade, com o apoio da Casa Solidária onde os pacientes em tratamento ficam hospedados. As crianças são responsáveis por replicar os conhecimentos adquiridos em sala de aula, uma vez por mês, aos pacientes.

O processo de aprender pode ser prazeroso divertido e permitir ao estudante
Crédito: Acervo pessoal/Sidinei Silva

A trajetória percorrida por Sidinei é só um dos caminhos possíveis de serem explorados com a aprendizagem criativa. E você, querido professor, como a inclui no seu trabalho com a turma? Conte aqui nos comentários e ajude a fomentar práticas docentes.

Um abraço,

Débora Garofalo

Professora da rede Municipal de Ensino de São Paulo, Formada em Letras e Pedagogia, Mestranda em Educação pela PUCSP, colunista de Tecnologias para o site da NOVA ESCOLA. 

Olá, leitor!

Projetos. Parcerias. Paixão. Pensar brincando. Esses são os 4P’s da aprendizagem criativa, método focado em despertar a curiosidade dos alunos, permitindo que eles usem a criatividade e realizem atividades práticas.

A aprendizagem criativa pode ocorrer em todas as disciplinas da grade curricular e tem o objetivo de ajudar os estudantes a utilizarem o que aprendem na escola para solucionar, de forma prática, situações de seu cotidiano. No artigo de hoje, abordaremos detalhadamente a aprendizagem criativa e traremos dicas sobre como levar esse método para a sala de aula. Acompanhe!

O que é aprendizagem criativa?

O processo de aprender pode ser prazeroso divertido e permitir ao estudante

Fonte: Reprodução

O conceito de aprendizagem criativa foi desenvolvido pelo professor Mitchel Resnick (1956-), inspirado nas ideias do matemático e educador Seymour Papert (1928-2016), um dos fundadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology) MediaLab, centro interdisciplinar de pesquisa. Papert  fundamentou sua teoria nos conceitos de Jean Piaget (1896-1980), educador suíço, defensor do conhecimento não como transmissão, mas sim como construção.

Papert propôs que a aprendizagem é mais eficiente quando envolve experimentação, criatividade, colaboração e incentiva os alunos a trabalharem com situações práticas. Segundo essa abordagem, os estudantes aprendem melhor quando percebem que estão gerando conhecimento significativo para eles e para a sociedade.

Em alguns casos, a aprendizagem criativa está relacionada com a tecnologia. Seymour Papert, na década de 1960, sugeriu que as crianças utilizassem um computador para aprender conceitos de matemática e foi o criador da Logo, primeira linguagem de programação destinada aos pequenos.

Os 4P’s

A aprendizagem criativa é representada como uma espiral, na qual o primeiro passo é imaginar. Por meio da imaginação, o aluno tem ideias e decide criar alguma coisa. A criação deve ocorrer em um ambiente lúdico, que permita a participação de todos e gere reflexões importantes. Essas observações, por sua vez, estimularão novamente a imaginação do estudante, que terá ideias para outras ações.

A criatividade está sempre presente e os resultados são aprimorados constantemente, por meio dos apontamentos de cada pessoa. Esse processo pode ser dividido em quatro pilares, os 4P’s: project, passion, peers, play, em inglês, traduzidos como projeto, paixão, parcerias e pensar brincando.

O primeiro P, projeto, engloba o planejamento do que será criado e dos recursos que serão utilizados. Os alunos precisam ter liberdade para construir o que desejarem; é aqui que surge o P de paixão.

A atividade será ainda mais proveitosa se contar com a colaboração de outras pessoas (parcerias), que darão sugestões e feedbacks. Ao construírem sua criação, os estudantes devem atuar de modo lúdico, sentindo-se livres para experimentar (pensar brincando).

Como levar a aprendizagem criativa para a sala de aula?

É fundamental levar a aprendizagem criativa para a sala de aula. Cada vez mais, a visão crítica e a capacidade de encontrar alternativas inovadoras são cobradas pela sociedade e pelo mercado de trabalho. Contudo, para que a abordagem seja recebida com êxito, é importante implantá-la de modo gradual, adaptando aos poucos o atual ambiente acadêmico.

Por exemplo, é possível adotar atividades criativas periodicamente, mesclando-as com os exercícios tradicionais. Se a sala apresentar melhorias no desempenho, as aulas que abordam aprendizagem criativa devem ser realizadas com mais frequência.

Ao propor as atividades, procure aproveitar da melhor forma os espaços e equipamentos da escola. Entretanto, não seja refém da tecnologia. A questão principal é promover um ambiente no qual os alunos possam exercitar a imaginação, o que não necessariamente está  ligado a aparelhos tecnológicos.

Nessa abordagem, o professor atua tanto como criador de contexto, escolhendo a premissa da atividade, os espaços e materiais utilizados, quanto como facilitador da aquisição do conhecimento, ajudando os alunos a superarem suas dificuldades.

Também é fundamental sugerir exercícios que não limitem a criatividade dos estudantes; todos devem se sentir acolhidos, sem receio de errar. Quanto mais diversos forem os projetos feitos pelos alunos, mais eficiente terá sido a proposta de aprendizagem criativa.

Se você deseja conhecer mais sobre o assunto, esta postagem do site Nova Escola pode ajudar. O texto foi publicado em 2017 e fala sobre os projetos de 10 brasileiros selecionados para participarem do Desafio de Aprendizagem Criativa 2017, no MIT.

E então? O que você achou do nosso artigo sobre essa abordagem educacional? Ficou com alguma dúvida? Tem alguma sugestão? Deixe aqui nos comentários!

Boa aula e até logo!

Quais os quatros Ps da aprendizagem criativa?

As seções a seguir descrevem como o Scratch (e as atividades relacionadas a ele) foi orientado pelos Quatro Ps da Aprendizagem Criativa: Projetos, Parcerias, Paixão, e Pensar brincando.

Quais são os princípios da aprendizagem criativa?

Os quatro princípios (4Ps) que orientam os jovens para serem pensadores criativos são: projetos, parcerias, paixão e pensar brincando.

Qual é o objetivo da aprendizagem criativa?

A Aprendizagem Criativa é uma abordagem pedagógica que busca desenvolver conexões pessoais na qual o professor cria um ambiente propício ao estímulo da criatividade, da imaginação e da colaboração, buscando, assim, despertar os interesses dos estudantes.

Qual é o papel do professor na aprendizagem criativa?

Na Aprendizagem Criativa, o aluno é o centro do processo educativo e o professor atua como um mediador, observando, incentivando e orientando o trabalho. Resga- tamos o prazer em aprender, a liberdade de explorar, experimentar e trocar ideias, estimulando os alunos a explorar os fantásticos Micromundos.