Epistemologia do cuidado de enfermagem: uma reflexão sobre suas bases

REFLEX�O

Enfermagem e hist�ria da enfermagem: aspectos epistemol�gicos destacados na constru��o do conhecimento profissional

Nursing and nursing history: epistemological aspects detached in the professional knowledge construction

Enfermer�a e historia de la enfermer�a: aspectos epistemol�gicos destacados en la construcci�n del conocimiento profesional

Vilma de Carvalho

Professora Em�rita / UFRJ. Bacharel e Licenciada em Filosofia / UERJ. Pesquisadora CNPq. Coordenadora / L�der do Grupo da Linha de Pesquisa e Estudos Epistemol�gicos para a Enfermagem (Lepisteme) registrado na UFRJ e no CNPq. Docente do quadro permanente dos Cursos de P�s-Gradua��o da EEAN /UFRJ.

RESUMO

Trata de discutir o tema designado como "A Constru��o do Saber de Hist�ria da Enfermagem" com dois objetivos: 1. contribuir na amplia��o do espa�o dos pesquisadores da enfermagem justificando seus direitos em rela��o aos objetos de estudo ligados �s disciplinas de sua forma��o profissional - Enfermagem e Hist�ria da Enfermagem; e 2. ressaltar conceitos para uma epistemologia da enfermagem considerando aspectos da constru��o do conhecimento potenciais para reduzir dificuldades nas pesquisas da enfermagem, em especial no interesse da hist�ria da enfermagem brasileira. A abordagem parte da atitude intelectual face ao assunto e � colocada segundo uma postura cr�tica coerente com conjeturas e reflex�es acerca de aspectos epistemol�gicos destacados na constru��o do conhecimento profissional, com mais pertin�ncia ao pensar sobre Enfermagem - seu saber e sua hist�ria. As considera��es visam a id�ia representada pela quest�o de conhecimentos em constru��o a meio caminho entre subjetividade e objetividade - aspectos epistemol�gicos desses conhecimentos, e como sucedem no campo epist�mico. A Enfermagem e a Hist�ria da Enfermagem s�o focalizadas como um conjunto de elementos relativos � pr�tica social da profiss�o e outros radicados nas determina��es hist�ricas. A autora trata o assunto com base em conceitos epistemol�gicos (Canguilhem e Barchelard) relativamente ao que se deve compreender por "hist�ria das ci�ncias" e numa perspectiva do que se possa compreender por "a atualidade da hist�ria das ci�ncias".

Palavras-chave: Enfermagem. Hist�ria da Enfermagem. Forma��o de Conceito. Epistemologia.

ABSTRACT

It treats to argue the designed theme as "the Construction of the History of the Nursing Know " with two objectives: 1. to contribute in the magnifying of the space of the researchers of the nursing justifying its rights related to the objects of study linked to the discipline of professional formation - Nursing and History of the Nursing; and 2, to stand out concepts for a epistemology of the nursing considering aspects of the construction of the knowledge potentials to reduce difficulties in the research of nursing, specially in the interest of the history of the Brazilian nursing. The approach come from the intellectual attitude face to the subject and is placed according to a coherent critical position with conjectures and reflections concerning the epistemological aspects detached in the construction of the professional knowledge, with more relevancies on the thinking about Nursing - its known and its history. The considerations aim at the idea represented by the question of knowledge in construction in the half way between subjectivity and objectivity - epistemological aspects of these knowledge, and as they occur in the epistemic field. The Nursing and the History of the Nursing are focused as a set of elements related to social practice of the profession and others consolidated in the historical determination. The author treats the theme on the basis of epistemological concepts (Canguilhem and Barchelard) relatively to that it must be understood as "history of sciences" and in a perspective of what can be understood as "the present time of the history of sciences".

Keywords: Nursing. History of Nursing. Concept Formation. Knowledge.

RESUMEN

Tratase de discutir el tema designado como "la Construcci�n del Saber de la Historia de la Enfermer�a" con dos objetivos: 1. contribuir en la ampliaci�n del espacio de los investigadores de enfermer�a justificando sus derechos en relaci�n al objeto de estudio unidos a los cursos de su formaci�n profesional Enfermer�a e Historia de la Enfermer�a; y 2. resaltar conceptos para una epistemolog�a de la enfermer�a considerando aspectos potenciales en la construcci�n del conocimiento para reducir dificultades en las investigaciones da enfermer�a, en especial en el inter�s de la historia de la enfermer�a brasile�a. El abordaje parte de la actitud intelectual frente al asunto y es colocada siguiendo una postura cr�tica, coherente con conjeturas y reflexiones acerca de aspectos epistemol�gicos destacados en la construcci�n del conocimiento profesional, con mas pertinencia al pensar sobre Enfermer�a - su saber y su historia. Las consideraciones visan la idea representada por el problema de conocimientos en construcci�n medio camino entre subjetividad y objetividad - aspectos epistemol�gicos de esos conocimientos y como suceden en el campo epist�mico. La Enfermer�a y la Historia de la Enfermer�a son enfocados como un conjunto de elementos relativos a la pr�ctica social de la profesi�n y otros radicados en las determinaciones hist�ricas. La autora trata el asunto con base en conceptos epistemol�gicos (Canguilhem y Barchelard) relativamente a lo que se debe comprender por "historia de las ciencias" y en una perspectiva de lo que se pueda comprender por "la actualidad de la historia de las ciencias".

Palabras clave: Enfermer�a. Historia de la Enfermer�a. Formaci�n de Concepto. Conocimiento.

ATITUDE INTELECTUAL E OBJETIVOS FRENTE AO TEMA

Devo confessar, antes de tudo, que n�o me dedico especificamente, ao ensino de Hist�ria da Enfermagem. Ent�o, alguns esclarecimentos se imp�em. Em verdade, sou enfermeira formada h� mais de cinq�enta anos e licenciada em filosofia h� mais de quarenta. O que sei sobre o tema designado como "A Constru��o do Saber de Hist�ria da Enfermagem"1� pouco. Mas aceitei discutir o assunto, com o objetivo principal de contribuir para ampliar o espa�o da posi��o dos pesquisadores da Enfermagem justificando seus direitos em rela��o a objetos de estudo pertinentes �s disciplinas de sua forma��o profissional, comoEnfermagem e Hist�ria da Enfermagem. Com base em considera��es filos�ficas, pretendo alcan�ar tamb�m, o objetivo de ressaltar conceitos para uma epistemologia da enfermagem 2, dentre os quais alguns condizentes comaspectos significativos na constru��o do conhecimento, potenciais para favorecer uma discuss�o para reduzir dificuldades nas pesquisas, mormente no interesse de Hist�ria da Enfermagem Brasileira.

Para me ater aos objetivos definidos, cabe esclarecer que n�o disponho dos resultados de uma pesquisa, supostamente, j� realizada. Por isso, n�o tratarei, especificamente, de m�todos de pesquisa e nem de produtos intelectuais aliados � constru��o do conhecimento. Outros pesquisadores de Hist�ria da Enfermagem podem demonstrar isto com propriedade. Minha atitude intelectual face ao tema � cr�tica e formalmente coerente com conjeturas e reflex�es desenvolvidas nas conting�ncias da vida profissional, ao longo de experi�ncias de orientar alunos e de trocar id�ias com parceiros de pesquisa. Por isso, tratarei apenas de aspectos epistemol�gicos destacados na constru��o do conhecimento profissional, com mais pertin�ncia ao pensar sobre Enfermagem - seu saber e sua hist�ria. E no que me cabe reiterar, a postura pessoal.

Nesse sentido, e no que conv�m ao pensar sobre o assunto, percebo que a situa��o da pesquisa na Enfermagem, tem vantagens e percal�os, e tenho aprendido que as condi��es do trabalho acad�mico, na estrutura universit�ria, implicam regras que influenciam a escolha de um tema, limitam a op��o de problemas na pesquisa, e dificultam a perspectiva consistente com a atividade de pesquisar e, portanto, com a constru��o cient�fica.

Os pesquisadores de enfermagem a custo conseguem contornar dificuldades ou limita��es na trama de exig�ncias que pesam sobre o conhecimento da pr�pria �rea do saber-fazer as coisas de sua pr�tica. Assim, minhas posi��es visam a id�ia representada pela quest�o de construir conhecimentos a meio caminho entre subjetividade e objetividade - aspectos epistemol�gicos destacados na constru��o desses conhecimentos, e como sucedem no plano do campo epist�mico.

Mas, falo de "subjetividade" no sentido de enfoque pendente � voli��o do sujeito (pesquisador) e a seu pensar em rela��o aos objetos da tem�tica / problem�tica "Enfermagem e Hist�ria da Enfermagem"; e trato da "objetividade" n�o somente enquanto refer�ncia a algo distinto do sujeito (objeto de estudo ou conhecimento produzido), mas principalmente, em refer�ncia a problemas cuja solu��o e interpreta��o dependem, tamb�m, de elementos existentes na envoltura hist�rica, contingente e subjetiva do assunto em estudo. Pode ser uma prefer�ncia filos�fica, mas bem adequada ao saber profissional na Enfermagem, um saber espec�fico que se manifesta, plenamente, na totalidade de um conjunto que se comp�e com elementos da ordem de uma pr�tica social e, ao mesmo tempo, com a determina��o hist�rica da ordem propriamente intelectual e te�rica.

Nesse particular - no que tange aos aspectos epistemol�gicos assim entendidos, diante dos objetivos de qualquer quest�o a investigar, cabe-me afirmar, em primeiro lugar, que o fundamental � ter consci�ncia do real sentido da Enfermagem no mundo. Um sentido da "objetividade" que se manifesta pela historicidade dos fen�menos visados sob o espectro do espa�o (de pesquisar), no n�vel das rela��es essenciais que sustentam tanto o espa�o, quanto os fen�menos. Em particular, os objetos de estudo nos territ�rios de "Enfermagem e Hist�ria da Enfermagem", embora pare�am cravados separadamente em tempo mais distante, podem ser representados, sob nossas vistas (de pesquisadores), como "o conjunto das manifesta��es da atividade e do pensamento humanos, considerados em sua sucess�o, seu desenvolvimento e suas rela��es de conex�o ou depend�ncia" e, assim, como se pertencente ao mundo de hoje ou de amanh�.

Com isto, os fatos ou fen�menos ganham mais sentido quando compreendidos em sua "historicidade" (car�ter de tudo aquilo que se explica na hist�ria e pela hist�ria). Os jovens estudantes pesquisadores podem se ver como habitantes do mesmo espa�o - sujeitos-correlatos dos mesmos fatos ou fen�menos, e podem colaborar na descoberta de solu��es para os problemas contempor�neos, mediante o esclarecimento de sua g�nese, ou de seu desenvolvimento, e ainda podem ser testemunhos para o futuro.

A partir dessa id�ia e, em segundo lugar, � preciso considerar, na situa��o atual de nosso mundo de mudan�as aceleradas, que "o pesquisador (ou historiador) se introduz na hist�ria de seu tempo", e que os temas inclu�dos no conte�do ou no contexto do saber profissional n�o podem escapar ao crivo de influ�ncia da "subjetividade", posto que ela se manifesta na interpreta��o dos fen�menos ou dos fatos e at�, no levantamento de hip�teses1.

Entretanto, a posi��o social da Enfermagem � ainda, bem delicada, ou pelos limites do agir profissional no campo das ci�ncias da sa�de, ou pelos pr�prios desafios de investigar e produzir conhecimentos para ampliar o espa�o do saber profissional. Um espa�o que, de fato, nos termos globalizados da sociedade deste s�culo XXI (terceiro mil�nio da Era Crist�), condiz agora com os descompassos de uma ordem pol�tica e econ�mica a desequilibrar todos os canteiros da atividade humana. Nas ci�ncias conhecidas, h� um tecnologia sem fronteiras cujos produtos seguem o rastro de um ideal sem limites. Os s�bios das ci�ncias f�sicas e matem�ticas, cada vez mais abismados face � vis�o de uma realidade fant�stica, buscam respostas para resolver ou problemas cotidianos comezinhos ou para nos lan�ar, decisivamente, na dire��o das gal�xias a procura de novos mundos potencialmente habit�veis.

Em suma, na sociedade globalizada, nas circunst�ncias da vida pr�tica, vive-se hoje a ang�stia da incerteza e o medo de uma viol�ncia sem limites. Os cientistas da natureza, anteriormente t�o preocupados com o significado da vida, agora lutam pelo dom�nio do c�digo gen�tico e disputam objetivos de projetos cientificamente arquitetados para a reprodu��o (ou clonagem) dos seres vivos.

ASPECTOS DISTINTIVOS DA POSI��O PESSOAL

A consci�ncia intelectual me tornou curiosa desde muito cedo, e dedicada aos assuntos da profiss�o de enfermeira. Ainda nos anos de 1950, aprendi de Waleska Paix�o que "os conhecimentos da enfermagem v�m junto com os de hist�ria e est�o de envolta, ainda, com os assuntos m�dicos, sociais, religiosos, e tudo em meio � vis�o do contexto abrangente do mundo em que vivemos" 2. Em suas li��es de Hist�ria da Enfermagem, de �tica Profissional, nas aberturas de cerimoniais solenes do protocolo institucional, seguidamente constavam tr�s proposi��es que assumi como premissas fundamentais para a compreens�o conceitual do saber e do agir profissional na enfermagem. Elas s�o as seguintes:

A Enfermagem � um saber espec�fico de cuidar e uma profiss�o da sa�de desenvolvida em estreita rela��o com a hist�ria da humanidade, e ser� sempre �til � enfermeira uma revis�o desta para a melhor compreens�o daquela.

A Hist�ria da Enfermagem deve despertar na enfermeira, com base no saber profissional e no conhecimento de suas origens e evolu��o, [uma] melhor compreens�o da posi��o e deveres que lhe cabem, e o maior entusiasmo pelo seu ideal.

O progresso manifesta-se com ritmo desigual na maioria dos setores da atividade humana, raz�o porque os avan�os da enfermagem n�o correspondem rigorosamente �s descobertas das ci�ncias, mesmo se correlatas.

Nos anos de 1961/62, estando nos Estados Unidos em estudos de p�s-gradua��o, aprendi de Irene Beland e de sua literatura aplicada ao ensino e ao diagn�stico de situa��es - problema na enfermagem assistencial, que "embora o ideal de servir seja embrion�rio na arte de cuidar, a ci�ncia afinal � que define as coisas do pensar, do conhecer e do que - fazer na enfermagem"3. Desde ent�o, e com o apoio da filosofia, tenho prestado aten��o �s proposi��es epistemol�gicas em rela��o a conhecimentos em constru��o.

Contudo, o que tenho aprendido sobre o assunto sucede mais pela necessidade de discutir e trocar id�ias com colegas e alunos sobre quest�es fundamentais da Enfermagem - ci�ncia e arte. Particularmente, em rela��o ao pensar, ao conhecer ou ao fazer - plano da pesquisa e da produ��o cient�fica, percebo ser imperiosa a lucidez de consci�ncia, nas atitudes intelectuais e condutas investigativas, para advogar em favor da g�nese, da consolida��o, do desenvolvimento e dos saltos evolutivos da Enfermagem no mundo e no Brasil. E, nesse aspecto, o pano de fundo � sempre a Hist�ria da Enfermagem. As quest�es aliadas ao progresso cient�fico e aos avan�os da profiss�o s�o do conhecimento de todos os que se dedicam � pesquisa, e precisam ser efetivamente consideradas.

Entendo que as quest�es da enfermagem-arte ganham relev�ncia pr�pria e justificativasedevidamente inseridas no plano da hist�ria da profiss�o. Entretanto, em rela��o � enfermagem-ci�ncia ainda precisamos dominar as dificuldades da constru��o cient�fica, e isto nos invoca a enfrentar n�o apenas o desafio das evid�ncias sobre a pr�tica, mas, principalmente, o status de um conhecimento capaz de alcan�ar grau equivalente ao do conhecimento confi�vel4. Ou, em outras palavras, precisamos clarear as incertezas relativas �s dificuldades na pesquisa de enfermagem, especialmente �quelas relacionadas � constru��o do conhecimento, o que tem tudo a ver com o saber profissional e sua situa��o no plano da hist�ria, no mundo e no Brasil.

Em termos de generalidades hist�ricas, pode-se dizer que a Enfermagem - saber e hist�ria, completados mais de 145 anos e em momentos decisivos do movimento evolucion�rio, j� definiu forma e materialidade (objeto formal e objeto material), no plano do "pensar - saber" e do "saber-fazer" e nos termos de um indiscut�vel sistema organizado / englobante / abrangente / contextual da concep��o de modernidade de pr�tica profissional mundialmente conhecida. Um saber espec�fico que se fez, por si, atrav�s de "um modelo te�rico verific�vel para a forma��o da identidade profissional e que estabeleceu, em si, uma dobra segmentar na hist�ria das enfermeiras, [ou uma ruptura epistemol�gica com o pr�-saber t�pico de assistir aos enfermos e sadios necessitados de cuidados de enfermagem], na Inglaterra da era vitoriana"5.

Gra�as �s aproxima��es de efeito teorizante de Florence Nightingale6,7 3, o saber da enfermagem desenvolveu-se e, atualmente, confere com acumula��es de conhecimentos cient�ficos, t�o fundamentais aos princ�pios b�sicos dos atos de cuidar, quanto coerentes com os objetivos do modelo de formar enfermeiras(os) em n�vel de ensino superior. Um saber profissional t�o carregado de regras pedag�gicas e preceitos �ticos, quanto caracteristicamente conformado a um estilo peculiar de pensar e exercer atividades no mundo do trabalho.

Ainda assim, n�o se pode negligenciar que a Enfermagem ainda pode ser entendida como "uma-ci�ncia-em-vias-de-se-fazer" 8, mas sem que isso implique para a mesma um sentido prec�rio. Ao contr�rio, este � um desafio t�pico do ritmo do progresso que n�o se manifesta, igualmente, em todas as �reas. Um desafio correspondente ao "car�ter ef�mero da modernidade da ci�ncia - um car�ter epistemol�gico da terminologia bachelardiana9, que vale pelo ideal de tens�o modernista pr�prio da hist�ria das ci�ncias. Um car�ter que requer da ci�ncia, [quando esta � tomada como objeto de estudo e no que tange a sua atualidade como saber], que esta seja freq�entemente refeita ou reconsiderada"; por�m, com a obriga��o de esclarecer sua historicidade como saber e como conhecimento, em sua pr�pria condi��o, ou conting�ncia, de modernidade:

O historiador das ci�ncias [ou da Hist�ria da Enfermagem] para julgar bem o passado, deve conhecer o presente; ele deve aprender da melhor maneira poss�vel a ci�ncia da qual ele se prop�e a escrever a hist�ria. E � isto que a hist�ria das ci�ncias [ou Hist�ria da Enfermagem], quer se queira ou n�o, tem uma forte liga��o com a atualidade da ci�ncia. A consci�ncia de modernidade e a consci�ncia de historicidade s�o aqui rigorosamente proporcionais9.

Nesse particular, como em outras formas do conhecer, n�o pode haver maiores preju�zossea Enfermagem estiver ainda classificada entre as ci�ncias do impreciso8. Mas, � preciso ter lucidez, pois, "a partir das verdades que a ci�ncia atual tornou mais claras e melhor coordenadas, o passado de verdade aparece mais claramente progressivo enquanto passado"11. O que requer dos s�bios e pesquisadores, impreterivelmente, que a Enfermagem d� testemunho (pela pesquisa), de sua atualidade ao n�vel de sua hist�ria e, principalmente, como ci�ncia de seu tempo.

OS DOCUMENTOS HIST�RICOS DA EEAN - ASPECTOS GERAIS DA PESQUISA

No final dos anos de 1980, quando a pesquisa cient�fica come�ava a dar resultados com as disserta��es do Curso de Mestrado da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN), fui procurada por pelas professoras e ex-Diretoras Cec�lia Pecego Coelho e Elvira De Felice Souza, preocupadas com o acervo de documentos hist�ricos da institui��o. Tivemos uma breve discuss�o centrada na import�ncia e variedade dos documentos arquivados - escritos (correspond�ncias, planos, relat�rios, registros escolares, atas), iconogr�ficos (fotografias, mapas, plantas), sonoros (filmes, fitas K7, discos, CDs), os quais, no c�mputo geral, conferiam com instrumentos b�sicos imprescind�veis � constru��o do conhecimento da mem�ria institucional e da hist�ria da profiss�o.

Fui informada das dificuldades de obter recursos e aux�lio financeiro para a infra-estrutura, segundo um ideal antigo capaz de manter a ordem e o acesso de pessoal docente, discente e pesquisadores. E, em rela��o aos pleitos junto � Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), soube que a EEAN fora informada da necessidade de um projeto de pesquisa. Essas Professoras ent�o, solicitaram-me que aceitasse coordenar as atividades de uma nova ordena��o e classifica��o do material arquivado, para superar os problemas de acesso e favorecer a realiza��o de estudos e pesquisas.

A nova incumb�ncia foi positiva para o projeto de pesquisa "O Quadro Documental da EEAN/UFRJ - documentos hist�ricos 1922/1992"10, cadastrado em 1990 na UFRJ, e em 1992 no Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento cient�fico e Tecnol�gico (CNPq) para efeito de obter o desejado apoio e aux�lio financeiro. Assim, pessoalmente, tive o ponto de partida para a condi��o de "pesquisadora de documentos hist�ricos". No in�cio, a participa��o de Cec�lia Pecego Coelho foi imprescind�vel. Por�m, a parceria de Jussara Sauthier tem sido altamente produtiva, inestim�vel, mormente em rela��o � metodologia de lidar/tratar/classificar o material arquivado, de executar planos e atividades na orienta��o de estudantes bolsistas e estagi�rios, de propor requisitos para informatizar os dados, de transformar os resultados em produ��o sob forma de livros e outros meios de divulga��o.

Pode-se afirmar, sem d�vidas, a relev�ncia dos documentos hist�ricos da EEAN como apoio bibliogr�fico e base de quadro de refer�ncia no interesse da Enfermagem Brasileira. Do ponto de vista epistemol�gico, vale destacar tamb�m o valor fenomenot�cnico (o termo � de Gaston Bachelard11) indiscut�vel dos dados constantes dos livros publicados sobre Documentos Hist�ricos da EEAN12-14, mormente se entendidos como fontes prim�rias para a pesquisa e a produ��o cient�fica. Com a pr�tica de pesquisar esses documentos, e gra�as a esfor�os individuais e coletivos, avan�amos na constru��o do conhecimento e na "difus�o de uma filosofia de preservar os documentos hist�ricos da enfermagem de forma a conservar sua mem�ria"15. Assim, pudemos expandir, posteriormente, essa experi�ncia da EEAN quanto � id�ia de tratar o material arquiv�stico da institui��o, as fontes de dados correspondem a verdadeiros documentos - testemunhos do memorial da EEAN e de sua marca hist�rica na realidade brasileira.

Com pouco mais de dez anos dessa experi�ncia exemplar, ganhamos sabedoria para ampliar as possibilidades dos pesquisadores da enfermagem (e outros) face �s fontes de dados para a Enfermagem e, sobretudo, com relev�ncia e justificativa para a Hist�ria da Enfermagem. Por justa raz�o, os estudos de constru��o do conhecimento, especialmente no �mbito do N�cleo de Pesquisa em Hist�ria da Enfermagem Brasileira (Nuphebras), e a partir dessas fontes existentes no Centro de Documenta��o (CEDOC-EEAN), s�o de relev�ncia ineg�vel.

Em verdade, as pesquisas j� avan�avam, tanto mais destacadas pelo clima intelectual surgido com a p�s-gradua��o stricto sensu, mormente ap�s a implanta��o do Curso de Doutorado. As dificuldades foram sendo contornadas, aos poucos, e em virtude de nova organiza��o de acesso aos documentos, da ado��o de novos conceitos te�ricos de metodologia da pesquisa, de novas t�cnicas de arquivologia, de novos m�todos para classificar e implantar novos t�picos e s�ries tem�ticas para dar outra fei��o ao material do CEDOC - uma frui��o do labor prof�cuo de professores pesquisadores e de estudantes (bolsistas de inicia��o cient�fica, alunos de mestrado e doutorado, e estagi�rios). Com efeito, houve progresso; contudo, muitas dificuldades ainda persistem.

A justo t�tulo, cabe referir que, no Brasil, todos os pesquisadores de enfermagem envolvidos com pesquisa e produ��o cient�fica, sob controle de requisitos dos Minist�rios de Educa��o (MEC) e de Ci�ncia e Tecnologia (CNPq), sabem das dificuldades nomeadas como de �rea de conhecimento. Em vista de impress�es e interpreta��es, �s vezes nocivas ao sentido (mais pleno) da profiss�o, alguns consultores ad hoc questionam e at� negam aos pesquisadores de enfermagem o direito de optar por suas linhas de estudo e de estabelecer os limites do espa�o epistemol�gico de suas pesquisas.

Essas dificuldades atingem a identidade profissional e prejudicam a posi��o cab�vel aos pesquisadores de enfermagem na estrutura universit�ria ou institucional. Em conseq��ncia, o desafio da "constru��o do conhecimento" no interesse da profiss�o assume propor��es indesej�veis, mormente quanto �s pesquisas essencialmente hist�ricas. Em s� consci�ncia, isto n�o nos cabe aceitar sem pol�mica, afinal como profissionais de enfermagem, temos o direito - pro veritas - de dizer quem somos, o que podemos fazer, o que nos cabe pesquisar.

Com efeito, a dificuldade mais inc�moda �, portanto, essencialmente de pol�tica acad�mica - a de falta de reconhecimento de que os pr�prios profissionais da enfermagem podem e devem pesquisar a historia de sua profiss�o. Uma boa parte de consultores ad hoc afirma que "a hist�ria � assunto do of�cio de historiador"16. Da� que, na situa��o da EEAN, as disputas universit�rias para se conseguir aux�lio financeiro e apoio para a participa��o de bolsistas estudantes t�m sido dram�ticas.

Tamb�m, pode-se admitir que esta � uma dificuldade de delimita��o epistemol�gica aliada a um certo equ�voco sobre o que seja o saber espec�fico da enfermagem, com implica��es de dem�rito para o valor e a justificativa das pesquisas de hist�ria da profiss�o. Al�m de que, no campo pr�prio do conhecimento - campo epist�mico, a Enfermagem como saber profissional, ainda sofre press�es intr�nsecas e extr�nsecas para se demonstrar com a intencionalidade objetiva (conhecimento objetivo?) no plano da pr�tica de pesquisar e produzir conhecimento.

Mas essa n�o � uma quest�o exclusiva da EEAN. Na Enfermagem brasileira ela � quase generalizada, e os pesquisadores padecem dos efeitos de duas tend�ncias nocivas, pesando sobre linhas de pesquisa e prioridades profissionais. O ponto nevr�lgico � a objetividade do conhecimento no plano do saber e da hist�ria. A primeira tend�ncia � representativa dos que advogam, para a Enfermagem na �rea da sa�de, a condi��o de servi�o meramente t�cnico ou de trabalho assistencial de apoio a outros profissionais. E, presumindo minimizar os limites e possibilidades no campo epist�mico (campo da pesquisa e da constru��o cient�fica), a segunda tend�ncia � corrente entre os que pretendem aprisionar ou reduzir o saber da profiss�o a concep��es de car�ter pr�-cient�fico, ou tecnificante, sem considerar sua relev�ncia pr�pria quanto aos princ�pios e par�metros do Sistema Nightingale de Enfermagem Moderna. De fato, n�o se pode negar que as proposi��es nightingaleanas, na trajet�ria hist�rico - evolutiva, transcenderam atos e opera��es de cuidar nos termos do trabalho assistencial.

No territ�rio intra - muros da UFRJ, a quest�o cresce por conta da limita��o de recursos e apoio eficaz ao trabalho de pesquisar, mais not�ria na situa��o da EEAN, cujos pesquisadores ressentem-se de reserva de tratamento at� na distribui��o de "bolsistas de inicia��o cient�fica". No terreno extra - muros, as dificuldades agravam-se, pois al�m do desafio de estabelecer distin��o entre conhecimento comum e conhecimento cient�fico, os pesquisadores da Enfermagem s�o submetidos aos indicadores de qualidade das ci�ncias (re)conhecidas e enfrentam san��es das ag�ncias de fomento e amparo � pesquisa. Desafios de conseq��ncias prejudiciais, ainda, �s estrat�gias pedag�gicas de alcan�ar, em n�vel de avalia��o superior, indicativos de maior qualidade para os programas de gradua��o e p�s-gradua��o. E, com isso, pode-se pensar que a Enfermagem, seja como saber historicamente dado ou como arte pedag�gica consistente com a educa��o superior, sofre preju�zos em sua leg�tima sistem�tica de preparar profissionais com qualifica��o acad�mica para a pesquisa, principalmente capazes de perseguir, pela pr�tica da pesquisa, a cientificidade como condi��o � ultrapassagem de fronteiras de acesso ao dom�nio do campo epist�mico e que seja eficaz ao definitivo alcance do estatuto epistemol�gico.

ENFERMAGEM, SABER E HIST�RIA - UMA PARTICULARIDADE EPISTEMOL�GICA

Em que pese a validez de determina��es epistemol�gicas para a Enfermagem - seu saber e sua hist�ria, cabe registrar aqui que, no Brasil, a profiss�o de enfermagem � legalmente consolidada quanto ao exerc�cio de sua pr�tica desde 1931, pelo Decreto-lei No. 20.109/31, com revis�es ajustando o foco da a��o profissional, atrav�s de dois instrumentos legais mais recentes - Decreto n.� 94.406 / 87 e Lei n.� 7.498 / 96. E, desde a d�cada de 1970, por for�a da �ltima Reforma Universit�ria - Lei n.� 5.540 / 68, a Enfermagem foi inclu�da como uma das sub-�reas do campo das Ci�ncias da Sa�de nos termos do Plano B�sico de Desenvolvimento Cient�fico e Tecnol�gico (PBDCT) / Decreto n.� 70.553 / 7217, o qual trata especialmente de Pesquisa Fundamental e P�s-Gradua��o 4. Para efeito de inclus�o no PBDCT, a Enfermagem teve sua descri��o definidora efetuada a partir da concep��o nightingaleana primaz, e foi literalmente documentada como parte do sistema educacional de p�s-gradua��o do pa�s para a forma��o de professores, pesquisadores e cientistas 5.

Assim, como saber espec�fico e conhecimento pr�prio historicamente justificado e estabelecido em linhas de pesquisa, a Enfermagem foi assegurada nos termos de sua modernidade. Um saber e conhecimento espec�fico que serviu de base para a implanta��o, em 1922, do Servi�o de Enfermeiras de Sa�de P�blica do Departamento Nacional de Sa�de P�blica (DNSP) e, em 1923, para a funda��o da Escola de Enfermeiras na estrutura desse mesmo Departamento - atual EEAN / UFRJ. Os ajustes no modelo da forma��o profissional em n�vel de educa��o superior foram registrados sem preju�zos para a fei��o da Enfermagem brasileira conforme o modelo Parsons18 6, cujo perfil profissional � consistente com o estilo formal de "saber-fazer as coisas e investigar os fen�menos de interesse da profiss�o". Um saber agora, tanto mais ressaltado, na quest�o de apresentar perguntas sobre "a constru��o do conhecimento".

Mais do que antes, importa agora buscar, atrav�s da pesquisa e da an�lise cr�tica, as respostas e poss�veis solu��es para o saber profissional - n�o apenas para a pr�tica assistencial, mas como implicado na "hist�ria da profiss�o". Mais precisamente pela pr�tica da pesquisa, importa agora levantar perguntas e apresentar as quest�es do pensamento sobre o conhecer e o acontecer no plano do fazer - como ordem intelectual e te�rica. Nesse particular, � que surge a necessidade de discutir - no interesse da constru��o do saber/conhecimento profissional, "a Enfermagem e sua hist�ria" a partir do sentido de uma particularidade epistemol�gica.

Quanto a esse aspecto - e como o meu conhecimento visa apenas uma contribui��o, vale principalmente a posi��o pessoal e o ponto de vista. Contudo, parafraseando Canguilhem19, pode-se dizer que a realidade "Enfermagem" - seja como saber ou como hist�ria, corresponde, de um lado, a um conjunto de experi�ncias e explica��es te�ricas ou contribui��es intelectuais acerca da a��o e do pensar no �mbito da profiss�o; e, nesse sentido, ela � cient�fica. E, por outro lado, essa mesma realidade - em raz�o da concep��o nightingaleana de uma nova pr�tica de enfermagem ter transcendido atos e opera��es de cuidar nos termos assistenciais, � hist�rica, no mesmo conjunto, o qual pertence globalmente � mem�ria da profiss�o. Assim, segundo asser��es do autor/epistem�logo19:

N�o �, portanto, v�o nos interrogarmos primeiramente sobre a id�ia que t�m da hist�ria das ci�ncias - [em nosso caso Hist�ria da Enfermagem] - aqueles que pretendem se interessar por ela a ponto de faz�-la. No que diz respeito a este fazer - [fazer hist�ria], � certo que muitas quest�es h� muito tempo t�m sido postas e continuam a s�-lo. Estas quest�es s�o aquelas do Quem? do Por que? do Como?. Mas ocorre que uma quest�o principal que deveria ser colocada e n�o o � quase nunca, � a quest�o De Que? De que a hist�ria das ci�ncias - [no nosso caso a Hist�ria da Enfermagem], � a hist�ria? Que esta quest�o n�o seja colocada se deve ao fato de se acreditar que sua resposta esteja dada na express�o mesma de hist�ria das ci�ncias, ou hist�ria da ci�ncia [em nosso caso Hist�riada Enfermagem].

As quest�es "do Por que? e do Como?" certamente n�o precisam de discuss�o, porque relativas aos requisitos acad�micos, �s exig�ncias da pesquisa e do ensino de disciplinas de forma��o profissional (no caso Enfermagem e Hist�ria da Enfermagem e outras aliadas ou ao campo profissional ou ao campo epist�mico) e, tamb�m, porque pertinentes ao dom�nio do "saber espec�fico da profiss�o", tal como situado no espa�o social e na estrutura universit�ria. Ali�s, nenhum equ�voco pode haver sobre a situa��o da Enfermagem entendida como pr�tica social ou saber espec�fico de uma profiss�o. Ou seja, numa proposi��o bem direta, e em c�mputo do geral, pode-se afirmar que, em sua atualidade, a Enfermagem trata e pesquisa quest�es de cuidar e ensinar a cuidar de pessoas e grupos humanos em situa��es da �rea da sa�de20.

Por�m, a pol�mica surge em rela��o � Hist�ria da Enfermagem, posto que pesam d�vidas quanto � id�ia dos atributos e compet�ncias cab�veis ou relativas aos que podem ensinar e pesquisar. Todavia, as raz�es que podem explicar ou advogar o ensino de Hist�ria da Enfermagem na estrutura do saber profissional s�o hist�ricas, acompanham a expans�o e o movimento evolucion�rio da profiss�o no mundo e, portanto, "o modelo te�rico verific�vel para a forma��o da identidade profissional, devidamente assentado por Florence Nightingale"5.

Por outro lado, aqui no Brasil, interpretando-se a Enfermagem nos termos do PBDCT17, como projeto profissional paradigm�tico, de efetivos procedimentos t�cnicos, conceituais e l�gicos, um projeto acad�mico documentado n�o somente na arte de cuidar e nos planos de preparar pessoal em n�vel de p�s-gradua��o, mas como um projeto decisivamente direcionado � pr�tica da pesquisa e j� bastante eficaz na concep��o construtivista dos conhecimentos no interesse da Enfermagem - seu saber e sua hist�ria, n�o d� mais para aceitar qualquer equ�voco quanto � quest�o De quem?.

Penso que n�o pode e n�o deve haver d�vidas de que os profissionais de enfermagem s�o qualificados n�o s� para atuar nos campos de pr�tica assistencial; eles, com efeito, s�o competentes para ampliar o escopo do saber da profiss�o pela pr�tica do ensino e da constru��o de conhecimentos de Enfermagem e Hist�ria da Enfermagem, sobretudo, pela "pr�tica - da - pesquisa - pela - pesquisa". E isto, eles conseguem dominar facilmente, nas experi�ncias acad�micas e no cultivo das linhas de pesquisa.

Portanto, voltando � quest�o De que? (ou de que se trata na hist�ria das ci�ncias?), penso que cabe ent�o, apresentar uma particularidade epistemol�gica tal como a percebo na constru��o do conhecimento e no interesse da "Enfermagem - saber e hist�ria". Mais do que nunca, vale o ponto de vista. Assim, antes de enfrentar a quest�o da constru��o do conhecimento, cabe considerar que a id�ia substantiva capaz de estabelecer um passo marcante para o alcance do estatuto da cientificidade, em especial quando se diz desse estatuto ser ele o equivalente do conhecimento objetivo talvez seja relevar, para a Enfermagem, a causa de uma ci�ncia em constru��o21. Na dimens�o do esp�rito cient�fico - nesse caso, tamb�m uma ci�ncia que � hist�rica, porque se percebe como conhecimento do passado a iluminar o caminho do saber espec�fico pr�prio da profiss�o de enfermagem em sua atualidade e em seus avan�os rumo ao amanh�. Por conseguinte, uma ci�ncia que consegue perceber o presente como uma luz para melhor compreender o passado e intuir, prospectivamente, o futuro pr�ximo.

Isto, se � que se pode compreender "a enfermagem-arte" como saber / conhecimento profissional (saber de uma pr�tica cient�fica) ainda n�o tanto ambiciosa de sucessos conseq�entes a resultados radicais. Mas, decisivamente, "uma-ci�ncia-em-vias-de-se-fazer" e j� capaz de romper com experi�ncias casuais e de se aventurar no terreno das experi�ncias sob controle; ou decidida a superar o desafio de hip�teses consistentes com o pensamento hist�rico. Isto, se � que "a enfermagem-ci�ncia" - assim entendida, deve ser tratada tamb�m no plano das pesquisas hist�ricas, que nos permitam compreender que "fazer a hist�ria [no caso a Hist�ria da Enfermagem] � considerar o esp�rito humano em experi�ncia, (...) � fazer uma hist�ria experimental do esp�rito humano"19. E a� a quest�o radical: - De que se faz (ou de que trata) o saber da hist�ria - na Hist�ria da Enfermagem?

Confesso que n�o havia pensado nessa quest�o assim t�o diretamente. Na Epistemologia, por�m, considera-se a quest�o atrav�s de duas possibilidades de tratar os assuntos centrais de uma ci�ncia no plano da hist�ria da mesma ci�ncia. E aqui, novamente, valem as asser��es de Canguilhem19:

- De um lado, mediante uma abordagem externalista, "pode-se fazer a hist�ria das ci�ncias [ou Hist�ria da Enfermagem] condicionando um certo n�mero de acontecimentos - que se continua a chamar de cient�ficos mais por tradi��o do que por an�lise cr�tica -por suas rela��es com interesses econ�micos e sociais, com exig�ncias e pr�ticas t�cnicas, com ideologias religiosas ou pol�ticas".

- Por outro lado, mediante uma abordagem internalista, "n�o existe hist�ria das ci�ncias [ou Hist�ria da Enfermagem] se n�o nos situamos [como pesquisadores] no interior mesmo da obra cient�fica [teorias ou explica��es do saber da enfermagem] para analisar as andan�as (d�marches) pelas quais ela busca satisfazer as normas espec�ficas que permitem defini-la como ci�ncia e n�o como t�cnica ou ideologia".

Segundo este mesmo autor / epistemol�go19:

� claro que uma e outra posi��o levam a assimilar o objeto da hist�ria das ci�ncias ao objeto de uma ci�ncia [no nosso caso, o objeto da Hist�ria da Enfermagem assimilado ao objeto da ci�ncia da Enfermagem]. (...) Consistente com as influ�ncias da filosofia marxista, o externalista v� a hist�ria das ci�ncias [ou a Hist�ria da Enfermagem] como uma explica��o de um fen�meno da cultura pelo condicionamento do meio cultural global e, conseq�entemente, assimilam-na a uma sociologia naturalista das institui��es, negligenciando inteiramente a interpreta��o de um discurso com pretens�o de verdade.

Na perspectiva internalista - marcadamente sob as influ�ncias do idealismo, "o historiador [ou pesquisador de enfermagem] deve adotar, uma atitude te�rica com rela��o �quilo que � retido como fato de teoria e, assim, utilizar hip�teses, paradigmas, da mesma forma que os pr�prios s�bios".

H� muito que se discutir com rela��o �s duas formas de se fazer a hist�ria no campo de interesse da Enfermagem - saber e hist�ria. Confesso que ainda preciso aprender muito acerca desta quest�o. No entanto, por justa raz�o, penso que se pode creditar inteira confiabilidade quanto aos interesses dos pesquisadores do Nuphebras (N�cleo de Pesquisa em Hist�ria da Enfermagem Brasileira). Eles, certamente est�o tratando de fazer a Hist�ria da Enfermagem mediante as duas abordagens aqui referidas.

EM NOME DA ENFERMAGEM -

SABER E HIST�RIA

No que me concerne e tal como penso, os professores / pesquisadores na Enfermagem precisam ainda, submeter seus objetos de estudo �s regras de verificabilidade e falseabilidade22 adequadas �s respostas alcan�adas na objetividade de pesquisas inerentes � profiss�o e a seu modo de pensar - saber e saber-fazer as coisas no mundo do trabalho assistencial. Quanto aos objetos de estudo inerentes ao pretendido saber de hist�ria da Enfermagem n�o vejo como escapar da obriga��o de se tentar a objetiva��o da subjetividade23, para superar os obst�culos epistemol�gicos da constru��o do saber / conhecimento produzido.

Para tanto, � preciso "situar os problemas tais como eles se apresentam ou se omitem, se resolvem ou desaparecem na pr�tica efetiva dos cientistas"24 [ou dos pesquisadores]. E, para situar e formular os problemas torna-se indispens�vel a presen�a de certos conceitos [epistemol�gicos] influentes nos aspectos destacados na constru��o do conhecimento profissional, quer seja entendido com base em objetos de ci�ncia ou de hist�ria. Isto, se � que se deseja discernir entre "conhecimento comum e conhecimento cient�fico [interesse da enfermagem-ci�ncia] ou se � que se deseja elucidar algumas teses particulares, sem ter a aud�cia de fazer com que elas se beneficiem de uma demonstra��o completa"24.

Certamente v�o precisar submeter as formula��es oriundas da pr�pria subjetividade ao crivo do pensamento hist�rico, e de toda forma aos requisitos da cr�tica e de conjeturas e reflex�es7. Em que pese a posi��o cr�tica formal e o ponto de vista apresentado relativamente ao todo e �s partes constitutivas desta tem�tica, ouso pensar que ainda temos muito caminho adiante ou uma travessia de uma certa in�rcia do pr�prio pensamento - obst�culo epistemol�gico11, e vontade de pesquisar face aos interesses da profiss�o de enfermagem. Uma in�rcia ou passividade de colocar o pensamento ousado em proveito da necessidade de superar as dificuldades implicadas na pr�tica da pesquisa e da constru��o da Enfermagem - seu saber e sua hist�ria.

� conta do exposto, penso que as poss�veis obje��es devem ser consideradas para efeito de balizar a posi��o cr�tica aqui definida. Relativamente aos aspectos epistemol�gicos destacados na constru��o do conhecimento profissional e no interesse da Enfermagem - saber e hist�ria, penso que todo este assunto tem sua relev�ncia pr�pria j� assegurada e se justifica pela imperiosa necessidade da pr�tica da pesquisa em virtude das exig�ncias que pesam sobre a produ��o cient�fica como requisito principal da qualidade acad�mica. Contudo, tal como percebo, sem a epistemologia fica muito dif�cil discernir entre a Hist�ria da Enfermagem, dita aquela dos conhecimentos superados, e aquela dos conhecimentos sancionados, quer dizer ainda atuais porque ativos.

A abordagem aos aspectos epistemol�gicos aqui focalizados, n�o tem a pretens�o de um car�ter final�stico. Ali�s, "a hist�ria � ci�ncia dos assuntos humanos, ci�ncia do homem"16. E em se tratado do homem e dos assuntos humanos � a ci�ncia em si e por si. Mas, precisamos imperiosamente encarar a expressividade dos pesquisadores de enfermagem (atitudes e condutas) como parte integrante da conting�ncia hist�rica, na estrutura das institui��es, e na pr�pria cultura da profiss�o.

Al�m do mais, somente atrav�s da pr�tica da constru��o cient�fica e de uma pr�tica cr�tica, devidamente fundamentada em pesquisas do saber/conhecimento espec�fico, ser� poss�vel ampliar os espa�os no campo epist�mico para a hist�ria da profiss�o. Mas, � preciso compreender e dar a devida aten��o aos aspectos epistemol�gicos aqui referidos. A bem da verdade, penso que todos os professores / pesquisadores est�o preparados para atender aos objetivos da prepara��o de recursos humanos para a promo��o / recupera��o da sa�de e para o trabalho assistencial nos mais variados cen�rios, quer sejam institucionalizados ou n�o.

Por�m, em vista dos objetivos tendentes a impulsionar a pesquisa para a constru��o do saber profissional, � preciso considerar adequadamente, e com a devida pertin�ncia, os aspectos epistemol�gicos destacados em rela��o a conhecimentos em constru��o. A partir dos conceitos relativos aos aspectos epistemol�gicos j� assentados - aqui secundando Canguilhem19 e Bachelard9, penso que vale considerar que:

A hist�ria das ci�ncias [em nosso caso, a Hist�ria da Enfermagem] �, na atualidade, o esfor�o para pesquisar e fazer compreender em que medida as a��es profissionais ou as atitudes intelectuais ou os m�todos [e t�cnicas] antes utilizados foram, em sua �poca, um avan�o ou uma supera��o; e, conseq�entemente, de que forma [teoria e pr�tica], na perspectiva [hist�rica] do passado superado, continua a ser o passado de uma atividade [profissional] � qual � necess�rio conservar o nome de cient�fica.

Gostaria de poder dar uma interpreta��o melhor � quest�o da constru��o do conhecimento e aos aspectos epistemol�gicos considerados. Tais como tratados, aqui, e em nome da Enfermagem - saber e hist�ria, penso que os aspectos epistemol�gicos destacados na constru��o do conhecimento, e no que concerne aos interesses profissionais, est�o a invocar a necessidade de implementar, cada vez mais, estrat�gias e mecanismos de intencionalidade objetiva que possam, de fato, alimentar e enriquecer as poss�veis abordagens para a quest�o colocada como "A Constru��o do Saber de Hist�ria da Enfermagem".

O tratamento dessa quest�o, segundo os termos da consci�ncia intelectual de ser enfermeira e pesquisadora de documentos hist�ricos, est� somente calcado na ousadia de um ponto de vista, o qual acredito razoavelmente bem orientado para dar vida a uma posi��o cr�tica frente aos aspectos epistemol�gicos focalizados a meio caminho entre subjetividade e objetividade na constru��o do conhecimento profissional da enfermagem.

Eis a�, pois, os primeiros termos de minha contribui��o. Mas ainda prefiro, e a despeito de todas as considera��es efetuadas, deixar em pauta a minha perplexidade. E a pergunta que se imp�e ent�o �: De que se faz (ou de que trata) o saber da hist�ria - na Hist�ria da Enfermagem? Acredito que � a�, e a partir de respostas - tentativas, que o saber da Enfermagem avan�a e a Hist�ria da Enfermagem se desenvolve.

Refer�ncias

1. Gl�nisson J. Inicia��o aos estudos hist�ricos. Colabora��o de Campos PM, Costa EV. S�o Paulo (SP): Difus�o Europ�ia do Livro; 1961.

2. Paix�o W. P�ginas de hist�ria da enfermagem. 2�ed. rev. Rio de Janeiro (RJ): Bruno Buccini; 1960.

3. Abdellah FG, et al. Patient-centered approaches to nursing. New York (USA): Macmillan; 1961.

4. Ziman J. O conhecimento confi�vel: uma explora��o dos fundamentos para a cren�a na ci�ncia. Campinas (SP): Papirus; 1996.

5. Miranda CML. O risco e o bordado: um estudo sobre forma��o de identidade profissional. Pref�cio de Vilma de Carvalho. Rio de Janeiro (RJ): EEAN/UFRJ; 1996.

6. Nightingale F. Notas sobre enfermagem: o que � e o que n�o �. Tradu��o de Am�lia Corr�a de Carvalho. Pref�cio de Ieda Barreira e Castro. S�o Paulo (SP): Cortez; 1989.

7. Carvalho V. Acerca de las bases te�ricas, filos�ficas, epistemol�gicas de la investigaci�n cient�fica: el caso de la enfermer�a. Rev Latino-am Enfermagem 2003 nov/dez;11(6):807-15.

8. Moles AA. As ci�ncias do impreciso. Colabora��o de Elisabeth Rohmer. Tradu��o de Gl�ria de Carvalho Lins. Rio de Janeiro (RJ): Civiliza��o Brasileira; 1995.

9. Bachelard G. A atualidade da hist�ria das ci�ncias. Tempo Bras: epistemologia 1972 jan/mar; 28: 22-26. Confer�ncia no Palais de la D�couverte; 1951.

10. Carvalho V, Coelho CP. O quadro documental da Escola de Enfermagem Anna Nery (UFRJ): documentos hist�ricos - 1922/1992. Rio de Janeiro (RJ): ABEn; 1991.

11. Bachelard G. A forma��o do esp�rito cient�fico: contribui��o para uma psican�lise do conhecimento. Tradu��o de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro (RJ): Contraponto; 1996.

12. Sauthier J, Carvalho V. A Miss�o Parsons: documentos hist�ricos da EEAN/UFRJ 1922/1931. Rio de Janeiro (RJ): EEAN/UFRJ; 1999. (Hist�ria da Enfermagem Brasileira, 1).

13. Carvalho V, Sauthier J. As pioneiras e a consolida��o da enfermagem no Brasil: documentos hist�ricos da EEAN/UFRJ 1932/1950. Rio de Janeiro (RJ): EEAN/UFRJ; 2004. (Hist�ria da Enfermagem Brasileira, 2). Publicado tamb�m em CD-ROM.

14. Carvalho V, Sauthier J. Annaes de Enfermagem: informatiza��o das publica��es de 1932 a 1954. Rio de Janeiro (RJ): EEAN/UFRJ; 2002.(Compreende toda a cole��o, o peri�dico �, atualmente, a Revista Brasileira de Enfermagem da Associa��o Brasileira de Enfermagem-ABEn).

15. Sauthier J. A preserva��o de fontes para pesquisa. Anais do 2� F�rum Mineiro de Enfermagem "Pesquisar para Caminhar" 2000; Uberl�ndia (MG), Brasil. Uberl�ndia (MG): UFU; 2000.

16. Bloch M. Apologia da hist�ria ou o of�cio de historiador. Edi��o anotada por �tienne Bloch. Tradu��o de Andr� Telles. Rio de Janeiro (RJ): Zahar; 2001.

17. Presid�ncia da Rep�blica. Secretaria de Planejamento. Plano B�sico de Desenvolvimento Cient�fico e Tecnol�gico-PBDCT: pesquisa fundamental e p�s-gradua��o/ Ci�ncias da Sa�de. Bras�lia (DF); 1974.

18. Parsons E. A enfermagem moderna no Brasil. Esc Anna Nery Rev Enferm 1997 jul;1 (n� esp lan�):9-24.

19. Canguilhem G. O objeto da hist�ria das ci�ncias. Tempo Bras: epistemologia 1972 jan/mar�o; 28:7-21;1966.(Confer�ncia realizada em Montreal)

20. Carvalho V. A enfermagem de sa�de publica como pr�tica social: um ponto de vista cr�tico sobre a forma��o da enfermeira em n�vel de gradua��o. Esc Anna Nery Rev Enferm 1997 jul; (n�esp lan�):25-41.

21. Carvalho V, et al. Quest�es epistemol�gicas da constru��o do conhecimento na enfermagem: do ensino � pr�tica de cuidar. Esc Anna Nery Rev Enferm 2003 ago; 7(2): 156-66.(Apresentado no 12� Semin�rio Nacional de Pesquisa em Enfermagem; Porto Seguro (BA); maio 2003).

22. Demo P. Teoria: porque? Anais do 1� Simp�sio Brasileiro de Teorias de Enfermagem; 1985 maio; Florian�polis (SC), Brasil. Florian�polis (SC): Ed da UFSC; 1985.

23. Japiassu H. Introdu��o ao pensamento epistemol�gico. 2� ed. Rio de Janeiro (RJ): Francisco Alves; 1977.

24. Popper KR. Conhecimento objetivo. Belo Horizonte (MG): Itatiai ; 1975.

Recebido em 05/11/2006
Reapresentado em 03/05/2007
Aprovado em 30/07/2007


1 Trabalho originalmente apresentado no II Col�quio Latino-Americano de Hist�ria da Enfermagem; 2005 set 12 - 15; Rio de Janeiro (RJ), EEAN/UFRJ, como confer�ncia realizada no dia 13 de setembro de 2005.

2 Esta � uma das disciplinas do Programa de P�s-Gradua��o da EEAN, implantada no Curso de Doutorado em 1989, e at� agora sob a responsabilidade da autora. Sua ementa tem o seguinte conte�do: Trata da Enfermagem como saber / conhecimento, da constru��o cient�fica e conceitos influentes na forma��o da mentalidade cient�fica, e de implica��es na produ��o do conhecimento profissional.

3 Artigo originalmente proferido como confer�ncia no �mbito da Conferencia en el Curso / Encuentro Internacional de Investigaci�n en Salud. Un programa cient�fico del Col�gio Nacional de Enfermeros del Per�. Ciudad de Lima (PE), Jun 2001.

4 O plano b�sico do PBDCT foi coordenado por Coura JR.

5 O trabalho relativo � parte da Enfermagem foi elaborado sob a coordena��o da Prof� Dr� Elvira De Felice Souza, � �poca Representante da �rea de Enfermagem.

6 Al�m dos aspectos da Enfermagem Brasileira, Parsons trata das caracter�sticas do perfil profissional da Enfermeira de Sa�de P�blica e do modelo de forma��o de enfermeiras implantado no Brasil sob sua lideran�a, como enfermeira norte-americana, Chefe da Miss�o T�cnica de Coopera��o para o Desenvolvimento da Enfermagem no Brasil - atualmente denominada Miss�o Parsons; historicamente sucedida de 1922 a 1931. O artigo original tem sua vers�o em ingl�s publicada no American Journal of Nursing, v. 26, June 1927; e, em portugu�s publicada nos Archivos de Hygiene - Exposi��es e Relat�rios - DNSP, 1928; existe ainda uma outra c�pia no CEDOC / EEAN, com texto em fac-s�mile, M�dulo A, Caixa 01, Documento 16.

Quais as bases do cuidado de enfermagem?

Conclusão: sugere-se o resgate da integralidade, da humanização, da unicidade, da espiritualidade nas pesquisas e práticas do cuidado do indivíduo, da família e da comunidade, como avanço na incorporação do conhecimento epistemológico do cuidar em enfermagem.

O que é a epistemologia da enfermagem?

Pensamento crítico para a tomada de decisão e resolução de problemas em enfermagem (Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem);

Qual a importância da epistemologia para a saúde?

Além disso, tal epistemologia, desenvolvida e aplicada, poderia ajudar a entender a construção do saber sobre saúde-doença nos diversos estilos de pensamento (inclusive na ciência), enriquecer a biomedicina em si e abrir o campo da terapêutica a outras medicinas para mútua contribuição, em benefício dos doentes.

Qual a importância das teorias de enfermagem para o cuidado atualmente?

Aplicação das teorias de enfermagem, na assistência, promove a construção de um conhecimento mais sólido, crítico e reflexivo, fornecendo o toque científico para profissão. Além disso, valoriza a teoria e habilidades práticas e contribui para melhorar o cuidado.

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