Contexto socioeconômico cultural e político da transição da Antiguidade para a Idade Média

Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)

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Antiguidade Tardia denomina um período de tempo ainda impreciso que se localiza entre a Antiguidade Clássica e a Idade Média.

O termo Antiguidade Tardia começou a ser usado por historiadores alemães no início do século XX, serve para identificar um período da história da humanidade que está compreendido entre os anos 300 e 600. Esta delimitação do período ainda é um tanto quanto imprecisa, pois os historiadores e outros eruditos ainda não chegaram a um consenso da real amplitude desse intervalo. O certo é que tal período está compreendido entre a Antiguidade Clássica e a Idade Média e pode ser utilizado para representar as características tanto da Europa continental quanto do mundo Mediterrâneo.

A Antiguidade Tardia é mais aceita como o período que se inicia com o declínio do Império Romano do Ocidente, a partir do século III, e se estende até a conquista islâmica e a ação do Império Bizantino na refundação da Europa Oriental.

O debate sobre a existência e a localidade no tempo da Antiguidade Tardia é muito presente na historiografia mundial. Como dito, os argumentos iniciais em defesa de tal período surgiram entre os historiadores alemães no início do século XX. Logo em seguida, o debate chegou também à Inglaterra, que ofereceu uma releitura do conceito de Antiguidade Tardia, reavaliando suas características.

Alguns pesquisadores defendem que as raízes da cultura medieval já estavam presentes no desenvolvimento do cristianismo. Desta forma, alguns acreditam que há traços de continuidade contundentes entre a Roma Imperial e a Alta Idade Média. Da mesma forma, essas características culturais também estiveram presentes no Império Bizantino.

Outra corrente de pesquisadores defende a importância dos povos germanos, representados especialmente pelos ostrogodos e visigodos, como responsáveis pela manutenção da tradição romana. Assim, levando em consideração que os germanos ocuparam os territórios outrora ocupados pelos romanos, a ênfase é dada sobre uma continuação do ponto de vista político, mas também cultural e institucional do que foi chamado de civilização clássica.

O uso do termo Antiguidade Tardia sugere, então, que há uma continuidade de características sociais e culturais da Antiguidade Clássica que permanecem presentes até a Idade Média. O que se verifica é a ausência de rupturas nítidas.

Fontes:
http://brathair.com/revista/numeros/09.02.2009/3_sartin.pdf

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/antiguidade-tardia/

RESUMO Este artigo tem por objetivo questionar o fim da Idade Média defendido pela historiografia tradicional-situado entre os séculos XV e XVI e marcado por quatro grandes movimentos: o Renascimento, a Reforma Protestante, a Centralização Política e os Descobrimentos. Através de revisão bibliográfica, pretende-se demonstrar que esse período foi mais marcado por continuidades que por rupturas e que o fim do Medievo pode ser melhor compreendido dentro da perspectiva da Longa Idade Média, postulada por Jacques Le Goff. Palavras-chave: Periodização. Continuidade. Fim da Idade Média.

TEXTO 6 - Transição: Antiga para Média; Média para Moderna

Transição da Antiguidade para a Idade Média

Por volta do século III, o Império Romano passava por uma grande crise econômica e política. A corrupção dentro do governo e os gastos com luxo retiraram recursos para o investimento no exército romano. Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o número de escravos, provocando uma queda na produção agrícola. Na mesma proporção, caía o pagamento de tributos originados das províncias.
Em crise e com o exército enfraquecido, as fronteiras ficavam a cada dia mais desprotegidas. Muitos soldados, sem receber soldo, deixavam as obrigações militares.
Os povos germânicos, tratados como bárbaros pelos romanos, estavam forçando a penetração pelas fronteiras do norte do império. Após o ano 395, com a morte do imperador Teodósio I o império foi definitivamente dividido em : Império Romano do Ocidente, com capital em Roma e Império Romano do Oriente (Império Bizantino), com capital em Constantinopla.
Em 476, o Império Romano do Ocidente caiu após a invasão por diversos povos bárbaros. Foi o fim da Antiguidade e início de uma nova época chamada de Idade Média.
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Datas marcantes:
Transição do Período Clássico para a Idade Média

193 - Tem início a crise do terceiro século no Império Romano.
285 - Diocleciano salva o Império Romano do colapso, dando a ele seu último fôlego.
313 - Com o Édito de Milão, o cristianismo deixa de ser perseguido.
391 - Com o Édito de Tessalónica, Teodósio I torna o cristianismo a religião oficial do Império Romano.
451 - A Batalha dos Campos Cataláunicos na qual o exército romano sai vencedor porém com enormes perdas.
476 - Queda definitiva do Império Romano do Ocidente.

Transição da Idade Média para a Era Moderna:

Cronologia
1415 - A conquista de Ceuta pelos portugueses marca o início da expansão marítimo-comercial européia.
1429 - Santa Joana D'Arc liberta a França
1440 - Johannes Gutenberg inventa a prensa móvel
1453 - A Tomada de Constantinopla, pelos Turcos Otomanos, põe fim ao Império Bizantino, terminando com o pouco que restava do antigo Império Romano.
1453 - Fim da Guerra dos Cem Anos
1492 - Viagem de Cristóvão Colombo à América Central
1498 - Vasco da Gama descobre o caminho marítimo para a Índia.
1500 - Viagem de Pedro Álvares Cabral à América do Sul, e assim, descobrimento do Brasil.
1517 - Publicação das 95 Teses de Martinho Lutero, que dá início à reforma protestante.
1534 - O "Act of Supremacy" de Henrique VIII dá origem à Igreja Anglicana.
Fonte: Wikpédia.

Transição do feudalismo para o capitalismo
Claudio B. Recco*Especial para a Folha de S. Paulo in www.uol.br/educacao/resumos

A Baixa Idade Média é caracterizada por um conjunto de transformações socioeconômicas e conseqüentemente políticas, culturais e religiosa. Para alguns, essas transformações, iniciadas a partir do século 11, refletem uma adaptação da elite às novas condições de vida na Europa e, portanto, uma tentativa de preservar seus privilégios.A nobreza feudal, durante os séculos seguintes, manteve a cobrança de tributos sobre os mercadores que passaram a transitar por suas terras e, assim, preservou seus Exércitos, sua moeda e suas leis. Também aumentou o consumo de artigos de luxo provenientes do Oriente e, para isso, eliminou gradualmente as relações servis de produção, desobrigando-se de ceder terras a um número cada vez maior de servos, criando um excedente de trabalhadores e transformando obrigações costumeiras em monetárias. Preservou ainda o controle sobre a maioria das cidades, às quais impunha seus tributos e suas leis, e sua influência sobre a Igreja e sobre os reis.Para grande parte dos estudiosos e na maioria dos livros didáticos, o processo é inverso. Desde o século 11, o sistema feudal entrou em crise e surgiram os elementos pré-capitalistas. O desenvolvimento do comércio, das cidades e sobretudo de uma nova classe social foram os elementos que determinaram a ruína dos senhores feudais, pressionados por novos interesses econômicos e políticos.A reabertura do Mediterrâneo ao comércio cristão, intensificando as relações entre o Ocidente e o Oriente, estimulou o desenvolvimento das atividades urbanas em detrimento da produção agrária, desmonetarizada e tendente à auto-suficiência, assim como fortaleceu a camada burguesa que, aliada aos reis, se confrontou com os interesses da nobreza. O rei, com o apoio da burguesia, fortaleceu sua autoridade e centralizou o poder, substituindo o poder local pelo poder nacional.
Dica: procure exemplos de permanências feudais na Idade Moderna.
É possível perceber as contradições que existem nas duas interpretações sobre o período?

*Claudio B. Recco é autor do livro "História em Manchete - na Virada do Século"

A queda de Constantinopla teve grande impacto no Ocidente. Os cronistas da época confiavam na resistência das muralhas e achavam impossível que os turcos pudessem superá-las. Chegou-se a iniciar conversações para uma nova cruzada para liberar Constantinopla do jugo turco, mas nenhuma nação poderia ceder tropas naquele momento. Os próprios genoveses se apressaram a prestar respeitos ao Sultão, e assim puderam manter seus negócios em Pera por algum tempo. Com Constantinopla - e todo o Bósforo, neste sentido - sob domínio muçulmano, o comércio entre Europa e Ásia declinara subitamente. Nem por terra nem por mar os mercadores cristãos conseguiriam passagem para as rotas que levavam à Índia e à China, de onde provinham as especiarias usadas para conservar alimentos, além de artigos de luxo, e para onde se destinavam suas mercadorias mais valiosas.

Desta forma, as nações européias iniciaram projetos para o estabelecimento de rotas comerciais alternativas. Portugueses e espanhóis aproveitaram sua posição geográfica junto ao Oceano Atlântico e à África para tentar um caminho ao redor deste continente para chegar à Índia (percurso percorrido com sucesso por Vasco da Gama entre 1497 e 1498).

Cristóvão Colombo via uma possibilidade de chegar à Ásia pelo oeste, através do Oceano. Nesta empreitada, financiada pelos reis de Espanha, o navegador italiano alcançou, em 1492, o continente americano, dando início ao processo de ocupação do Novo Mundo.

Com as Grandes Navegações, os dois países, outrora sem muita expressão no cenário político europeu, se tornaram no século XVI os mais poderosos do mundo, estabelecendo uma nova ordem mundial.

Quais são os marcos da transição da Antiguidade para a Idade Média?

Dois marcos históricos que estão interligados e detêm grande responsabilidade pelo início do período cronológico e cultural denominado de Idade Média foram: a progressiva queda do império romano a ocidente (27 a.C.-476 d.C.), e a simultânea penetração e implantação dos povos bárbaros nos seus territórios.

Como podemos explicar o processo transição da Antiguidade para a Idade Média?

Ela começa em torno do ano 500 d.C. O último imperador romano foi expulso de Roma e substituído por um rei bárbaro, Odoacro, em 476 d.C., marcando o fim do Império Romano e também o fim da Antiguidade.

O que mudou da Idade Antiga para a Idade Média?

A Idade Média iniciou-se com a desagregação do Império Romano do Ocidente, no século V. Isso deu início a um processo de mescla da cultura latina, oriunda dos romanos, e da cultura germânica, oriunda dos povos que invadiram e instalaram-se nas terras que pertenciam a Roma, na Europa Ocidental.

Quais foram os principais aspectos políticos econômicos e sociais da Idade Média?

O feudalismo foi o sistema político, social e econômico que predominou na Europa durante a Idade Média. Era marcado pela descentralização política, pela imobilidade social e pela autossuficiência econômica dos feudos – as unidades de produção da época.