Como valorizar a arte de autoria feminina no Brasil conclusão?

Por:   •  30/7/2022  •  Dissertação  •  261 Palavras (2 Páginas)  •  180 Visualizações

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Factualmente, ao longo dos séculos de história do Brasil, a mulher sempre exerceu papel secundário em relação ao homem, ficando a cargo deste a função de tomada de decisões sobre o destino das mulheres. Dessa forma, durante muitos anos, as mulheres não eram autônomas e sequer tinham acesso a direitos básicos, como a educação.

Nesse sentido, infere-se que, por terem seus direitos básicos cerceados, como a escolarização, a qual era um direito reservado somente a homens de classes elevadas, essas mulheres ficavam impedidas, consequentemente, de alcançar sucesso e ascenderem socialmente. Dessa forma, percebe-se, ao longo dos séculos que a maioria dos autores que atingiram renome no âmbito da literatura nacional é do sexo masculino. Tais como Machado de Assis e José de Alencar. Depreende-se, portanto, que a falta de acesso à escolarização formal, obstaculizou, por muito tempo, a possibilidade de mulheres ingressarem no mundo da literatura e atingirem o reconhecimento equânime em relação aos homens.

Outrossim, cumpre destacar que, no âmbito da cultura, da literatura e da arte, as mulheres, de maneira geral, em diversas obras eram objetos de inspiração dos autores, refletindo a mentalidade da sociedade do período em relação a elas. Nota-se, por exemplo, a objetificação dos corpos femininos em textos de autores como Álvares de Azevedo, que, em seus poemas, exaltava a beleza de corpos nus femininos, em especial de mulheres alvas. Jorge Amado também tematizou a sensualidade feminina em obras como Gabriela, cravo e canela. Infere-se, dessa forma, que os corpos femininos são tematizados em diversas obras, demonstrando a visão objetificada sobre eles.  

By, Natieli Maria D.D

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Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com

Erase Discrimination, 1999; Pink rubber with ink screenprint, The Guerrilla Girls Talk Back.

A virada de um ano para o outro marca para muitas pessoas o início de novas possibilidades: a gente revê nossos hábitos, estabelece metas, cria novos projetos, faz listas com o que queremos fazer nos 365 dias seguintes e refletimos sobre toda uma nova rotina que combina mais com quem a gente quer ser. Se no último ano, você percebeu o quanto a arte feita por mulheres é desvalorizada e se assustou com o quão poucas artistas, escritoras, diretoras mulheres você conhece e uma de suas resoluções do novo ano é valorizar mais o trabalho delas, tenho uma lista de ideias de como começar.

1) Conheça, acompanhe e participe de hashtags de projetos como o #LeiaMulheres e o #52FilmsByWomen

A Women In Film criou um movimento para dar visibilidade às produções cinematográficas femininas. A proposta é ver um filme dirigido por uma mulher por semana durante um ano e postar sobre ele nas redes sociais usando a hashtag #52FilmsByWomen ou a versão em português #‎52filmesPorMulheres. Já a #LeiaMulheres foi inspirada na hashtag #ReadWomen2014, criada pela Joanna Walsh e que propõe celebrar obras de escritoras. No Brasil, além do uso da hashtag ter viralizado, houve uma proliferação de clubes de leitura com essa temática em várias cidades e de sites com resenhas de livros de autoria feminina. A reflexão sobre as mulheres no mercado editorial foi além e hoje existe também a iniciativa #LeiaMulheresNegras, que divulga a literatura feita por elas para combater a invisibilidade que o combo do machismo com o racismo faz existir.

2) Busque conhecer e ler escritoras brasileiras

O mercado editorial tem poucas mulheres em destaque, entre essas poucas, a maioria é norte-americana ou europeia, por isso é importante valorizar as escritoras daqui. Além disso, conhecer escritoras brasileiras é uma forma de conhecer o país que você vive e as diversas realidades e ficções que podem acontecer dentro desse território. Não sabe por qual autora começar? Sugiro conhecer as obras de Ana Paula Maia, Angélica Freitas, Ana Rüsche, Aline Valek, Conceição Evaristo, Eliane Brum, Elisa Lucinda, Jarid Arraes, Ryane Leão, Socorro Acioli, Carolina Maria de Jesus, Lygia Fagundes Telles, Hilda Hist e muitas outras.

3) Valorize o trabalho de escritoras e artistas independentes

Ficar preso às publicações das grandes editoras e às exposições das galerias famosas faz a gente perder muito trabalho bom. Sendo a arte um espaço ainda predominantemente masculino e branco, os trabalhos que ficam à margem costumam ser justamente o de mulheres e de outros grupos que sofrem discriminação. Vale a pena ficar de olho nos sites de financiamento coletivo! Uma alternativa que tem sido muito utilizada por artistas e escritoras.

4) Acompanhe páginas que divulgam trabalhos feitos por mulheres, que indicam novos nomes da literatura e arte, exposições e filmes

No Medium temos, por exemplo, a iniciativa Mulheres que Escrevem, que divulga muitas produções literárias femininas. Além delas, indico também: Mulheres Notáveis, Mulher no cinema, Mulheres nos quadrinhos, Arte feminista, Arte das Minas, Leia Mulheres e Leia Mulheres Negras.

5) Troque referências

Indique leituras, filmes, artistas. Resenhe. Chame suas amigas e seus amigos para ver algum filme em cartaz dirigido por uma mulher. Apoie o trabalho das escritoras, artistas e cineastas que você gosta. Elogie, mostre que se importa com o que elas produzem. Compartilhar nomes femininos que fizeram uma arte que te agradou é uma forma de valorizar o trabalho das autoras e você ainda abre portas para ouvir indicações de outras pessoas e conversar sobre.

6) Conheça zines e publicações que valorizam os trabalhos das minas

Como a Fale Com Elas, a Alpaca Press, Revista Farpa e outras iniciativas. Os exemplos citados são publicações organizadas e editadas por mulheres que reúnem trabalhos de autoria feminina. Um inception de valorização das minas.

7) Frequente exposições artísticas de mulheres.

Pare sempre para pensar na quantidade de trabalhos de mulheres presentes nas exposições coletivas. Vá nas exposições individuais de artistas mulheres. Busque saber mais sobre artistas e escritoras de épocas passadas. Pesquise sobre artistas e escritoras contemporâneas. Conheça as Guerrilla Girls. Destrua a ideia de que mulheres na arte têm o papel de musas!

Texto adaptado de uma publicação feita por mim na Alpaca Press. O projeto acabou e por isso alguns textos meus publicados originalmente por lá serão republicados por aqui.

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Como valorizar a arte de autoria feminina no Brasil Causas?

7 possibilidades de valorizar o trabalho artístico feito por....
1) Conheça, acompanhe e participe de hashtags de projetos como o #LeiaMulheres e o #52FilmsByWomen. ... .
2) Busque conhecer e ler escritoras brasileiras. ... .
3) Valorize o trabalho de escritoras e artistas independentes..

Como é a arte de autoria feminina no Brasil?

Atualmente. A Arte Feminista sofreu transformações ao longo do tempo e atualmente valoriza uma visão integrativa do conceito de identidade, considerando em suas obras não apenas a luta feminina, mas também a conexão entre gênero, etnia, sexualidade e classe social.

Porque a arte de autoria feminina e desvalorizada?

A desvalorização do trabalho feminino acontece devido à colocação da mulher à margem das tarefas remuneradas. Este tema remete a um período histórico em que as mulheres foram estrategicamente retiradas do sistema econômico: a Baixa Idade Média.