Como surgiu a atividade física para pessoas com deficiência e como se transformou em um evento tão grande como as Paraolimpíadas?

Nesta segunda-feira, 21 de setembro, é comemorado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. A data foi oficializada no dia 14 de julho de 2005 por meio da lei nº 11.133 e tem como objetivo a conscientização sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade.

E uma das missões do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é promover a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade em todas as suas dimensões. Uma ferramenta para atingir essa meta é o esporte. “Historicamente, o esporte salvou vidas de pessoas com deficiência, principalmente no processo de reabilitação e, consequentemente, tiveram outros benefícios”, explicou Bruna Bardella, psicóloga do CPB.

“Hoje, eu vejo que o esporte paralímpico melhora a autoestima, a autoconfiança e a capacidade motora do atleta. Ao melhorar a capacidade motora, a pessoa consegue desenvolver a autonomia e se tornar mais independente. Outra característica que observo nos atendimentos é que um atleta paralímpico sempre tem alguém que o inspira e, ao mesmo tempo, ele é inspiração para alguém. Então, é uma cadeia, o que é super interessante e faz o Movimento Paralímpico crescer. Faz mais pessoas vivenciarem o esporte e criarem redes de relacionamento, assim nós vamos transformando a sociedade”, completou.

O CPB faz diversas ações para promover a prática de esportes e a inclusão de crianças e jovens com deficiência. Um desses projetos é a Escola Paralímpica de Esportes que tem como objetivo promover a iniciação esportiva de crianças entre 10 e 17 anos com deficiência física, visual ou intelectual em nove modalidades: atletismo, bocha, futebol de 5, goalball, judô, natação, parabadminton, tênis de mesa e vôlei sentado. As escolinhas têm como sede o Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, e atendem mais de 500 alunos, porém, devido à pandemia de Covid-19, as atividades foram suspensas e estão com retorno previsto apenas em 2021.

“Quando falamos em qualidade de vida, o esporte é uma ferramenta importante, mas é mais fundamental ainda para as pessoas com deficiência. Muitas vezes, as crianças com deficiência são dispensadas das aulas de Educação Física por falta de conhecimento sobre os esportes paralímpicos. Nós [CPB] temos vários projetos que oferecem e incentivam a prática de atividade física em idade escolar e já recebemos vários depoimentos dos pais e responsáveis relatando que isso transformou a vida de seus filhos. Para nós, uma medalha de ouro é ouvir um desses depoimentos”, disse o coordenador de Desporto Escolar do CPB, Ramon Pereira.

Outra ação do CPB para impulsionar o Movimento Paralímpico em todo país são as Paralimpíadas Escolares, consideradas o maior evento do mundo para pessoas com deficiência em idade escolar. Em sua 13ª edição, realizada em 2019, a competição reuniu mais de 1200 participantes com disputas em 12 modalidades. A faixa etária contemplada nas Escolares é de 12 a 17 anos, assim esta é a primeira oportunidade para jovens atletas competirem. Também devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus, a edição 2020 das Paralimpíadas Escolares foi cancelada.

Para celebrar este dia 21 de setembro, o CPB lançou a galeria 3D “Rumo a Tóquio”, em parceria com o eMuseu do Esporte. A exposição contempla grandes competições com a participação dos atletas brasileiros desde os Jogos Paralímpicos Rio 2016. A curadoria do material foi realizada pela fotógrafa do CPB, Alessandra Cabral.

Dando continuidade as comemorações, nesta terça-feira, 22 de setembro, será celebrado o Dia Nacional do Atleta Paralímpico. Para esta data o CPB realizará um evento virtual. A ação será aberta ao público e contará com duas transmissões de debates ao vivo, às 15h e às 18h, na página oficial do CPB no Facebook e no canal do Youtube. Os temas em debate serão: “Esporte como ferramenta de transformação” e “Superação é uma ova!”

Participarão dos bate-papos os atletas Débora Menezes, Fabrício Ferreira, Roberto Alcalde, Susana Schnarndorf, Verônica Hipólito, e Yohansson Nascimento. O youtuber Fred do canal Desimpedidos, a influenciadora digital Isa Meirelles, o jornalista Renato Peters e o apresentador e ex-judoca Flávio Canto também estarão entre os convidados.

Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Débora Menezes, Fabrício Ferreira, Roberto Alcalde, Susana Schnarndorf e Yohansson Nascimento são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 70 atletas e sete atletas-guia.

Time São Paulo
Os atletas Verônica Hipólito e Yohansson Nascimento são integrantes do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo que beneficia 61 atletas e dois atletas-guia de 11 modalidades.

Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro () 

Como ocorreu o surgimento da atividade física para pessoas com deficiência e como se transformou em um evento tão grande como as Paraolimpíadas?

As Paralimpíadas são o evento esportivo realizado a cada quatro anos para atletas com diferentes graus de deficiência. Surgiram em 1960, sendo resultado da utilização do esporte como ferramenta para reabilitação de deficientes. A primeira participação brasileira foi em 1972, e nossa primeira medalha veio em 1976.

Como surgiu o esporte para pessoas com deficiência?

O esporte praticado por pessoas com deficiência começou na Inglaterra, nos anos 40, como medida terapêutica, para dar mais qualidade de vida a militares que foram mutilados durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1960, foi realizada a primeira edição dos Jogos Paraolímpicos de Verão em Roma, na Itália.

Como o esporte paralímpico contribui para a inclusão das pessoas com deficiência?

“Historicamente, o esporte salvou vidas de pessoas com deficiência, principalmente no processo de reabilitação e, consequentemente, tiveram outros benefícios”, explicou Bruna Bardella, psicóloga do CPB. “Hoje, eu vejo que o esporte paralímpico melhora a autoestima, a autoconfiança e a capacidade motora do atleta.

Quais foram as principais mudanças no esporte paralímpico desde o seu surgimento?

A principal mudança na regra original é a possibilidade de dar dois movimentos na roda antes de quicar, passar ou arremessar a bola; Vela: atletas com deficiência locomotora ou visual participam dessa modalidade. As provas podem ser individuais ou coletivas (dois ou três velejadores);