Como se livrar de um círculo vicioso?

O hábito é caracterizado por uma sequência de comportamentos que são repetidas automaticamente em uma rotina, muitas vezes se tornando vícios. Segundo Rodrigo Fonseca, fundador e presidente da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional (SBie), o hábito tem o objetivo de fazer o indivíduo poupar energia.

“Repetimos vários hábitos já moldados e arraigados no nosso cérebro emocional de maneira automática. Quando temos um comportamento estabelecido no cérebro emocional, não é necessário gastar energia pensando em que movimento é preciso fazer para escovar os dentes, por exemplo”, explica Rodrigo Fonseca.

Os hábitos são formados por três componentes: gatilho, ação e recompensa. O gatilho funciona como um “clique” no cérebro emocional: o gatilho para um fumante acender um cigarro, por exemplo, pode ser o café que ele toma depois do almoço. Logo em seguida vem a ação — que é fumar o cigarro em si — e a recompensa fecha o ciclo, indicando para o cérebro que a ação trouxe uma sensação de bem-estar.

A antecipação criada pelo gatilho, a constância na ação e o anseio pela recompensa formam o hábito. Quanto mais vezes a sequência de comportamentos for repetida, mais o indivíduo se sente recompensado e mais automáticas se tornam suas ações.

Os hábitos são poderosos pela dependência neurológica que a recompensa cria, e o nível da intensidade do desejo por esta recompensa pode tornar o hábito um vício. Ao tomar consciência sobre o processo de formação de um hábito, podemos tirar a força automática que ele tem nas nossas vidas.

3 dicas para eliminar maus hábitos

Modifique o gatilho

Uma das melhores maneiras de se livrar de um hábito é evitar o gatilho que leva a ele. Ao usar o exemplo do café (gatilho) que desperta a vontade de fumar (hábito), é possível diminuir a quantidade de cafés nos intervalos e, assim, evitar que a vontade de fumar apareça.

Entenda a neuroplasticidade cerebral

O cérebro humano é plástico e está em constante mudança. Por isso, sempre é possível adotar novos hábitos e eliminar hábitos antigos e prejudiciais. Esse funcionamento é chamado de neuroplasticidade cerebral — característica que torna o cérebro flexível e mutável. Isso significa que a mente se adapta e se molda todos os dias, e que a dificuldade para abandonar velhos hábitos existe porque o cérebro foi condicionado a isso.

Crie novos hábitos

Quando uma atividade se repete, os caminhos neurais ganham mais força e se torna cada vez mais difícil eliminar os hábitos. Incluir novos comportamentos à rotina e repeti-los por algumas vezes faz com que esses caminhos ganhem força e se torne um hábito inconsciente. Esse movimento pode incluir atividades físicas ou uma alimentação mais saudável, por exemplo.

Se você acompanhou nosso último post, já entendeu que o sentimento de rejeição é responsável pelo que chamamos fraturas emocionais. Hoje, queremos partir dessa compreensão para entender alguns padrões de comportamento/ relacionamentos e o que eles podem dizer sobre o seu autoconhecimento.

Ah, e vale ressaltar: todo esse conteúdo é resultado da Maratona Inteligência Emocional, uma série de LIVES ministradas pelo Master Coach e PhD Paulo Vieira, em seu perfil do Instagram.

Acompanhe o post e entenda do que estamos falando!

As consequências dos traumas durante a vida 

Para começar, queremos que imagine as fraturas emocionais como ferimentos sentimentais, espirituais, racionais e até mesmo físicos, causados por traumas e experiências negativas no decorrer da vida. São como feridas abertas que demoram muito para se curar.

Quando você tem um machucado no seu corpo, o que faz? Naturalmente, você procura proteger o local para que ninguém (nem você mesmo) encoste nele e cause dor. 

Da mesma forma, ocorre com as fraturas emocionais. Nós criamos defesas para que ninguém nos machuque novamente. 

Para evitar se sentirem criticadas, por exemplo, muitas pessoas adotam um comportamento arrogante e não admitem (ou escondem) suas falhas. E isso é um ciclo que se repete a cada vez que lidam com o medo. Um ciclo que chamaremos aqui de vício emocional. 

Um comportamento que se repete para que o indivíduo se sinta protegido e que muitas vezes pode significar o seu isolamento, solidão, relacionamentos destruídos, carreiras comprometidas.

Mas como entender mais desse ciclo e descobrir a porta para sair dele?

Nós aceitamos o amor que acreditamos merecer

Você certamente conhece alguém que teve uma infância difícil e perdeu ou foi abandonado por um dos seus protetores. Na vida adulta, compreensivelmente, pode ser que essa pessoa tenha criado defesas profundas. Seus relacionamentos sofrem com conflitos constantes e não duram.

Muitas vezes, pode ser que escolha parceiros incompatíveis com seus desejos, que não merecem estar ao seu lado ou mesmo entre em relações que são impossíveis de se manter a longo prazo.

Nesse ciclo de dor, consciente ou inconscientemente, sempre existem motivos para que ela seja abandonada novamente. 

Essa pessoa está em um ciclo vicioso de abandono e, devido a isso, poderá viver repetidos episódios em que é deixada de lado por aqueles que mais ama durante a vida. Ela criou a crença de que não é merecedora de um amor completo.

Já ouviu aquela frase “nós aceitamos o amor que acreditamos merecer”?

É sobre isso que ela fala.

Quebrando o ciclo

Alguns indivíduos que se viram emocionalmente feridos na infância, sente-se marcados pela dor e tendem a criar sentimentos tóxicos que perduram na fase adulta. Que sentimentos são esses?

Podem ser desde a angústia, medo, sentimento de inferioridade, insegurança física e emocional, distorção da própria imagem, até sentimentos como o ódio, vingança, inveja ou mesmo prazer com a dor do outro.

Nessa situação, há duas opções: alimentar ou tratar esses sentimentos. 

Emoções negativas e ruins devem ser tratadas o quanto antes a fim de evitar ferir ainda mais aqueles que os possuem.

O grande problema ocorre quando a pessoa não consegue esquecer o passado de rejeição e vive isso diariamente sem saber como quebrar o ciclo. Dessa forma, os vícios emocionais se fazem presentes no dia a dia e nas relações do indivíduo, comprometendo todas as áreas de sua vida.

Como eliminar os vícios que nos fazem sofrer?

A decisão de eliminar seus vícios emocionais é um passo importante na vida de uma pessoa, e requer dela também muita coragem. Ela precisará concentrar-se em si mesmo, analisar cada uma das suas decisões e entender quais delas estão interferindo no andamento da sua vida. 

E, se você se identifica com essas questões, vamos refletir sobre o passo a passo para sair do ciclo?

Primeiro passo: identifique os padrões

Essa é uma tarefa essencial quando se fala de autoconhecimento. Identificar quais os padrões que têm se repetido na sua vida e, depois, buscar mecanismos para sair deles.

É importante ressaltar que todas as relações estão incluídas nisso. Sua relação consigo mesmo, com a sua família, com o seu parceiro ou parceira e até mesmo as relações de trabalho. 

Olhe para o todo: você tem feito as escolhas certas? Tem se permitido ser amado? Ou tem estado na constante e talvez inconsciente busca por relações que te fazem mal? 

Sabendo quais são essas dores, como elas agem sobre a vida sua vida, você passará a ter um profundo autoconhecimento de si, dos seus desejos e das suas interações.

Segundo passo: perdoe

Como também já falamos no post anterior, é necessário perdoar tanto aos outros quanto a si mesmo.

Você só poderá entender, compreender e conviver com as emoções de outras pessoas se começar conhecendo e perdoando a si.

Todos nós, em algum momento de nossas vidas, passamos por momentos ruins, que podem ter nos trazido traumas e medos. Mesmo familiares e amigos queridos podem ter um dia lhe trazido dor e raiva. 

Porém, a diferença entre indivíduos que conseguem libertação de si mesmos e dos que não conseguem, está justamente nisso: no ato de perdoar. E como também já falamos, esse ato é talvez muito mais importante para si mesmo do que para o outro.

Todo indivíduo merece mais do que viver cheio de ressentimentos, que muitas vezes destroem toda perspectiva de futuro.

Quando você atinge a capacidade de perdoar, você cresce extraordinariamente

Terceiro passo: conheça os seus pontos fortes

Acredite: todos têm pontos fortes!

Retire um momento para se dedicar a conhecer profundamente a si mesmo. O que você gosta? Quem você é? Quais são as suas qualidades e os seus verdadeiros sonhos de vida?

Fortaleça a sua identidade, use o tempo também para estar consigo e redescobrir as alegrias de ser quem você é. Lembre-se: as pessoas nos amam e respeitam por quem somos. É preciso ser, antes de tudo, alguém que se valoriza e se ama o suficiente para cuidar de si e estar consigo. 

Encontre-se, e você poderá conseguir, enfim, uma conexão saudável, leve e calma com a vida, consigo mesmo e com as pessoas ao redor.

Comece hoje!

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Até a próxima!

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