Como se dá a relação entre autor texto e leitor para uma concepção de leitura e compreensão textual?

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Leitura e Produção de Texto Autoria: Kate Mamhy Oliveira Kumada Tema 01 Leitura, Texto e Sentido seç ões Como citar este material: KUMADA, Kate Mamhy Oliveira. Leitura e Produção de Texto: Leitura, Texto e Sentido. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. Tema 01 Leitura, Texto e Sentido SeçõesSeções Tema 01 Leitura, Texto e Sentido Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Ler e compreender: os sentidos do texto, das autoras Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias, editora Contexto, Livro- Texto 225, 2013. Roteiro de Estudo: Kate Mamhy Oliveira Kumada Leitura e Produção de Texto 5 Conteúdo Nessa aula você estudará: • A leitura como um processo de interação autor-texto-leitor. • As estratégias necessárias para se realizar uma boa leitura. • Como ocorre a construção de sentidos durante a leitura de textos. CONTEÚDOSEHABILIDADES 6 Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • Por que uma boa leitura exige que o leitor seja um sujeito ativo? • Quais estratégias de leitura permitem ao leitor interagir dialogicamente com o texto? • Quais são os fatores que influenciam na compreensão da leitura? • Como ocorre a produção de sentidos durante a leitura? CONTEÚDOSEHABILIDADES LEITURAOBRIGATÓRIA Leitura, Texto e Sentido Savioli e Fiorin (2006, p.4) definem sabiamente que a leitura se refere a uma tarefa que exige grande “sensibilidade”. Contudo, os autores afirmam que essa é uma qualidade que pode ser desenvolvida e para tanto não é necessário ler um texto várias vezes, mas sim dirigir corretamente a atenção durante sua leitura. Em concordância com essa reflexão, vale a pena compreender quais são os elementos nos quais você deve prestar maior atenção para se tornar um bom leitor. Você já deve ter observado que as práticas de leitura e também de escrita exigem muito mais que o saber estritamente linguístico, ou seja, mais do que o conhecimento das técnicas de estruturação e decodificação de letras e palavras. Ler, compreender e interpretar textos demanda desde o reconhecimento da interação autor-texto-leitor até a produção de sentidos construída a partir: 1. de conhecimentos prévios (seja de ordem linguística, enciclopédica ou interacional); 2. da contextualização e 3. da identificação da intertextualidade (quando houver) e de gêneros textuais. De acordo com Koch e Elias (2013, p. 10), a concepção de leitura supracitada se concentra na interação autor-texto-leitor, e está em consonância com uma “concepção interacional 7 (dialógica) de língua” e de linguagem. Nesta concepção interacional, tanto o autor quanto o leitor participam ativa e conjuntamente da construção do texto. No entanto, Clark (2000) destaca que há diferentes estudos sobre o uso da linguagem, entre os quais alguns estão concentrados na linguagem como um processo individual e outros, na linguagem como um processo social. Sobre isso, Koch e Elias (2013) revelam três concepções de leitura, a saber: o foco no autor, o foco no texto e o foco na interação autor-texto-leitor. Na concepção sob o foco no autor, aquele que escreve espera que o leitor receba a mensagem/informação da mesma maneira como fora mentalizada inicialmente. Nessa abordagem, o leitor exerce um papel passivo diante do texto, visto que sua única tarefa é “captar” as ideias e intenções prescritas pelo autor, subentendendo que esse é um processo “lógico” e direto, conforme ilustra a Imagem 1.1. 1.1 Imagem com esquema sobre a relação entre autor, texto e leitor a partir da concepção de leitura sob o foco no autor. Fonte: Pessoal. Essa imagem retrata o esquema de relação direta da emissão do texto pelo autor e da recepção do mesmo pelo leitor a partir da concepção de leitura sob o foco no autor. É uma concepção de transferência direta de conhecimentos através do texto, sem considerar aspectos sociais, culturais e linguísticos presentes em cada sujeito, ou seja, sem mediações. O leitor também é considerado um sujeito passivo na concepção de leitura sob o foco no texto, em que “[...] o texto é visto como simples produto de codificação de um emissor a ser decodificado pelo leitor/ouvinte, bastando a este, para tanto, o conhecimento do código LEITURAOBRIGATÓRIA 8 utilizado” (KOCH; ELIAS, 2013, p. 10). Nessa teoria, apenas com base no domínio do código linguístico, o sujeito seria capaz de ler e compreender qualquer texto. No entanto, sabe-se que para ler e compreender um texto, seja ele sobre futebol ou sobre astronomia, é preciso ir além da sua decodificação, alçando conhecimentos e recursos como, por exemplo, os conhecimentos prévios sobre o assunto, sobre o gênero linguístico do texto, sobre quem o escreveu, onde foi publicado, entre outros. Desse modo, em contraposição ao modelo passivo de leitor apregoado nas concepções sob foco no autor e foco no texto, a concepção de leitura com foco na interação autor-texto-leitor compreende a leitura como uma “atividade interativa altamente complexa de produção de sentidos” (KOCH; ELIAS, 2013, p. 11), onde são considerados todos os conhecimentos (não exclusivamente o linguístico) adquiridos pelo leitor. Nesse sentido, observe a Imagem 1.2, que busca representar esse processo dialético entre o autor e o leitor durante a construção do texto, ideia defendida pela concepção de leitura baseada na interação autor-texto-leitor. 1.2 Imagem com esquema sobre a relação entre autor, texto e leitor a partir da concepção de leitura sob o foco na interação autor-texto-leitor. Fonte: Pessoal Essa imagem retrata o esquema de relação dialética de construção (e não de transferência) do texto a partir da interação entre o autor com o texto e, por conseguinte, com o leitor. Indicando que os sentidos do texto são criados na ação conjunta, através da ativação dos conhecimentos do autor e do leitor. LEITURAOBRIGATÓRIA 9 No esquema representado na Imagem 1.2, o sentido de um texto não se dá de forma direta, transferido sem mediações. Ao invés disso, o sentido do texto é criado na ação conjunta, através da ativação dos conhecimentos do autor e do leitor. Por essa razão, a leitura como interação autor-texto-leitor defende o papel do leitor ativo e crítico, capaz de processar, criticar, avaliar, desfrutar ou rechaçar o texto em questão. Para isso, esse “leitor enquanto construtor de sentido”, deve se valer de estratégias de leitura, tais como seleção, antecipação, inferência e verificação (KOCH; ELIAS, 2013, p. 13). Segundo Koch e Elias (2013, p. 13) a “estratégia de seleção” implica uma leitura mais dinâmica do texto, selecionando e discriminando elementos (ir)relevantes. Já a “antecipação” envolve as hipóteses elaboradas a partir de nossos conhecimentos prévios sobre o autor, o meio de veiculação do texto, o gênero textual, o título e a distribuição e configuração de informações no texto. Para ilustrar a estratégia de antecipação de leitura, você pode elaborar hipóteses sobre o texto a partir de seus conhecimentos prévios sobre o autor como, por exemplo, analisar quem é o autor, se ele é um autor é renomado ou desconhecido, se tem um estilo crítico, sério, humorístico, se tem propriedade para falar sobre o assunto, entre outros. No caso do meio de veiculação do texto, cabe, por exemplo, analisar qual o meio de divulgação, se é um meio confiável, neutro, partidário, etc. Já no que tange ao gênero textual, mesmo antes da leitura do texto, é possível verificar o gênero (se é uma receita, uma bula de remédio, uma poesia, etc.) e, a partir daí, realizar suposições sobre as intenções desse texto (é um texto informativo, crítico, caricato, etc.). O próprio título pode revelar

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