Então, recapitulando os principais pontos: se seu sangue é Rh negativo e do seu marido é Rh positivo, fique mais atenta a algum sangramento na gestação, e também siga à risca os exames de pré-natal solicitados pelo seu médico. E na dúvida, SEMPRE SEMPRE consulte seu obstetra!
Por Dra Isabella Cristina Alexandre Ferreira
Ginecologista e Obstetra CRM 172335
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Assim que a mamãe sabe que está grávida, marca sua visita ao médico para iniciar o pré-natal. Em todo início de gravidez são exigidos inúmeros exames e testes, entre eles, a tipagem sanguínea e o fator Rh da mãe e do pai para saber se há risco de incompatibilidade entre o sangue da mãe e do feto.
Existem alguns tipos de incompatibilidade sanguínea. O principal deles é a incompatibilidade do sistema ABO, quando o sangue da mãe é diferente do sangue do pai, independente do fator Rh. Nesse caso, não há muito com o que se preocupar. O máximo que acontece é a criança apresentar icterícia, uma cor mais amarelada do que o normal. Pode ser tratado na maternidade com fototerapia.
Em 2% dos casos de incompatibilidade devido aos tipos sanguíneos, ocorrem em tipos não pesquisados normalmente.
A principal preocupação do médico é a incompatibilidade do sistema Rh, que ocorre caso o bebê tenha o Rh positivo herdado do pai e a mãe possua o fator Rh negativo. Como essa incompatibilidade é bem menos frequente, ela apresenta os casos mais graves de doença hemolítica do recém-nascido ou eristoblastose fetal. Nessa doença, o feto pode falecer na gestação ou após o nascimento. A doença hemolítica pode resultar também em um recém-nascido com anemia profunda, provocando icterícia grave, além de surdez e de paralisia cerebral.
Quando há incompatibilidade sanguínea devido ao fator Rh, há sensibilização na mãe, pois o sangue dela reconhece o bebê como um “intruso” e começa a criar anticorpos contra ele. Como os anticorpos que são produzidos na primeira gravidez são moléculas grandes, elas não são capazes de atravessar a barreira da placenta. Por isso, na primeira gravidez, se o sangue da mãe entrar em contato com o sangue do bebê que seja incompatível, nada acontece. Mas, se engravidar novamente e a mamãe não tiver feito o tratamento adequado na gestação anterior, os anticorpos que são produzidos são moléculas menores, que conseguem atravessar a placenta e vão destruir as hemácias do bebê. A destruição das hemácias provoca uma grave anemia e pode causar edema fetal generalizado, aumento do líquido amniótico e até a morte do bebê. Os bebês que sobrevivem apresentam grave anemia ou icterícia rara.
Para se prevenir de problemas decorrentes do tipo sanguíneo, a mãe deve iniciar o pré-natal assim que fica sabendo que está esperando o seu bebezinho. O obstetra deve fazer uma pesquisa detalhada sobre o histórico clínico da mamãe para buscar situações que possam ter sensibilizado-a. Mesmo com esse cuidado, Braga explica que a prevenção deve ser feita com o medicamento chamado anti-D, que evita a sensibilização, nas primeiras 72 horas pós-parto. Em casos de gestantes que já foram afetadas, na segunda gestação devem ser acompanhadas em Centro de Referência ou por especialista em Gestação de Alto Risco para que nada aconteça com o feto.