Como é considerada a redução da fecundidade nas regiões do Brasil?

Taxa de fecundidade está ligada aos direitos, como a saúde, educação e emprego, diz o relatório.

Como é considerada a redução da fecundidade nas regiões do Brasil?

Estudo da ONU aponta que taxa de fecundidade no Brasil está abaixo da média mundial

Um estudo do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), agência de saúde sexual e reprodutiva das Organização da Nações Unidas (ONU), divulgado nesta quarta-feira (17), mostra que a taxa de fecundidade em 2018 é de 1,7 filho por mulher, isto é, está abaixo da média mundial, que é de 2,5.

O nível considerado ideal para manter o tamanho da população é de 2,1 filhos por mulher, e as taxas de fecundidade têm relação com condições de educação, renda e saúde.

Segundo a ONU, a maioria dos casais no mundo não consegue ter o número de filhos que deseja - ou porque não possui condições econômicas e sociais, ou porque não têm acesso à contracepção.

No Brasil, a redução no número de filhos por mulher aconteceu de forma progressiva nos últimos anos. Mas em geral, as desigualdades mais marcantes no país, em especial de educação e renda, impactam diretamente nas taxas de fecundidade, e elas estão separadas em dois extremos no relatório:

  • Mulheres com mais anos de estudo e com uma progressão maior na carreira profissional têm cada vez menos filhos, muitas vezes menos do que o número desejado.
  • Mulheres com menos escolaridade, rendimento e oportunidades acabam tendo filhos quando são jovens e, na maioria, nascidos de gravidezes não planejadas.

Taxa de fecundidade

comparativo das últimas décadas

Fonte: ONU

“Essa queda no número de filhos foi devido a transição demográfica, ou seja, a queda nos níveis da fecundidade no Brasil ocorreu de uma forma muito rápida, em 30 anos. Na Europa, na maioria dos países, levou aproximadamente 100 anos, então você veja que foi um declínio muito intenso e um declínio muito rápido”, explica Tais de Freitas, Coordenadora de Programa do Fundo de População da ONU/Brasil.

Recomendações

Para os países como o Brasil, que atingiram a baixa fecundidade em um período muito curto de tempo e ainda mantêm grandes desigualdades sociais e econômicas, o relatório apresenta algumas recomendações:

  • Implementar uma educação integral para a sexualidade que garanta que adolescentes e jovens tenham informação adequada para a idade.
  • Garantia de acesso a contraceptivos modernos em todo o território nacional, incluindo contracepção de emergência e de longo prazo, para mulheres e homens.
  • Acesso a qualidade dos serviços de saúde reprodutiva em geral e oferecer um acesso universal.
  • Implementar políticas de conciliação entre trabalho e família e de redução das desigualdades de gênero, pois a realização da maternidade não deve concorrer com uma vida produtiva no mercado de trabalho e a plena realização profissional.

Outros países

Em países do Sul da Europa e da Ásia, as quedas nas taxas de fecundidade têm sido tão acentuadas que estão abaixo do nível de reposição (de 2,1 filhos por mulher), ocasionando uma redução no tamanho absoluto da população com o passar dos anos. Entre os motivos destaca-se a dificuldade de equilíbrio entre a vida profissional e a dedicação à família.

No outro extremo, em alguns países da África Subsaariana, as mulheres seguem tendo mais filhos do que gostariam (em média, 5 filhos ao longo da vida), em especial pela falta de informação e de acesso a serviços de saúde e a métodos contraceptivos.

  • Brasil

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Índice

Introdução

A Taxa de Fecundidade é um índice utilizado na demografia, que se refere ao número médio de filhos nascidos vivos, tido por uma mulher ao final do seu período reprodutivo, em determinada unidade geográfica (países, unidades da federação, regiões metropolitanas ou municípios) em um determinado período de tempo. Comumente, a unidade dessa taxa é expressa em filhos/mulher. Para realizar o cálculo deste índice, considera-se no período reprodutivo, mulheres de 15 a 49 anos de idade. 

Atualmente, a Taxa de Fecundidade é uma forma bastante utilizada para obter noção do crescimento vegetativo. Muitas vezes, confunde-se os conceitos de taxas de natalidade e de fecundidade, uma vez que ambos índices procuram medir o mesmo fenômeno, a proporção de nascimentos em relação à população já existente. 

Entretanto, enquanto a Taxa de Natalidade leva em conta o número de nascidos em relação à população total, a Taxa de Fecundidade expressa o número médio de filhos nascidos vivos para cada mulher ao longo de seu ciclo reprodutivo.

No estudo da dinâmica demográfica de uma região, os indicadores de natalidade são de extrema importância para o entendimento do crescimento natural de uma população. Assim como a Taxa de Mortalidade, a Taxa de Fecundidade também é influenciada por fatores biológicos e socioeconômicos

Por outro lado, enquanto a mortalidade é um evento de ocorrência natural, que varia apenas a forma e o momento da vida em que ocorre, a natalidade é um evento que se mostra cada vez mais controlado pelos aspectos socioeconômicos.

O ingresso da mulher no mercado de trabalho, a disseminação de métodos contraceptivos, e a elevação dos custos de reprodução familiar foram alguns fatores que fizeram com que o comportamento da fecundidade fosse alterado

Outro índice que pode ser analisado com a Taxa de Fecundidade é o nível de reposição populacional. No geral, a população está sendo reposta se a Taxa de Fecundidade estiver acima de 2,1 filhos por mulher.

Quanto mais acima desse valor, mais a população estará não só sendo reposta, como também estará crescendo. Já no caso de populações que apresentam uma taxa abaixo de 2,1, constata-se uma tendência de declínio demográfico.

De acordo com o relatório “Situação da População Mundial”, produzido anualmente pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), a Taxa de Fecundidade mundial tem uma média de 2,5 filhos por mulher.

No Brasil, essa taxa se encontra abaixo da média mundial, 1,7 filhos por mulher, o que mostra uma realidade totalmente diferente de 6 décadas atrás, quando essa média era de 6 filhos.

Taxa de Fecundidade no Brasil

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a dinâmica demográfica brasileira passou por importantes transformações no final da década de 60 e ao longo da década de 70

Com o fenômeno da industrialização, ocorreu-se o processo de êxodo rural, aumentando a urbanização de determinadas regiões. O trabalho nas indústrias instaladas no país, o assalariamento, a entrada da mulher no mercado de trabalho, a disseminação de métodos contraceptivos e do consumo de bens duráveis, e a elevação dos custos de manutenção familiar foram responsáveis pela mudança no comportamento da Taxa de Fecundidade no Brasil

Em 2010, o Brasil passou a ter uma Taxa de Fecundidade de 1,7 filhos por mulher em período reprodutivo. Considerando que a taxa de reposição de uma população deve ser de 2,1 filhos por mulher em ciclo reprodutivo, o Brasil atingiu um patamar inferior a taxa de reposição da população. Se essa tendência for mantida ao longo dos anos, a população brasileira começará a crescer em taxas decrescentes.

De 1980 a 2000, a Taxa de Fecundidade total das mulheres era superior a taxa de reposição da população. Esse cenário mudou a partir de 2010, e projeções apontam que em 2035, esse valor permanecerá inferior a 2,1. Dessa forma, o Brasil começa a se assemelhar a países no final de sua transição demográfica, com Taxas de Fecundidade reduzidas. 

Assim como o processo de desenvolvimento econômico e social do Brasil, a dinâmica demográfica brasileira também se deu de forma desigual e heterogênea. O processo de transição da fecundidade se deu de maneira diferenciada entre as regiões do país os segmentos sociais. Em geral, a queda da Taxa de Fecundidade começou antes e seguiu um ritmo mais acelerado nas regiões mais desenvolvidas e nos segmentos de maior renda e escolaridade da população. 

Taxa de Fecundidade por país.

Exercício de fixação

ENEM/2013

Como é considerada a redução da fecundidade nas regiões do Brasil?

O processo registrado no gráfico gerou a seguinte consequência demográfica:

A Decréscimo da população absoluta.

B Redução do crescimento vegetativo.

C Diminuição da proporção de adultos.

D Expansão de políticas de controle da natalidade.

E Aumento da renovação da população economicamente ativa.

O que pode explicar a redução da taxa de fecundidade no Brasil?

Essa queda da taxa de fecundidade é consequência de vários fatores, tais como projetos de educação sexual, planejamento familiar, utilização de métodos contraceptivos, maior participação da mulher no mercado de trabalho, expansão da urbanização, entre outros.

Quais fatores contribuíram para a redução da taxa de fecundidade no Brasil?

Os fatores responsáveis pela diminuição das taxas de natalidade são:.
urbanização;.
Não pare agora... ... .
planejamento familiar;.
utilização de métodos contraceptivos;.
melhoria nas condições de educação;.
inserção da mulher no mercado de trabalho;.
casamentos tardios;.
custo de criação dos filhos..

O que está acontecendo com a taxa de fecundidade no Brasil?

O Brasil passou por uma acelerada queda de fecundidade nas últimas décadas, chegando a uma média atual de 1,7 filhos por mulher, mas a taxa declinou de forma considerável entre as mulheres mais vulneráveis, grupo que compreende as mulheres mais pobres e as mulheres negras.

Quais são as causas da redução da natalidade?

Os motivos para essa diminuição são vários: maior escolarização, aumento do número de mulheres no mercado de trabalho, uso maior de contraceptivo, entre outros.