Como a Revolução Industrial afetou as pessoas na forma de trabalhar e como conduzir seus negócios?

Por volta de 1780 pouco antes do século XVIII se iniciava a Revolução Industrial, onde teve início na Inglaterra e em poucas décadas se espalhou na Europa Ocidental e nos Estados Unidos. Antes desse fato histórico a atividade produtiva era manual e artesanal onde muitas vezes apenas um artesão cuidava de todo o processo.

Quando essa revolução aconteceu, os trabalhadores perderam o controle da produção e passaram a trabalhar com as máquinas, por consequência disso seus donos começaram a obter grande lucratividade. Não foi uma época fácil, eles eram explorados e o salário era muito baixo, não havia hora fixa para o fim do expediente e isso tornava um ambiente de trabalho muito hostil, como podemos ver no filme “Tempos Modernos” do cineasta Charles Chaplin, onde seu personagem tentava sobreviver em meio ao mundo moderno e industrializado. Esse filme nos mostra uma enorme crítica aos maus tratos que os operários sofreram naquela época e a sociedade capitalista onde apenas se pensava em aumentar o capital.

As máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão-de-obra humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades também foram consequências fatais para a desordem social naquela época. Mas se por um lado a máquina substituiu o homem, agravando a situação dos desempregados, por outro reduziu o preço de mercadorias e aumentou a velocidade do ritmo das produções. A Revolução tornou o meio de produção mais eficaz, os produtos passaram a ser produzidos com mais velocidade, reduzindo o preço e incentivando o consumo.

A revolução industrial não foi apenas um grande desenvolvimento tecnológico, mas também nos trouxe maior rapidez na produtividade do trabalho, originando novos comportamentos sociais e a importante consolidação da administração como área de conhecimento científico. Assim surgindo teorias de alguns engenheiros da época, dentre eles o engenheiro americano Frederick W. Taylor criador e participante mais destacado do movimento da administração científica, onde o objetivo era aumentar os níveis de produtividade, onde dava foco (com ênfase) na tarefa por meio da aplicação de métodos e técnicas da engenharia industrial, não menos importante, dando ênfase nos processos gerenciais, surge Jules Henri Fayol um engenheiro francês fundador da Teoria Clássica da Administração.

Essas teorias nos trouxeram uma ótima ideia do desenvolvimento para o crescimento das industrias atualmente.

Mas foi então a partir do ano de 1927 que surgiram as Teorias das Relações Humanas desenvolvida nos Estados Unidos pelo australiano George Elton Mayo onde o foco era democratizar a administração do trabalho das indústrias aliando ao desenvolvimento das ciências humanas. Foi um movimento de oposição à Teoria Clássica da Administração.

Houve a necessidade de humanizar e democratizar a administração, saindo dos padrões rigorosos da Teoria Clássica e adaptando-se aos novos conceitos.

Com esses fatos históricos podemos ver a importância que a revolução industrial se refletiu até os dias atuais onde podemos ver inúmeros exemplos de grandes empresas que evoluíram com o passar dos anos.

Hoje a maioria das empresas conseguem enxergar que um dos pontos principais para ter um crescimento constante é a valorização nos direitos e deveres dos funcionários com uma administração inteligente. Porém ainda vemos muitas outras empresas que pecam nesses aspectos, como por exemplo o caso das empresas de fast-food onde os funcionários tanto da área da produção quanto da área operacional, são completamente explorados, onde suas funções e sua remuneração salarial são extremamente abusivas.

Enfim, podemos afirmar que a Revolução Industrial teve um enorme avanço não só nas linhas de produção como também em questões sociais e tecnológicas, mas temos que reconhecer que devemos viver em constante evolução e isso quer dizer estar em busca de melhorias que sejam sempre em comum com os interesses da classe proprietária e também da classe operária.

A Revolução Industrial foi um processo de grandes transformações sociais e econômicas que começou na Inglaterra no século XVIII.

O modo de produção industrial se espalhou por grande parte do hemisfério Norte durante todo o século XIX e início do século XX. Produzir mercadorias ficou mais barato e acessível, porém trouxe a desorganização da vida rural e estragos ao meio ambiente.

O advento da produção em larga escala mecanizada deu início às transformações dos países da Europa e da América do Norte. Estas nações se transformaram em predominantemente industriais e suas populações se concentraram cada vez mais nas cidades.

Por isso, a revolução industrial é caracterizada como o processo que levou à substituição das ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de produção doméstico (ou artesanal) pelo sistema fabril.

Como a Revolução Industrial afetou as pessoas na forma de trabalhar e como conduzir seus negócios?
O motor a vapor foi essencial para aumentar a produção das máquinas e a velocidade dos transportes

Causas da Revolução Industrial

A expansão do comércio internacional dos séculos XVI e XVII trouxe um extraordinário aumento da riqueza para a burguesia. Isto permitiu a acumulação de capital capaz de financiar o progresso técnico e o alto custo da instalação nas indústrias.

A burguesia europeia, fortalecida e enriquecida, passou a investir na elaboração de projetos para aperfeiçoamento das técnicas de produção e na criação de máquinas para a indústria.

Logo verificou-se que se obtinha maior produtividade e se aumentavam os lucros quando se empregavam máquinas em grande escala.

Consequências da Revolução Industrial

O longo caminho de descobertas e invenções foi uma forma de distanciar os países entre si, no que diz respeito ao poder econômico e político.

Afinal, nem todos se industrializaram ao mesmo tempo, permanecendo na condição de fornecedores de matérias primas e produtos agrícolas para os países industrializados.

Essas diferenças marcam até hoje as nações do mundo que são divididas entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Uma das maneiras de medir se um país é avançado é avaliar o quanto ele é industrializado.

Fases da Revolução Industrial

Foi na Inglaterra que o fenômeno da industrialização começou e por isso a Revolução Industrial Inglesa foi pioneira. Vários fatores explicam as razões desta primazia.

A Inglaterra, possuía capital, estabilidade política e equipamentos necessários para tomar a dianteira do avanço da Indústria.

Desde o fim da Idade Média, parte significativa da população se dirigia às cidades devido aos cercamentos (enclousers) do campo. Sem terra, os camponeses acabavam entrando nas fábricas que surgiam.

Também tinha colônias na África e na Ásia que garantiam fornecimento de matéria-prima com mão de obra barata.

Primeira Revolução Industrial

A Primeira Revolução Industrial ocorreu em meados do século XVIII e do século XIX. Sua principal característica foi o surgimento da mecanização que operou significativas transformações em quase todos os setores da vida humana.

Na estrutura socioeconômica, fez-se a separação definitiva entre o capital, representado pelos donos dos meios de produção, e o trabalho, representado pelos assalariados. Isto eliminou a antiga organização dos grêmios ou guildas que era o modo de produção utilizado pelos artesãos.

Desta maneira, surgem as primeiras fábricas que abrigam num mesmo espaço muitos operários. Cada um deverá operar uma máquina específica para realizar sua tarefa.

Como a Revolução Industrial afetou as pessoas na forma de trabalhar e como conduzir seus negócios?
Mulheres e crianças eram usadas como mão de obra barata nas fábricas inglesas

Devido à baixa remuneração, condições de trabalho e de vida sub-humanas, os operários se organizam. Desta forma, associaram-se em organizações trabalhistas e sindicatos para reivindicar melhores jornadas menores e aumento de salários.

A mecanização se estendeu do setor têxtil para a metalurgia, transportes, agricultura, pecuária e todos os outros setores da economia, inclusive o cultural.

A Revolução Industrial estabeleceu a definitiva supremacia burguesa na ordem econômica. Ao mesmo tempo acelerou o êxodo rural, o crescimento urbano e a formação da classe operária. Era o início de uma nova época, onde a política, a ideologia e a cultura gravitavam em dois polos: a burguesia industrial e financeira e o proletariado.

As fábricas empregavam grande número de trabalhadores. Todas essas inovações influenciaram a aceleração do contato entre culturas e a própria reorganização do espaço e do capitalismo.

Nessa fase, o Estado passou a participar cada vez mais da economia, regulando crises econômicas e o mercado e criando uma infraestrutura em setores que exigiam muitos investimentos.

Segunda Revolução Industrial

A partir do final do século XIX, o capitalismo se tornava cada vez menos competitivo e mais monopolista. Apenas poucas empresas ou países dominavam a produção e o comércio. Era a fase do capitalismo financeiro ou monopolista, característica marcante da Segunda Revolução Industrial.

Nesta época, o Império Alemão surge como a grande potência industrial. Com a abundância do minério de ferro e uma cultura militar, os alemães, capitaneados pela Prússia, fazem reformas políticas e econômicas que vão unificar o país e dotá-lo de uma indústria poderosa.

Desde então, se estabeleciam as bases do progresso tecnológico e científico, visando a inovação e o constante aperfeiçoamento dos produtos e técnicas, para melhorar o desempenho industrial.

Terceira Revolução Industrial

O ponto culminante do desenvolvimento industrial, em termos de tecnologia, teve início em meados do século XX, por volta de 1950, com o desenvolvimento da eletrônica. Esta permitiu o desenvolvimento da informática e a automação das indústrias.

Deste modo, as indústrias foram dispensando a mão de obra humana e passaram a depender cada vez mais das máquinas para fabricar seus produtos. O trabalhador intervinha como supervisor ou em apenas algumas etapas da produção.

Essa fase de novas descobertas caracterizou a Terceira Revolução Industrial ou revolução informática e tecnológica.

Revolução Industrial no Brasil

Como a Revolução Industrial afetou as pessoas na forma de trabalhar e como conduzir seus negócios?
A fábrica de Tecelagem São Martinho, em Tatuí (SP), fundada em 1881, foi a maior fábrica de tecelagem do país

Enquanto na Inglaterra, no século XVIII, acontecia a Revolução Industrial, o Brasil, ainda colônia portuguesa, estava longe do processo de industrialização.

Após a independência houve apenas iniciativas isoladas em instalar indústrias no Brasil. No começo do século XX, fábricas têxteis, principalmente, surgiam em São Paulo e no Rio de Janeiro.

A industrialização no Brasil, contudo, só começou verdadeiramente em 1930, cem anos após a Revolução Industrial Inglesa.

Durante o governo de Getúlio Vargas, a centralização do poder no Estado Novo criou condições para que se iniciasse o trabalho de coordenação e planejamento econômico. Vargas pôs ênfase na industrialização por substituição de importações.

A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) trouxe uma desaceleração para a industrialização no Brasil, uma vez que interrompeu as importações de máquinas e equipamentos.

Mesmo assim, o Brasil através de acordos com os Estados Unidos, consegue fundar a Companhia Siderúrgica Nacional (1941) e a Usiminas (1942).

Após o conflito, o Estado retornaria suas atividades de investidor e impulsionaria a criação de indústrias como a Petrobras (1953).

Leia também sobre:

  • Revolução Francesa
  • Tipos de Indústria
  • Liberalismo

Teste seus conhecimentos com Questões sobre Revolução Industrial e Questões sobre a Primeira Revolução Industrial.

Referências Bibliográficas

Bahamonde, Miguel & Villares, Ramón - El mundo contemporáneo, siglos XIX y XX. 2008. Ed. Taurus: Madrid.

Schlutz, Helga - Historia económica de Europa, 1500-1800. Artesanos, mercaderes y banqueros. 2001. Siglo XXI Editores: Madrid.

Como a Revolução Industrial afetou as pessoas na forma de trabalhar e como conduzir seus negócios?

Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.

Como a Revolução Industrial impactou as novas formas de trabalho?

A revolução resultou em transformações sensíveis no modo de produção das mercadorias e nas relações de trabalho e em forte redução do salário. Os trabalhadores, intensamente explorados, mobilizaram-se em organizações e coordenaram dois movimentos: o ludismo e o cartismo.

Como a Revolução Industrial alterou as formas de produção e as relações de trabalho?

A Revolução Industrial alterou as formas de produção e as relações de trabalho. A manufatura deu lugar à maquinofatura. A fábrica substituiu a oficina. Os desenvolvimentos técnicos na indústria têxtil e metalúrgica aumentaram a capacidade produtiva e os trabalhadores começaram a ter outras funções e estatuto.

O que a Revolução Industrial provocou no cotidiano das pessoas?

As principais delas são a urbanização, o crescimento demográfico e o surgimento do operariado, com a exploração do trabalho. Além disso, ocorreu uma mudança da noção de tempo.

Quais as consequências da Revolução Industrial na vida social das pessoas?

Crescimento da produtividade – devido ao surgimento de indústrias; Surgimento de novas tecnologias – incentivo à pesquisa; Surgimento de camadas sociais – a sociedade passou a ser dividida entre a burguesia (dona dos meios de produção) proletariado (mão de obra).