As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na construção do sentido

Texto, para a quest�o:

IBGE: mercado de trabalho vive c�rculo vicioso com perda de emprego e renda

Nielmar de Oliveira

    O mercado de trabalho do pa�s vive um “c�rculo vicioso”, com perda do poder de compra, queda da popula��o ocupada, do trabalho com carteira assinada e em uma situa��o de estagna��o onde nem mesmo o mercado informal consegue mais absorver os trabalhadores que perderam emprego.

    A afirma��o � do coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), Cimar Azeredo, ao comentar os n�meros da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lio Cont�nua (Pnad Cont�nua), divulgados hoje (30), indicando que, no trimestre encerrado em julho, a taxa de desocupa��o chegou a 11,6% – a maior da s�rie hist�rica iniciada em 2012 –, o equivalente a 11,6 milh�es de desempregados.

    Na avalia��o do t�cnico do IBGE os n�meros da Pnad Cont�nua de maio, junho e julho refletem o “cen�rio econ�mico conturbado” vivido pelo pa�s e os “seus reflexos no mercado de trabalho”.

    “O mercado de trabalho brasileiro est� em pleno c�rculo vicioso, com perda do poder de compra, queda na popula��o ocupada – com grupamentos importantes apresentando redu��o em seu contingente de trabalhadores - e da qualidade do emprego –, que se reflete no n�mero de pessoas trabalhando com carteira assinada, que recuou quatro anos atr�s”.

Popula��o ocupada

    Em sua an�lise dos n�meros da Pnad Cont�nua, Cimar Azeredo ressalta o fato de que a popula��o ocupada, que fechou o trimestre em 90,5 milh�es de pessoas, voltou ao n�vel do primeiro trimestre de 2013, o mesmo acontecendo com o rendimento m�dio real habitualmente recebido pelo trabalhador, que encerrou julho em R$ 1.985 - uma queda de 3% em rela��o aos R$ 2.048 pagos no mesmo trimestre do ano anterior.

    “Os dados mostrados pela Pnad Cont�nua n�o s�o favor�veis. S�o dados que fogem a comportamentos sazonais conhecidos. O rendimento continua em queda, grupamentos de atividades, como a ind�stria, continuam a apresentar redu��o expressiva e est� menor em rela��o ao ano passado em cerca de 1,3 milh�o de postos de trabalho”, disse.

    Para ele, o pa�s encontra-se em “um processo recessivo” a situa��o do mercado de trabalho n�o se mostra em uma situa��o favor�vel. “Era esperado que a taxa de desocupa��o apresentasse um relaxamento [nesta �ltima divulga��o], que ca�sse ou ficasse no m�nimo est�vel, mas isto n�o aconteceu e ela atingiu seu n�vel mais alto: 11,6%”.

    “E isso se deu principalmente em fun��o do aumento significativo do contingente de pessoas procurando trabalho. Ou seja, o n�mero de desocupados aumentou e � [hoje] o mais alto da s�rie, com o n�mero de pessoas trabalhando voltando ao patamar de 2013”.

    Os dados divulgados pelo instituto indicam que a popula��o ocupada hoje � de 90,5 milh�es de trabalhadores, total estatisticamente est�vel em rela��o ao trimestre imediatamente anterior (menos 146 mil pessoas), mas registrando uma queda de 1,8% em rela��o a igual trimestre do ano anterior (92,2 milh�es), ou 1,7 milh�es de pessoas a menos no contingente de pessoas ocupadas.

Informalidade

    Quando analisados do ponto de vista da qualidade do emprego, os n�meros da Pnad Cont�nua tamb�m se apresentam desfavor�veis. Segundo o IBGE, o n�mero de empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada fechou julho estimado em 34,3 milh�es de pessoas.

    Mas mesmo n�o apresentando varia��o estatisticamente significativa em compara��o com trimestre de fevereiro a abril deste ano, frente ao trimestre de maio a julho de 2015, chegou a registrar queda de 3,9%, o que representou a perda de cerca de 1,4 milh�o de pessoas com carteira assinada.

    “Com rela��o ao trabalho formal, a situa��o tamb�m n�o � favor�vel e o n�mero de trabalhadores com carteira assinada continua caindo e chegamos a um patamar que volta a 2012 no in�cio da s�rie da Pnad Cont�nua”, disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

    Cimar Azeredo ressaltou, ainda, o fato de que o mercado informal do pa�s j� n�o consegue absorver com a mesma facilidade de antes o trabalhador que perde seu emprego. “Logo no in�cio do processo recessivo n�s tivemos um quadro de estabilidade da popula��o ocupada porque voc� perdia empregos formais, regulamentados, mas o mercado informal absorvia esse contingente. Mas isso n�o est� acontecendo mais da mesma forma e com a mesma intensidade. E a consequ�ncia da informalidade n�o absorver [os desempregados] na mesma intensidade � a redu��o que agora aparece na popula��o ocupada”, finalizou.

Dispon�vel em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia /2016-08/ibge-mercado-de-trabalho-vive-circulovicioso-com-perda-de-emprego-e-renda Acesso em: 27 out. 2016.

Sabendo que as ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo rela��es que atuam na constru��o do sentido, assinale a alternativa correta sobre a rela��o de coes�o: