A mesma história em prosa e em verso

Saiba como identificar as diferenças de textos em Prosa e Verso. Assim você ganha confirança para mandar bem nas questões de Interpretação de Textos e de Literatura no Enem

Você consegue diferenciar rapidamente Prosa e Verso numa questão de prova? Se complicou, é porque está mesmo na hora de revisar. Vamos lá, que é pra você ganhar segurança e mandar bem em Literatura e Interpetação de textos:

Na aula de hoje veremos as diferenças básicas entre o verso e a prosa, que são formas textuais que podem (e vão!!!) aparecer para você no Enem . Por que isso é importante? Algumas questões, usam uma terminologia muito ao encontro das definições que veremos a seguir, por exemplo: “na estrofe abaixo…” ou “no segundo verso…”.

A prosa, portanto, é aquele texto que ocupa a página toda. Ou seja, de margem à margem, o autor expõe suas ideias com períodos simples e compostos numa estrutura que conta, na maioria das vezes, com parágrafos.

Como exemplo de prosa para seu Enem, temos os contos, as crônicas e a maioria dos romances. Quando se trata de textos literários, deve-se considerar muito a autonomia do autor, que pode dar traços de poesia à sua prosa (como a rima), no entanto, sem desobedecer drasticamente as normas gramaticais.

O verso, por outro lado, é aquela forma de escrever que não usa a folha toda, ou seja, a ideia é passada em pedacinhos que, juntos, fazem sentido, forma frases e, por fim, um poema, o qual pode conter ritmo.

Aprenda a diferenciar Prosa e Verso

Confira um resumo simples e rápido com a professora Camila, do canal Curso Enem Gratuito.

Muito bom este resumo. Agora, vamos continuar com um diagrama bem prático para identificar um poema.

O Poema

No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra

Acima você viu o início o clássico No meio do caminho, de carlos Drummond de Andrade. Abaixo, temos um esquema que procura facilitar a explicação e ajudar você na hora de identificar um poema no Enem.

A mesma história em prosa e em verso
Digamos que o verso seja a menor parte de um poema. Um conjunto de versos forma uma estrofe e, finalmente, algumas estrofes compõem um poema.

É preciso considerar que há, na literatura, formas fechadas de se escrever um poema, como os sonetos que possuem uma métrica (estilo e regras para a escrita de um poema). Hoje, contudo, a poesia pode ser sinônimo, às vezes, de liberdade textual e desapego às regras fechadas que muito se viu anteriormente na história literatura.

Interpretação de texto sempre cai

No Enem é bem provável que apareça a interpretação de algum poema ou prosa, mas é interessante perceber que, além de saber diferenciar essas duas formas textuais, há que se considerar também o sentido que o autor procura dar ao texto.

Prosa é um texto “comum”, escrito em parágrafos. Como exemplo para você ver e logo reconhecer o estilo de prosa utilizamos abaixo o divertido ‘O homem trocado’, de Luís Fernando Veríssimo.

A mesma história em prosa e em verso
 Leia e perceba que o autor lança mão também de muitos diálogos em seus textos, dando a eles agilidade. O título é O Homem Trocado.

O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.

A mesma história em prosa e em verso
– Tudo perfeito – diz a enfermeira, sorrindo. 
A mesma história em prosa e em verso
 – Eu estava com medo desta operação… 
A mesma história em prosa e em verso
– Por quê? Não havia risco nenhum.

– Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos… E conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma troca de bebês no berçário e ele foi criado até os dez anos por um casal de orientais, que nunca entenderam o fato de terem um filho claro com olhos redondos. Descoberto o erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou com sua verdadeira mãe, pois o pai abandonara a mulher depois que esta não soubera explicar o nascimento de um bebê chinês.

– E o meu nome? Outro engano. 

A mesma história em prosa e em verso
– Seu nome não é Lírio? 
A mesma história em prosa e em verso
– Era para ser Lauro. Se enganaram no cartório e…

Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não fazia. Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar na universidade. O computador se enganara, seu nome não apareceu na lista.

– Há anos que a minha conta do telefone vem com cifras incríveis. No mês passado tive que pagar mais de R$ 3 mil. 

A mesma história em prosa e em verso
– O senhor não faz chamadas interurbanas? 
A mesma história em prosa e em verso
– Eu não tenho telefone!

Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram felizes. 

A mesma história em prosa e em verso
– Por quê? 
A mesma história em prosa e em verso
– Ela me enganava.

Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas que não fazia. Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer: 

A mesma história em prosa e em verso
– O senhor está desenganado. 
A mesma história em prosa e em verso
Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma simples apendicite.

– Se você diz que a operação foi bem…

A enfermeira parou de sorrir.

– Apendicite? – perguntou, hesitante.

– É. A operação era para tirar o apêndice.

– Não era para trocar de sexo?

A mesma história em prosa e em verso

Agora, veja as características de um texto em Versos

Os poemas são escritos em versos. Os poemas podem ter rimas (mas não obrigatoriamente). Muitas vezes há uma preocupação com o rítmo, a musicalidade da poesia.

Convite

Poesia / é brincar com palavras / como se brinca / com bola, papagaio, pião.

 Só que / bola, papagaio, pião / de tanto brincar / se gastam.

 As palavras não: quanto mais se brinca / com elas /  mais novas ficam.

 Como a água do rio / que é água sempre nova.

 Como cada dia / que é sempre um novo dia. /  Vamos brincar de poesia?

As Normas da Linguagem

Para você entender: Todo texto literário apresenta dois planos essenciais: o plano de forma e o de conteúdo. Para você mandar bem nas provas do Enem é sempre preciso estar atento a estesw aspectos para não se perder na interpretação de textos, e nem derrapar na hora de fazer a redação.

O que vale ponto na redação é o uso da norma culta. Veja agora no resumo com a professora Kel, do Curso Enem Gratuito, as dicas para você não cair em pegadinhas:

Gostou das dicas? Então, agora feche o resumo com os detalhes de Forma e Conteúdo.

A FORMA envolve a construção do texto, ou seja, o vocabulário, a sintaxe, a sonoridade, as imagens, a disposição das palavras no papel. São os aspectos lingüísticos e gráficos do texto.

O CONTEÚDO é o plano das idéias. O conteúdo envolve os significados do texto e as suas relações com o mundo.

Por exemplo: há autores que privilegiam mais a forma. Os poetas parnasianos, por exemplo, tinham grande preocupação com a forma (rimas, métrica etc.). Tudo deveria estar perfeito. Já os modernistas preferem caprichar no conteúdo e muitas vezes desprezam as rimas.

Dica 1 – Entenda como identificar um Texto Literário de um Não Literário. E pratique em exercícios de Denotação e Conotação nesta aula de Literatura Enem

Dica 2 – Está pronto para o Enem? Acompanhe mais esta aula sobre as funções da linguagem, desta vez com foco nas funções conativa, fática e metalinguística.

Desafios sobre Prosa e Verso para você resolver e compartilhar a solução:

Veja este poema de Carlos Dummond de Andra, e depois responda à questão:

  • Cidade grande / Que beleza, Montes Claros.
  • Como cresceu Montes Claros.
  • Quanta indústria em Montes Claros.
  • Montes Claros cresceu tanto, / ficou urbe tão notória, prima-rica do Rio de Janeiro, que já tem cinco favelas  / por enquanto, e mais promete.

Questão 1

Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a:

a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.

b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.

c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.

d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.

e) prosopopéia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.

Poema para questões 02, 03, 04 e 05.

José

E agora, José ?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José ?

e agora, você ?

você que é sem nome,

que zomba dos outros,

você que faz versos,

que ama protesta,

e agora, José ?

Está sem mulher,

está sem discurso,

está sem carinho,

já não pode beber,

já não pode fumar,

cuspir já não pode,

a noite esfriou,

o dia não veio,

o bonde não veio,

o riso não veio,

não veio a utopia

e tudo acabou

e tudo fugiu

e tudo mofou,

e agora, José ?

E agora, José ?

Sua doce palavra,

seu instante de febre,

sua gula e jejum,

sua biblioteca,

sua lavra de ouro,

seu terno de vidro,

sua incoerência,

seu ódio – e agora ?

Com a chave na mão

quer abrir a porta,

não existe porta;

quer morrer no mar,

mas o mar secou;

quer ir para Minas,

Minas não há mais.

José, e agora ?

Se você gritasse,

se você gemesse,

se você tocasse

a valsa vienense,

se você dormisse,

se você cansasse,

se você morresse…

Mas você não morre,

você é duro, José !

Sozinho no escuro

qual bicho-do-mato,

sem teogonia,

sem parede nua

para se encostar,

sem cavalo preto

que fuja a galope,

você marcha, José !

José, para onde ?

Questão 2

Para o poeta, José só não é:

a) alguém realizado e atuante.

b) um solitário.

c)um joão-ninguém frustrado.

d) alguém sem objetivo e desesperançado.

e) n.d.a.

Questão 3

Das possibilidades sugeridas pelo poeta para que José mudasse seu destino, a mais extremada está contida no verso:

a) “se você tocasse a valsa vienense”.

b) “se você morresse”.

c) “José, para onde?”.

d) “quer ir para Minas”.

e) “José, e agora”.

Questão 4

O verso que exprime concisamente que José é “ninguém” é:

a) “você que faz versos”.

b) “a festa acabou”.

c) “você que é sem nome”.

d) “que zomba dos outros”.

e) “Mas você não morre”.

Questão 5

Assinale a afirmativa falsa a respeito do texto.

a) José é alguém bem individualizado e a ele o poeta dirige com afetividade.

b) O ritmo dos sete primeiros versos da 5ª estrofe é dançante.

c) “Sem teogonia”, significa “sem deuses”, “sem credo”, “sem religião”.

d) Os versos são em redondilha menor porque tal ritmo se ajusta perfeitamente à intimidade, singeleza e espontaneidade das idéias.

e) n.d.a.

Você consegue resolver estes exercícios? Então resolva e coloque um comentário no post, logo abaixo, explicando o seu raciocínio e apontando a alternativa correta para cada questão. Quem compartilha a resolução de um exercício ganha em dobro: ensina e aprende ao mesmo tempo. Ensinar é uma das melhores formas de aprender!

O que é um texto em prosa e em verso?

Diferença entre Poesia e Prosa A poesia representa um tipo de texto lírico escrito geralmente em versos, que possui métrica, rima e ritmo. Por sua vez, a prosa é um texto no estilo natural, ou seja, que não apresenta métrica e geralmente, não apresentam rimas ou ritmo.

O que é história em prosa?

Chamamos de prosa os textos escritos de forma corrida, organizados em parágrafos, cuja intenção é, grosso modo, a exposição de uma ideia, de fatos ou de uma história. Livros de contos de fada, de ficção ou não ficção, jornais, cartas e e-mails são exemplos de textos em prosa.

Como fazer uma história em prosa?

A prosa apresenta as seguintes características:.
Os textos são estruturados em linhas contínuas e divididos em parágrafos;.
Apresenta um estilo textual próximo da linguagem cotidiana;.
Recorre a um discurso livre, direto e linear;.
Utiliza predominantemente uma linguagem denotativa e literal;.

Qual a diferença entre prosa e narrativa?

Prosa narrativa: é um texto que possui uma história ficcional, como contos, romances, novelas e prosas poéticas. Prosa demonstrativa: também conhecida como prosa não-literária, esse tipo é utilizado para conteúdo que são mais didáticos, como textos técnicos e jornalísticos, ensaios, diálogos e cartas, por exemplo.