A gramatica formalizada é importante mesmo

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Quando Noam Chomsky publicou pela primeira vez em livro sua teoria da Gramática Transformacional (1957), sua obra causou grande agitação nos meio linguísticos porque representava um desafio aos fundamentos das gramáticas estruturais e também às teorias behavioristas de aquisição da linguagem. No primeiro capítulo de Aspects, ele afirma que a aprendizagem da língua não é uma questão de hábito e condicionamento, mas um processo criativo, uma atividade cognitiva e racionalista, e não uma resposta a estímulos externos.

A exigência de uma escrita que seja formal é um ponto pacífico para que essa teoria da linguagem seja explicativa e científica. Assim, Chomsky promove um crescente rigor formal ao tratar das questões linguísticas, promovendo a formalização dos estudos linguísticos.

Com a finalidade de realizar seu projeto teórico-científico, Chomsky elege a Gramática Transformacional (capacidade de mudar) como a que melhor abrange as estruturas (sintáticas) da linguagem. Primeiramente, ele propõe que a Gramática Transformacional tenha dois tipos de regras: as sintagmáticas, que geram estruturas abstratas e as de transformação, que convertem essas estruturas abstratas em sequências terminais, que são as frases da língua.

Com o desenvolvimento de sua teoria, Chomsky instituiu – além da estrutura superficial (ES), que é a unidade tal como elas se apresentam nas frases realizadas – a noção de estrutura profunda (EP), que é subjacente à superficial e onde se representam as formas abstratas. Ambas as estruturas se relacionam através de transformações (frásicas).

Seu livro, Aspects of the Theory of Syntax (1965) é uma referência necessária para conhecer o gerativismo. É conhecida também como teoria-padrão. Nela, o modelo frásico tem três componentes: o central (sintático) e dois interpretativos (o semântico e o fonológico). O sintático é formado pela base do enunciado, que gera as estruturas profundas e pelas transformações, que levam às estruturas superficiais. Já os dois componentes interpretativos incidem sobre o componente sintático, a saber: o semântico, sobre a EP; o fonológico, sobre a ES.

Após essa teoria, Chomsky propõe, em 1972, a teoria-padrão ampliada e em 1976, a teoria-padrão ampliada revista. Essas propostas têm sempre o mesmo objetivo: valorizar cada vez maior a ES, dando menos importância à EP, desprestigiando o papel das transformações. Essas várias reformulações em sua teoria levantam o questionamento se era realmente necessário fazer essa distinção entre ES e EP. Se não era, a contribuição da gramática transformacional foi realmente ideológica: serviu para desmontar a concepção comportamental da linguagem que sustentava o estruturalismo.

A gramática transformacional apresenta duas contribuições importantes para o ensino de línguas: a primeira contribuição é que a gramática transformacional tornou explícita “as capacidades que o estudante de línguas precisa ter para aproximar-se da competência de um falante nativo”, isto é, a capacidade de distinguir sentenças gramaticais de não-gramaticais, capacidade de produzir e compreender um número infinito de sentenças gramaticais. A segunda é que, mesmo um exame cuidadoso dessas capacidades não forneça necessariamente uma resposta de como são adquiridas, é evidente que há certos modos pelos quais é muito improvável que sejam adquiridas.

Contudo, os recortes e exclusões feitos voluntariamente por Chomsky e Saussure deixam de lado a situação real de uso (o desempenho, em um; a fala, no outro) para ficar com o que é virtual e abstrato (a competência e a língua), ambos seguindo a tendência formalista.

Fontes
LIMA, Eni Marins de. Teoria Transformacional e Ensino de Línguas. Rio de Janeiro, Ao Livro Técnico, 1981.
ORLANDI, Eni Pulcinelli. O que é Linguística. Série Princípios. São Paulo, Ática.

Texto originalmente publicado em //www.infoescola.com/comunicacao/gramatica-transformacional/

Já falamos um pouco aqui no blog sobre a linguagem coloquial e quando é adequado utilizá-la em seus textos. Hoje, dando prosseguimento às dicas para que você se torne um redator ainda melhor, vamos falar da linguagem formal e explicar em que momentos ela é mais adequada para integrar um conteúdo.

Além disso, lhe daremos dicas de como transformar aquele texto quase perfeito numa obra de mestre, com alguns retoques que podem adequar o seu estilo de comunicação melhor à persona. Pronto? Então vamos lá!

A linguagem formal é o tipo de estrutura linguística que você deve utilizar em meios profissionais, acadêmicos e literários. Entretanto, ela não se limita a estes usos podendo fazer parte da sua rotina também quando você se comunica por e-mail ou dá início a uma conversa com alguém com quem não tem muita intimidade. Mas isso não define exatamente o que é a linguagem formal e como ela se diferencia da forma como nos comunicamos no dia a dia.

Algo está em linguagem formal quando não tem traços de oralidade, ou seja, não se parece em nada com uma conversa que teríamos normalmente. O ideal é que se evitem vícios de linguagem e erros de concordância, por exemplo, que normalmente cometemos fora da norma-padrão de nossa língua.

Entretanto, há muitas outras características que servem para definir a linguagem formal. Outro de seus traços, por exemplo, é a obediência às regras gramaticais. Você deve adequar os seus textos a concordância, regência, pontuação, flexão verbal e nominal e à grafia apropriada das palavras para que ele seja considerado formal.

Entre seus muitos pré-requisitos, a linguagem formal ainda exige que você tenha precisão vocabular, ou seja, que encontre as palavras certas para definir os conceitos que gostaria de ilustrar. Feito tudo isso, você pode ficar tranquilo: seu conteúdo está adequado à linguagem formal.

Quando usar a linguagem formal?

Por todas essas particularidades, sabemos que a linguagem formal não é adequada a todos os momentos da vida. Afinal, o que seus amigos pensariam de você ao receber um SMS extremamente bem pontuado ou um tweet de resposta com mais vírgulas que caracteres? Há um momento ideal para o uso de cada tipo de linguagem e as formalidades, quando aplicadas na nossa rotina, acabam soando como se não tivéssemos familiaridade nenhuma com nosso interlocutor.

Este não é o caso em comunicações como as supracitadas. Entretanto, em e-mails profissionais, cartas de recomendação, textos para internet e conteúdos acadêmicos a linguagem formal impera. Os seus professores não esperam receber menos do que um conteúdo bem redigido para que possam avaliar os conhecimentos que lhe foram passados ao longo do semestre. E, igualmente, merecem esse tipo de cuidado na hora da produção de um artigo ou mesmo uma resenha.

Escrever não é tão difícil quanto parece e você já deve saber disso, tendo alguma experiência como redator. Todavia, escrever em linguagem formal pode ser um desafio e tanto para nós que estamos tão acostumados a conduzir conversas em linguagem coloquial. Por isso, no próximo tópico lhe daremos algumas dicas de como ser formal em sua produção de conteúdos.

Exemplo de linguagem formal

Objetividade e clareza são dois pontos fundamentais na linguagem formal. Ela precisa sempre chegar a algum lugar e deve deixar claro onde este lugar fica o mais rápido o possível. Por isso, imagine que você esteja escrevendo um e-mail profissional.

O primeiro passo seria garantir que o assunto da sua correspondência vá direto ao ponto. Assim, nem você nem seu leitor perdem tempo durante a troca de informações.

A cordialidade é outro traço típico da linguagem formal. Bom dia, boa tarde e boa noite devem sempre fazer parte da redação de um e-mail profissional para que ele seja visto como tal. Algum tipo de cumprimento também pode ajudá-lo.

Fazer uma boa revisão ortográfica e evitar abreviações que podem não ser compreendidas pelo seu leitor é outro dos aspectos que vai transformar o seu discurso em algo mais formal. Evitar a caixa alta também ajuda a passar a impressão de que polidez.

O e-mail a seguir é uma boa demonstração de como escrever neste meio de forma profissional:

Bom dia, ____

Venho por meio deste lhe informar que a sua ordem de serviço já foi emitida.

Cordialmente,

Seu Nome.

Como usar a linguagem formal?

Para garantir que você está utilizando a linguagem formal nos seus textos, siga as dicas a seguir:

1. Seja formal, mas simples

Ser formal não exclui a possibilidade de ser simples ao longo do seu discurso. Por isso, tente sempre ir direto ao ponto, ser objetivo e colocar com clareza a sua mensagem. Quem vier a ler seu conteúdo agradecerá.

2. Use a conjugação verbal adequada

Use sempre as conjugações verbais e nominais corretas ao longo da construção de um conteúdo, principalmente quando ele tiver características de linguagem formal. Se tiver dúvidas, faça uma pesquisa prévia antes de produzir uma peça ou consulte algum amigo que é bom de português.

3. Escreva considerando o destinatário da mensagem

Sempre que for escrever alguma mensagem, considere a persona que fará uso dela. Quanto melhor você conseguir compreender o seu interlocutor, mais fácil será adequar a sua mensagem e fazer com que ela seja entendida de primeira por ele. Por isso, se não tiver acesso a persona para quem está escrevendo, peça essa referência a quem lhe pediu o conteúdo.

4. Seja simpático

Nunca se esqueça de manter a simpatia enquanto estiver compondo uma mensagem, por mais formal que ela seja. É imprescindível que os leitores tenham a impressão de que aquilo se trata de uma interação amistosa e não exagerada. Por isso, evite a caixa alta e o excesso de exclamações.

5. Mantenha a atenção do leitor do início ao fim

Por último, como em qualquer outro tipo de conteúdo, quando se escreve com auxílio da linguagem formal é importante também manter o interesse do leitor ao longo de uma peça. Portanto, faça com que ela seja o mais dinâmica o possível, respeitados os limites do formato. Inclua apenas o necessário e a preencha de informações relevantes para capturar definitivamente a atenção de terceiros.

Agora que você já sabe tudo sobre como usar a linguagem formal nos seus textos, que tal continuar se aperfeiçoando? Confira nosso Guia Prático de Português e Gramática!

Por que a gramática é importante?

A Gramática tem como principal função regular a linguagem e estabelecer padrões de escrita e fala para os falantes de uma língua. Graças à Gramática, a língua pode ser analisada e preservada, apresentando unidades e estruturas que permitem o bom uso da língua portuguesa.

Para que serve a linguagem formal?

A linguagem formal é o tipo de estrutura linguística que você deve utilizar em meios profissionais, acadêmicos e literários. Entretanto, ela não se limita a estes usos podendo fazer parte da sua rotina também quando você se comunica por e-mail ou dá início a uma conversa com alguém com quem não tem muita intimidade.

Por que estudar a gramática normativa?

A gramática normativa é reconhecida como a expressão mais correta da língua, por isso é extremamente valorizada como a “boa linguagem”. Assim, a pessoa que domina a norma culta é considerada uma boa falante, e a sua produção textual é mais valorizada por esse motivo.

Qual é a parte mais importante da gramática?

Uma parte importante da gramática é a utilização da linguagem – que é responsável pela construção do texto e diz qual a sua intenção.

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